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23 fevereiro 2009

81 Oscars de (B)ollywood?



Este ano a cerimónia dos Oscars foi diferente em quase tudo, até nas tendências das fatiotas, que neste ano não encontrei nenhuma. Havia de tudo: vestidos sereia, drapeados, vestidos princesa, vestidos tubo, assimétricos, com cauda, sem cauda, rendas, cetins, sedas, chiffons, lantejoulas, plumas... De todos eles, os vestidos acima foram os que mais me chamaram a atenção, por isso este ano não há desenho. O de Viola Davis pelo seu ar clássico de Hollywood anos 30, no corte e no plissado dourado, muito bonito e elegante. O de Sarah Jessica Parker pelo seu ar diáfano (todos os vestidos de princesa deveriam ter este ar diáfano) e pelos maravilhosos acabamentos. Nos homens ainda menos tendência vi, apenas que cada um vai como quer e que o fraque clássico está mais que em desuso. Isso sentiu-se especialmente quando Hugh Jackman, a dada altura da cerimónia, aparece assim vestido (mas já lá vamos). Amei ver o maravilhoso Tim Gunn na passadeira vermelha a fazer os costumeiros comentários acerca dos vestidos e dos fatos. Nada como um verdadeiro conoisseur para o fazer como ninguém! É pena os comentadores portugueses e a TVI ainda acharem esta uma parte menor da cerimónia, não passando o programa Red Carpet na íntegra e comentando SEMPRE em cima do que eles estão a dizer, não deixando ouvir os comentários fúteis sobre a roupa. É para isso que vemos o Red Carpet!

Hugh Jackman não foi o apresentador mais notável ou brilhante de uma cerimónia dos Oscars, mas como este ano a estrutura mudou radicalmente, foi um apresentador à medida. Gostei muito de o ver cantar e dançar no estilo musical clássico e o número de abertura em estilo "Oscar-crise deux mil et neuf" foi engraçado.

Sim, a estrutura mudou muito e, apesar de ter muito menos intervenção do apresentador principal, acabaram com as redundantes apresentações dos apresentadores e se resumiram a três intervenções brilhantes e muito hollywoodescas. Gostei mais deste estilo de cerimónia, foi mais ágil, com mais ritmo, a encenação de cada apresentação foi diferente para cada categoria, sem repetir fórmulas (excepto para os actores), juntaram em blocos categorias da mesma família (mais uma vez com excepção para os actores), não houve discurso do Presidente da Academia. Foi mais aquilo que eu sempre esperei de uma cerimónia dos Oscars (desde há uns 10 ou mais anos que sempre fiquei um pouco insatisfeita), não dependendo tanto das "supresas" ou intensidade com que o público vibra com a escolha dos premiados, e toda a gente se pareceu divertir mais. E a cerimónia não foi mais curta como apregoado, pareceu mais curta porque nos manteve sempre atentos ao ecrã, mas não foi. Nos últimos anos, ao ritmo que as coisas iam, qualquer dia a cerimónia teria apenas uma hora, mas este ano acabou na zona confortável das 5h da manhã (já acabou perto das 4h e já acabou depois das 6h).

Mas o grande clímax e melhor parte da cerimónia foi o fabuloso número de homenagem ao Musical cantado e dançado por Hugh Jackman (de cartola e a começar por Top Hat) e Beyoncé Knowles e coreografado por Baz Luhrman. O número começava ao bom estilo de velha Hollywood, relembrando os números nos filmes de Busby Berkeley ou de Fred Astaire (cá está, Top Hat), transitando para melodias mais modernas sem quebras e sem perder a graça. A-DO-REI!

Gostei dos discurso de Penelope Cruz, talvez a maior surpresa da noite, adorei ver Eva Marie Saint ainda com excelente aspecto a apresentar, tenho de ver In Bruges, pois quero ver Ralph Fiennes a falar cockney, fiquei triste por os candidatos à Longa de Animação serem todos em animação 3D, fiquei satisfeita por os unicos dois filmes japonese candidatos terem ganho o Oscar na respectiva categoria (La Maison en Petits Cubes, de Kunio Kato e Departures, de Yojiko Takita), adorei a homenagem merecida a Jerry Lewis, se bem que "desviada", ri-me com a gaffe do ano, pois apresentaram Sir Ben Kingsley e esqueceram-se do "Sir" de Anthony Hopkins e gostei da postura de Mickey Rourke e do carinho com que a maioria dos colegas se referiu ao seu regresso.

Então e Bollywood? Pois, é muito curioso pensar que Slumdog Millionaire, um filme inglês filmado na Índia com actores indianos, tenha sido o grande vencedor da noite. Parece que não foi só Barack Obama que mudou nos Estados Unidos, a mentalidade geral também!

Espero que mantenham o estilo da cerimónia para o ano, em termos de espectáculo foi das melhores do últimos tempos, verdadeiramente encenada, sem quebras de ritmo, sem a sensação de partes redundantes ou inúteis focada no principal, no cinema e nos prémios.

OSCAR.com

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