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31 dezembro 2005

Gentlemen

2005 termina bem e 2006 começa melhor ainda com a transmissão do episódio "Hush" da Buffy.

Cá estou eu de novo a chatear com a Buffy, mas, desde que a SIC-Radical a recomeçou a transmitir que eu queria 3 coisas: rever as primeiras séries com maior atenção, pois não as tinha visto como deve ser quando transmitidas pela SIC (feito, não perdi um episódio!); rever a 2ª série por causa do Spike e da Drusilla (feito!) e rever este episódio da 4ª série, que me marcou profundamente. Ah, sim! Espero que continuem a transmiti-la após o final da 4ª série (foi onde a SIC ficou).

É um episódio com um ambiente muito Tim Burton, se ele tivesse seguido uma vertente mais de terror. Os Gentlemen são monstros de contos de fadas, com um permanente sorriso de caveira estampado na cara, cujo objectivo é conseguirem sete corações. Para isso vão a uma cidade, roubam as vozes das pessoas para que não possam gritar e passam ao massacre. Esta descrição, do modo como é feita por Giles ao grupo, numa sala de aula vazia e na penumbra através de um retroprojector é, no mínimo, hilariante e demonstra o excelente sentido de humor e sarcasmo da série. O detalhe de ele fazer a apresentação com musiquinha clássica e ter engendrado os acetatos narrativamente como se de um conto de fadas se tratasse e com ilustrações, é simplesmente o máximo!

Todo o episódio tem um ambiente fantasmagórico ao som de uma música que não fica longe das de Danny Elfman, os Gentlemen vestem-se de fato, impecáveis e flutuam a 10cm do solo sem mexer as pernas, ondulando os braços e a cabeça lentamente. Os seus "assistentes" arrastam-se curvados e vestem coletes de forças desatados e ligaduras. Desde que a população perde a voz, todos parecem deprimidos, cabisbaixos, como se tivessem predido muito mais que a voz, a luz muda, parece que diminui um pouco de intensidade e fica mais azul. A falta de voz despoleta uma série de acontecimentos já um pouco antecipados em episódios anteriores: finalmente a aproximação de Buffy e Riley e o encontro de Willow com Tara.

É o meu episódio preferido da Buffy até agora, uma série que manteve e melhorou muita da qualidade, principalmente da escrita, não há episódios inúteis. A ligação entre o universo gótico de vampiros, bruxas e demónios com o universo solarengo de uma pequena cidade da Califórnia (suponho) de escolas secundárias, campus universitário, bares e festas através de um sentido de humor bem interessante, irónico e por vezes sarcástico é uma excelente mistura que faz com que eu tenha vindo a acompanhar a série com bastante prazer.

http://www.foxhome.com/buffy4dvd/
http://www.foxtv.de/?p=serie&s=buffy&page_id=episode&epsd=66 [DE]

25 dezembro 2005

Plágio natalício

O Natal foi a chatice de sempre, mas mesmo assim parece-me que as televisões se esforçaram e, em vez dos filmes de sempre passaram novidades como o Stuart Little 2, Eduardo mãos de tesoura (é um filme natalício mas não passa com frequência no Natal) e outros que não sei quais pois no Natal não costumo de ter oportunidade de exercitar o meu vício. Que me tenha apercebido não deu It's a Wonderful Life pela 1000nésima vez nem a Música no Coração.

A única coisa de chocante que percebi foi ver que os separadores natalícios da SIC têm as mesmíssimas músicas que os separadores natalícios da TCM. Não me parece que tenha sido o Ted Turner a seguir minuciosamente a programação da SIC para a copiar, portanto das duas uma: ou a SIC tem um patrocínio, até agora desconhecido, de Ted Turner ou são mesmo plagiadores... enfim, é a lei do menor esforço...

17 dezembro 2005

And now, for something completely different!

É uma pena a RTP Memória ser tão pouco fiável na programação, acabei de ver o finzinho de um episódio da fa-bu-lo-sa série Monty Phyton's Flying Circus!

É a melhor série de humor (britânico) que já vi em televisão e difícilmente outras lhe chegam aos calcanhares. Sou completamente fã do grupo e, até hoje, sigo os passos dos seus membros fielmente, desde os filmes de Terry Gilliam até aos documentários/viagens de Michael Palin, passando, claro, pelas performances em cinema de John Cleese e dos restantes (ainda vivos).

A mais forte recordação que tenho da série foi, quando a vi pela primeira vez, nos anos 80, ter deixado totalmente de ver as novelas brasileiras, nas quais sou completamente vidrada até hoje, porque passavam ao mesmo horário na RTP1, enquanto que os Monty Phyton passavam na RTP2. Ou então quando, mais tarde, não parei de rir quando vi, pela primeira vez no cinema, The Life of Brian.

Não tenho explicação possível para as sensações que vivo ao ver seja o que for da série, só sei que rio com vontade e do princípio ao fim. Isso basta! Pena que a série seja longa e os DVDs caros...

http://www.pythonline.com/

RTP Memória
sab. 15:00
dom. 21:00

16 dezembro 2005

Fernsehen

Alemão deve ser das línguas que conheço a única que não usa a palavra "televisão" ou similares (television) para descrever o alvo do meu vício. Contudo quase que se limitaram, do mesmo modo que dobram tudo para alemão, a traduzir a palavra: fern=longe + sehen=ver.

Na semana que passou tive uma pequenina oportunidade de fazer um zapping pela televisão alemã, um pouco para ver o que se passa por lá. No geral apanhei notícias, talk-shows, muita TV-Shop e alguns concursos, nada que me chamasse a atenção. Um pouco por isso parei na ORF2 (canal Austríaco) num programa/documentário sobre as tradições da Áustria com um apresentador, a que rápidamente chamei "Pai Natal à civil", a deambular por montanhas e vales com pequenas casinhas típicas e, a cada 10 minutos, uma banda a tocar Blass Musik (=bandas típicas de música com instrumentos de sopro). Era bonitinho e mostrava, de certo modo o que, para um latino, será a região no mais tradicional. Por isso o programa, que para um alemão talvez fosse uma grandecíssima seca, para mim cumpriu a função de entreter por alguns minutos sem exigir muita concentração.

Mais tarde, falando com alemães, fiquei a saber que lá como cá passam as séries da moda (Desperate Housewives, Stargate, etc.) e alguns filmes de interesse. Como os meus interlocutores não são pessoas que vejam frequentemente televisão e também não lhes conheço bem os hábitos e gostos, não deu para perceber mais. Há uns valentes anos atrás, quando ainda não havia por cá nem canais privados nem TV por cabo ou satélite, a nossa RTP era bem melhor que a média das televisões alemãs. Hoje-em-dia parece-me que quase todas as televisões da Europa devem ser semelhantes fora as excepções causadas pelo gosto de cada país.

http://tv.orf.at/
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