TV-CHILD É UMA DESIGNAÇÃO QUE SE PODE DAR À MINHA GERAÇÃO, QUE CRESCEU
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29 julho 2006

Product placement

Product placement é o termo técnico que se usa para falar da introdução de marcas patrocinadoras de um programa de televisão (ou filme) no próprio programa. Desde os primórdios da ficção televisiva portuguesa que o product placement é bastante mal feito: na maioria das vezes apesar de estar a decorrer acção com as personagens, o que é filmado em destaque são os produtos o que fica forçadíssimo, desconcentra o espectador da acção e, pior, toda a gente dá por isso! Infelizmente sei que muitas vezes a culpa de isso acontecer é o próprio patrocinador que "exige" que determinado produto de sua marca seja filmado em grande plano por x segundos.

O problema é que os produtos deveriam ser inseridos naturalmente, como se do dia-a-dia daquelas personagens se tratasse, aliás, quem vive num mundo moderno sem marcas? Impossível! Os produtos devem ter a ver com a situação e as personagens, isto é, deve haver uma escolha dos produtos, como se fossem as próprias personagens que os comprassem. James Bond ter um carro desportivo de luxo faz todo o sentido, mesmo que se tenha abdicado da marca Aston Martin. O carro que a BMW arranjou para substituir é plausível. O mesmo se aplica aos relógios da Omega, faz todo o sentido James Bond ter gadgets no relógio, portanto planos de pormenor do relógio fazem sentido.

Que as personagens de Uma Aventura passem a vida a lanchar faz sentido, são adolescentes, precisam repôr enenergias. Agora que coloquem repetidamente (num só episódio) os bolos da Dan Cake em grande plano para eles escolherem é idiota! Quando se lancha em casa esse tipo de bolos, normalmente, quando estão na mesa, já estão fora da embalagem. Se porventura estão dentro da embalagem não é introduzindo um diálogo completamente forçado de qualquer coisa como: «Que bolos Dan Cake vais escolher? Tostas, brioches ou queques?». Idealmente, e se querem que os bolos pareçam apetecíveis, põem os miúdos a atirar-se directamente à embalagem, filmada de modo a se ver o rótulo, mas sem desviar a atenção da acção, e a comer com um ar satisfeito. No episódio Uma Aventura no Algarve temos mais que uma situação com diálogos metidos à machadada na acção e nunca vemos os miúdos a consumir o dito produto. Para mim é estúpido e mal feito!

Por outro lado na Floribella, se bem que ainda artificial, com diálogos forçados e demasiada insistência em determinado produto, já o product placement tem sido feito de um modo ligeiramente mais integrado na acção e discreto. Se bem que quando alguém falasse da bandeira humana, não se falaria logo e com ênfase do BES, ou quando Pascoal instala o Pay Shop no café, bastava um deles, que não saberia o que é (e as personagens mais plausíveis seriam aquelas que pagam as contas, por exemplo Helga, a governanta) perguntar e utilizar uma vez, para, nas cenas subsequentes, em situações ao balcão, (e temos 3 personagens, três!, da novela a trabalhar naquele café!) se ver um figurante a fazer um pagamento.

Ainda há muito que aprender neste campo, mesmo os brasileiros de vez em quando não fazem o product placement de forma subtil e integrada, até agora só mesmo em filmes e séries norte-americanas é que vi product placement bem feito. Já não me lembro concretamente o que era, mas tenho uma ideia de ver personagens de uma qualquer série a beber Pepsi, quando o natural seria beber Coca-Cola, mas de modo tão integrado que só se percebia que era product placement pelo facto de se estranhar não ser um produto em vez de outro. Não havia ninguém a dizer «mmm, que boa é esta Pepsi!» ou coisa parecida!

Googlei a expressão product placement e, com a gigante quantidade de sites a falar de como fazer um bom product placement, começo a achar que não há mesmo desculpa para isso ser tão mal feito nas séries portuguesas. Só não faz bem feito quem não quer!

How Stuff Works - How Product Placement Works

19 julho 2006

Actor

Foi com muita pena mas pouca surpresa (devido ao cancro de que sofria) que soube hoje da morte de Raul Cortez. Como fã de novelas brasileiras que sou há tantos anos, este era uma daqueles actores cuja carreira já seguia com atenção desde os anos 80. Sempre me impressionou bastante o magnetismo e charme deste homem, que não era particularmente bonito, mas cuja presença no pequeno écran foi sempre inesquecível. Foi um excelente actor, cheio de estilo e com uma linguagem física fora do comum.

16 julho 2006

Intervalo

Não sei o que se passa ultimamente, mas a quantidade de publicidade engraçada e interessante na TV portuguesa tem proliferado. Entre vários estes três são os meus preferidos no momento:

3º lugar:

SKIP Sabão natural



É completamente pimba e popularucho, mas está hiper bem feito e, se olharmos com atenção, muuito engraçado. Por outro lado, usar música pimba, filmar em Alfama com decorações de Santos Populares tem tudo a ver com o produto, o sabão natural.

2º lugar:
Pedras melão



Goza com todos os clichés da praia, principalmente com a "gaja boa". A ideia de usar aquele jogo de praia do vai-e-vem foi brilhante. Não é costume a
Água das Pedras ser tão engraçada!

1º lugar:
B! Abacaxi



Ganha pelo surrealismo e pela ironia! É daqueles anúncios para ver e rever e analisar todos os pormenores. Gosto do gato a balir e do ar e da fatiota da "menina" no final!


Por último, o novo anúncio da Clix ADSL 20 Megas usa a música da Efémera da Vodafone, porque será??!!!!

