TV-CHILD É UMA DESIGNAÇÃO QUE SE PODE DAR À MINHA GERAÇÃO, QUE CRESCEU
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26 agosto 2006

Blitz

Hoje finalmente comprei a nova revista Blitz e fiquei muito bem impressionada! Mesmo a temática sendo quase exclusivamente musical, o antigo jornal, barato e modesto, que se lia num dia e cujo clímax era o "pregão da semana" cresceu, transformou-se num jornal mais sério, ganhando qualidade sem perder o sentido de humor nem se levar demasiado a sério para agora ser uma impressionante revista mensal.

Gostei dos artigos, com continuado interesse na contextualização nacional e textos originais. Gostei do grafismo que não tenta ser "moderninho" nem "design", tendo um ar mais manual e um visual muitíssimo adequado ao tema, a música com cores fortes, tipos de letra de jogo de computador e pormenores gráficos planos sem mariquices.

Espero que não seja mais um daqueles projectos excelentes, mas que, porque não trazem um guarda-chuva, saco, chinelos, colar, DVD, etc. todos os meses, acabam por morrer, pois parece que hoje-em-dia o jornalismo é vender extras...

Blitz: nunca se ouviu uma revista assim!

Pensava que este ano seria diferente...

Pois... andava eu, no início de Julho a achar que este verão não haveria travessia no deserto... enganei-me, mas a esperança é sempre a última a morrer!

Fora uma estreia ou outra nos espaços infantis algo alargados, mas nem por isso, a televisão pública tem sido uma conjugação de repetições e repescagens, algo cansativas. Só escapa a pequena nostalgia de rever um ou outro filme mais acarinhado nas noites da RTP1. A SIC tem exagerado na Floribella (confesso-me fã, mas não é preciso exagerar!) e a TVI tem cada vez menos interesse. A 2: lá continua, mas, por incrível que pareça, ainda não me habituei à grelha, ainda procuro a Britcom aos sábados à noite, a seguir aos Simpsons ou Futurama, ainda faço zapping lá para as 11 da noite na vã esperança de um filme decente a essa hora e não documentários ou entrevistas monótonas da Ana Sousa Dias a pessoas eventualmente interessantes. Há hábitos que custam a passar...

A acrescentar à falta de imaginação dos directores de programas e ao calor, também tenho andado com falta de paciência para zappings à procura de satisfazer o vício. Devo estar numa fase de "alta", não tenho sentido muita necessidade irracional de ficar colada ao aquário. Acho que a morte do GNT contribuiu bastante para isso.

14 agosto 2006

A gata e o morcego

Concordo com a maioria que o filme Batman: The Beguinning é mais fiel ao espírito da banda-desenhada e mais: gosto imenso do Christian Bale e acho que ele deu o melhor Batman de todos. Mas... ao rever Batman Returns hoje na RTP1 veio-me uma nostalgia tanto deste filme como dos filmes de Tim Burton antes de ele tentar ser um realizador sério.

Não é realmente um Batman genuíno, mas na sua versão Tim Burton adicionou bastante à personagem e este filme, que gozou de maior liberdade criativa, é um dos exemplos máximos da imagem de Batman na cabeça de Burton. Para além do óbvio ambiente gótico-dark, etc., etc., um dos factores mais deliciosos deste filme são os diálogos picantes entre Batman e a fa-bu-lo-sa Catwoman de Michelle Pfeiffer:


Batman: Mistletoe
can be deadly if you eat it.
Catwoman:
A kiss can be even
deadlier if you mean it.
Mesmo se não se vir o filme com atenção, outra coisa que salta à vista, mais aos ouvidos, é a fantástica banda-sonora de Danny Elfman, uma das suas obras-primas, anterior à fase de auto-plágio.

Por razões como esta vale a pena ver, de vez em quando, um filme na TV, principalmente se a escolha é melhorzita, como na RTP1.

Batman The Motion Picture Anthology 1989-1997 DVD Site

07 agosto 2006

*centro de cuidados diurnos

Mais uma pérola das traduções dos anime a passar nas televisões públicas. Desta vez foi na série Tokyo Mew Mew (Mew Mew Power no título adoptado, mas não traduzido, em Portugal). Até parece (provávelmente é) feita por um tradutor automático, tipo babelfish... Se for, o mais escândaloso é que não haja um director de dobragens/actor de dobragens que repare num erro tão estúpido!
Day Care Center é creche ou infantário em português!

day care

03 agosto 2006

A saia da Floribella

Se há coisa que nesta terra se continua a não saber fazer como deve ser é um bom merchandising ligado a um produto pop televisivo que não provenha de uma multinacional.

Já tinha visto no Herman SIC um desfile das roupas oficiais da Floribella ("com etiqueta!") e tinha ficado bem desconfiada que, para além de pouquíssima variedade, as roupas não têm graça nenhuma. Hoje tive de ir a um Continente e aproveitei para dar um olhinho e ver se valem mais a pena que as dos chineses e o que vi foi deprimente.

As roupas são fabricadas pela marca do Continente e da Sonae, mas não têm absolutamente graça nenhuma. A única peça que se safa são os ténis cuja marca, Bamba, é internacional e a mesma que os fabrica para o Brasil. As T-shirts não têm gracinha nenhuma, e mesmo ao lado havia umas, muito menina, muito Floribella, mas simplesmente da marca Continente, bem mais giras!
As verdadeiras saias (as da etiqueta) não as vi lá, deviam estar esgotadas, mas pelo que já me deu para perceber não valem nada. Quem as desenhou e fabricou não percebeu o que verdadeiramente fascina uma miúdinha de 6 a 8 anos nas roupas de Flor! O que as rapariguinhas querem é roupa colorida e de princesa, o que as eventualmente fascina na roupa da Flor são as cores vivas, os padrões (flores, borboletas, corações), as mangas de balão, as saias muito rodadas, o tulle, muito cor-de-rosa e tudo quanto pertence ao imaginário cor-de-rosa, cheio de folhinhos onde cabe também a Barbie e afins. Isto mais o stand do Continente que, para além de extremamente desarrumado e desfalcado, já agora poderia ter um cartaz ou letreiro (giro!) a indicar que é o stand das roupas da Floribella!

Ora as saias oficiais da Floribella são essêncialmente brancas ou cor-de-rosinha ou azul-bebé, lisas, com um único estampado, sempre igual, das mesmas flores, sem graça, tão pouco rodadas que em vez de serem saias semi-circulares são saias em A-quase-justas e o folho/saiote de tulle tem cores muito pouco vivas e contrastantes, para além de ser desporpocionadamente longo. Se as miúdas destas idades-alvo normalmente ainda não têm cintura definida e alguma pancinha de bebé, a única maneira de as saias fazerem um efeito engraçado é serem rodadas e não andarem a poupar tecido num produto óbviamente muitíssimo rentável!

Deveriam ter interpretado melhor o guarda-roupa da Flor que tem mais de infantil e do imaginário infantil que as roupas totalmente sem-graça que a Sonae colocou no mercado. Depois ainda se admiram de as pessoas as comprarem nos chineses: apareceram primeiro, são mais bonitas e coloridas e provávelmente mais baratas! Com a falta de genica e dinamismo com que um tão bom produto de merchandising é tão mal aproveitado, assim não há quem saia da crise económica!

Só espero que o restante merchandising não seja o horror que apareceu ligado à também horrorosa série infantil Neco...

SIC Online - Floribella
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