TV-CHILD É UMA DESIGNAÇÃO QUE SE PODE DAR À MINHA GERAÇÃO, QUE CRESCEU
A VER TV. ESTE BLOG É 90% SOBRE TV, 10% SOBRE OUTRAS COISAS.

03 fevereiro 2008

e a flor murchou...

Agora que finalmente a Floribella acabou de vez, aqui ficam os pensamento que fui acumulando nestes meses.

A segunda série começou logo coxa: o Frederico, o príncipe e grande amor de Flor, está morto, a série demorou demasiado tempo a estrear (quase 2 meses) e o horário mudou de nobre para vespertino, o que não ajudou nada.

Ao começar a ver a segunda série percebi logo uma série de elementos que passaram a fazer com que não desse nem metade do gozo a ver que a primeira: a empatia que existia entre Luciana Abreu e Diogo Amaral, não existiu entre Luciana e Ricardo Pereira (mesmo até ao fim). A continuação de um vício, que já se tinha notado no fim da primeira série, de aumentar em tamanho e número os subplots rocambolescos, sem grande critério e verosimilhança. A mudança de visual de Flor foi forçada deixando ela de ter o ar fresco que contrabalançava o excesso psicadélico do guarda-roupa e, por fim, a Flor quase não cantou ao vivo, todo o núcleo da banda foi de certa forma abandonado, sendo cantada apenas uma canção nova ocasionalmente e não por Flor. Nunca gostei muito das canções, continuei a não gostar muito das canções da segunda série, se bem que com alguma evolução, mas uma das "promessas" que nos fora dada inicialmente era a da banda, que seria o sonho da vida de Flor, mas isso perdeu-se de tal forma que já nem se tentava arranjar desculpas (na narrativa) para a falta de investimento na banda, no desfilar de peripécias na vida de Flor.

O próprio desempenho dos actores pareceu-me menos naturalista e senti um aumento de maneirismos em Luciana Abreu. Deu-me a impressão que se via um produto popular e colorido, mas sem que os envolvidos acreditassem muito nele. As bruxas, que muito tinham cativado o público na primeira série também ganharam demasiados maneirismos de modo a que já não convenciam ninguém, aos primeiros episódios, de que poderiam fazer algum mal a alguém. É verdade que todos sabíamos que elas nunca poderiam vencer, mas pelo caminho gostamos de achar que talvez até possam, é isso que faz um bom vilão e uma história cheia de picos de emoção.

Por outro lado, a campanha de promoção foi desequilibrada. Se por um lado houve mupis e anúncios de página inteira a anunciar a série e a qualidade do design do merchandising melhorou consideravelmente, por outro foi bastante demorada a sua chegada e muito menos numerosa. As novas peças de roupa marca Floribella eram bem mais vestíveis, engraçadas e bem feitas e o jogo, que saiu muito recentemente, tem muito bom ar.

Ao longo dos meses em que foi exibida a série a SIC demonstrou insegurança no produto através de anúncios contraditórios, mudanças de horário, falhas na exibição, tudo sem pré-aviso, episódios exibidos duas vezes seguidas, montagens em que só 25% do episódio eram cenas novas, a série arrastou-se infindavelmente até que acabou um mês depois do anunciado, sem pompa nem circunstância. Ainda existiram as polémicas cor-de-rosa acerca de uma provável zanga entre a protagonista e a estação, facto que não me parece que tenha beneficiado alguém.

Enfim... continuo cheia de pena que a Floribella tenha, apesar do sucesso, sido tratada acima de tudo como produto de segunda por ser alegre, colorido, excêntrico e para miúdos, mudando este tratamento apenas quando o dinheiro falava mais alto. Ainda acho que poderia ter sido um percurso mais digno, especialmente esta segunda série que ficou bastante aquém da primeira.

Floribella

0 zappings:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

false

false