13 julho 2006

Entrevistadores

Para mim os entrevistadores/moderadores de debates nas televisões portuguesas deveriam ser todinhos reeducados!

Ao ver um bocado da entrevista de Maria João Avilez ao Primeiro Ministro José Sócrates, por mais interessada que pudesse estar no conteúdo das informações que o P.M. pudesse me dar, acabei, como sempre, enervadíssima com a entrevistadora que não deixava o homem acabar uma única frase sem o interromper! Até José Sócrates a chamou a atenção para o facto mais que uma vez. Este é um péssimo hábito dos nossos entrevistadores que resulta não só em faltas de educação para com os entrevistados como numa enorme dificuldade em passar qualquer tipo de conteúdo para os espectadores de um modo fluido e acessível.

Neste caso concreto vejo duas possibilidades para isso acontecer (fora uma simples falta de educação, de não deixar o outro falar até ao fim): ou Maria João Avilez quer enfiar o Rossio na Rua da Betesga, pedir o relatório de contas completo de 16 meses de governo a José Sócrates (seeeeeecaaaaa) ou Maria João Avilez gosta mais de se ouvir (e que voz mais desagradável!) que ao seu entrevistado e, com isso ser-lhe-á impossivel deixá-lo falar até ao fim.

O que lhe vale é que José Sócrates é um tipo calmo e pragmático, que não tem por hábito ser um demagogo (dento da norma dos políticos portugueses), e por isso talvez algum conteúdo tenha passado ao comum mortal, que o que percebe de política ou economia é o que lhe toca diáriamente nas contas que tem de pagar ou ver se o orçamento lhe dá até ao fim do mês e se ainda dá para ir passar um fim de semana fora com a família.

A única excepção a esta regra é Ana Sousa Dias, mas neste caso o que acontece é o contrário: a voz suave, todo aquele excesso de boa educação e intelectualidade resulta em entrevistas que se arrastam e que fazem adormecer o mais eléctrico dos portugueses. Recomenda-se para quem sofre de insónias!

Não peço apresentadores ao estilo deste ou daquele, peço que sejam pessoas educadas mas que saibam estar em televisão, que sejam uns comunicadores. Que saibam quando interromper, aproveitar oportunidades para mudar de assunto e que elaborem a grelha de perguntas de um modo pertinente e flexível de maneira a abordar o mais variado leque de assuntos do interesse do espectador no menor espaço de tempo.

Maus muito maus e bons muito bons

Já há muito que não falo por aqui de novelas brasileiras, mas agora que estreou uma nova e que promete, talvez seja o momento.

Ultimamente as novelas brasileiras têm andado chatas, desde Da Cor do Pecado, Alma Gêmea ou Senhora do Destino que não estreia nada de interessante. Belíssima prometia muito com as lindíssimas imagens da ilha de Santorini e um cast de primeira, mas aborreceu logo aos primeiros episódios. Nem o Gianecchini num engraçadíssimo primeiro papel de comédia, ainda por cima a fazer de mecânico bronco (muitas imagens sem camisa) safou a novela.

Agora Cobras & Lagartos promete mesmo: tem Marília Pêra, que é simplesmente genial; Francisco Cuoco que tem sabido gozar com a própria imagem como poucos; Carolina Dieckman e Taís Araújo em papéis completamente opostos ao habitual e, principalmente aos últimos que lhes deram imensa notoriedade e sucesso (Isabel/Lindalva em Senhora do Destino e Preta em Da Côr do Pecado, respectivamente), como duas boazonas interesseiras de éticas duvidosas. Pena é que Mariana Ximenes, que tem imenso jeito para a comédia (ver o seu papel em Uga Uga que estava a dar no GNT - snif! -), tenha voltado ao papel da menininha ingénua e bonitinha... a ver vamos.

A suportar estes actores a Globo deve ter feito uma estatística dos actores com maior sucesso nas últimas novelas que estavam disponíveis e foi buscá-los a todos: à Senhora do Destino, a América, Da Côr do Pecado, A Lua me Disse, etc.

Outro factor extremamente importante e que normalmente me cativa ou não numa novela é o ambiente em que ela se passa: esta é claramente uma novela cheia de luxo como poucos usufruem, pejada de intriga palaciana e o clássico conflito exagerado entre pobres bonzinhos ou malandros e ricos cultos ou corruptos. Às vezes acho piada às novelas mais realistas, principalmente as de Glória Perez (se bem que América me desiludiu um bocado), mas o que se pede numa novela é exagero e não naturalismo. Em épocas de crise é quando mais ainda se gosta de ver gente bonita, bem vestida, a fazer coisas que o comum mortal só sonha ver na televisão. Maus muito maus, bons muito bons e um bom triângulo, quando não quadrângulo, amoroso à mistura. É a ilusão a funcionar no nível máximo!


Só foi pena a SIC não ter estreado Bang Bang (apesar de ainda a ter anunciado), pois só cá falta Sidney Magal para o pacote ficar quaaaase completo! Novelas de comédia, principalmente as que saem de ex-elementos da Armação Ilimitada, são as minhas preferidas!

Cobras & Lagartos

SIC
2ª-sab. 22:00 (mais coisa, menos coisa)

07 julho 2006

*vintoras

Juro que me irrita ouvir o locutor da SIC dizer: "... Alemanha - Portugal, às vintoras."
É vinte horas, homem!

02 julho 2006

*dividir e conquistar

Não é própriamente um erro, mas a tradução do título do episódio da série de animação Witch (02.07.2006, SIC) foi mal feita.
Divide and conquer, traduzido à letra, realmente é dividir e conquistar, mas aqui trata-se de uma expressão que, correctamente traduzida para português ficaria dividir para conquistar.
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