Stephen Soderbergh e a sua equipa consultaram especialistas, escolheram um novo e inusitado local, a Union Station, uma estação de comboios funcional, no centro de L.A., limitaram os convidados e testaram toda a gente. Os grandes átrios e pátios da estação art déco foram redecorados, e o átrio maior, que serviu de sala para o evento, com cabines e mesinhas em socalcos para os convidados, um palco baixinho com uma cortina azulão com cordões dourados, como pano de fundo. Fez lembrar os clubes nocturnos dos anos 20-30, onde se deram as primeiras cerimónias dos Oscars. Gostei muito! Gostei de se encaixar como uma luva no estilo art déco da estação, parecia que sempre foi assim, gostei da elegância e ao mesmo tempo simplicidade do décor. Porque se tratou de um décor, construído para a ocasião.
A cerimónia deu-se nos mesmos moldes "simplificados" do espaço. Com as performances musicais a decorrer num espaço e tempo à parte, No terraço do Museu de Hollywood, ainda a inaugurar. Essa foi a parte que tive mais pena, de não se assistir, aos concertos durante a cerimónia, mas posso vê-los depois, se fizer mesmo questão.
Já volto à cerimónia, mas quero despachar a outra grande mudança, de volta à emissão pela RTP. A RTP resolveu não seguir o exemplo e fazer uma apresentação comedida, e criar uma coisa aparatosa no Cinema São Jorge. Podem argumentar que assim estão a apoiar a cultura em Portugal, ao usar uma das salas mais usadas em Lisboa, só que não. Quem trabalha no Cinema São Jorge, trabalha para a EGAC, a empresa da Câmara que gere a área da cultura em Lisboa. Essas pessoas estão a contrato e, durante a pandemia, mesmo não havendo eventos na sala, receberam o seu ordenado, que vem do mesmo sítio que os das pessoas da RTP, o Estado. O programa da RTP teve 3 fases/núcleos: a ante-estreia do filme Minari (?), antes da cerimónia; uns caramelos a comentar o que se comenta nas redes sociais e a Catarina Furtado e o Mário Augusto, sentados no foyer superior do São Jorge, com 4 doses de convidados (aos pares), a comentar as cerimónia. O Mário Augusto continua o mesmo boçal de sempre. Que insistência idiota foi aquela do cinema clássico? Isso já não existe! A Catarina Furtado a mesma parvinha que sempre foi. Quando teve a Ana Rocha à frente, só soube perguntar-lhe porque o filme dela não foi candidato aos Oscars. Cringey! Que vergonha! Felizmente a Ana Rocha parece ser inteligente e deu uma boa resposta. E nem todos os convidados fizeram o trabalho de casa: Joana Barrios, moça com quem simpatizo bastante, confundiu o estilo de Paco Rabanne com o de Pierre Cardin. Ambos são do "space age", ambos são contemporâneos, mas tiveram estilos bem diferentes! Vindo de alguém convidada como especialista em moda, é mau. Depois Jorge Paixão da Costa quis andar na picardia com Vicente Alves do Ó, por questões parvas de gosto. Felizmente o Vicente não lhe deu corda, mas o homem não se calava! Há um fosso de diferença entre um cineasta e um cinéfilo, são poucas as pessoas que são ambos.
Felizmente, felizmente, apesar de não mostrarem rigorosamente nada do Red Carpet, a comitiva tuga não se sobrepôs quase nada à cerimónia. Mas depois o extra do After Party foi ainda pior que o Red Carpet, era só ouvir aquela malta no blá blá blá... Mas foi fixe ver lá o Artur Ribeiro, espero que o filme dele finalmente estreie em breve.
Carey Mulligan, em Valentino |
O Red Carpet. Vi sobretudo fotografias, foi simples e pequeno, pois o número de vedetas convidadas era consideravelmente inferior. Os vestidos tenderam outra vez para os dourados, e foi muito bom ver uma boa percentagem dos homens a usar um estilo menos clássico, com rosa choque e dourado entre algum veludo. Adoro veludo! Gostei particularmente bastante do de Carey Mulligan e da Zendaya.
A cerimónia começou bem, com um genérico funky anos 70, e música a condizer. A orquestra foi eliminada e tiveram um DJ, o que tornou tudo mais leve e menos chato. A música era disco, pop, funk e pontuou muito bem as apresentações e discursos. Já ninguém aguentava aquela musiquita dos Oscars! Os discursos fluíram, não foram interrompidos, foram interessantes na maioria, e com conteúdo, sem precisaremde ser provocadores. Houve alguns agradecimentos aos pais, mas cada vez menos a Deus. Ufa! Quando se via a plateia, via-se sempre os vestidos de Carey Mulligan e de Amanda Seyfried x'D E adorei o anticlímax final, deixaram o melhor actor para o fim, sim, trocaram a ordem toda à entrega dos prémios, provavelmente a achar que Chadwick Boseman iria ganhar postumamente, em que Anthony Hopkins venceu, sem estar presente na cerimónia, nem sequer aceitar em vídeo. 5h da manhã no Reino Unido, o senhor estava sossegadinho na cama! Hahaha!
Estava a pensar, quando vi o alinhamento, yay, este ano temos direito a after party, e depois a menina Catarina e Ca. não nos deixaram ver! Cada vez menos me preocupo em ver os filmes antes sa cerimónia, não é necessário. A cerimónia tem tido a função de me mostrar quais os filmes me podem interessar ver, e é assim que a vejo agora. Interessei-me por The Father e Manx. Gostei bastante desta cerimónia, gostei do formato mais simples. Via-se toda a gente e nem senti muita falta de um apresentador e piadinhas fora de prazo. Só tive pena, como já disse, de os números musicais não estarem incluídos no tempo da cerimónia, mas tivemos uma pequenina rábula mais ou menos a meio. Nos últimos anos, mesmo sem pandemia, a cerimónia tinha se tornado uma grande seca, não me lembro de quase nada da do ano passado. Mas andava cansativa, com coisas a mais, este formato é bom, seria bom se o mantivessem.
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