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28 fevereiro 2011

*luxúria

A primeira vez que ouvi esta palavra mal utilizada foi quando a irmã do moço que matou o Carlos Castro se referia ao estilo de vida que ambos levariam em Nova Iorque. Dadas as circunstâncias, o significado real encaixava e deixei passar. Mais recentemente, na legendagem de Kochi Kame (uma série de anime a dar no canal Animax) apanhei o mesmo mal-entendido.

O que acontece é que as ditas pessoas, para se referirem a excesso de luxo, têm empregue a palavra luxúria, mas pelos vistos não frequentaram a catequese (eu não frequentei e sei!) e não decoraram os sete pecados mortais! Luxúria é sensualidade, lascívia, no sentido mais erótico e sexual que se possa pensar; luxo, por sua vez, é ostentação, é excesso.

No primeiro caso, teria de perguntar à moça a que se queria realmente referir quando empregou diversas vezes a palavra luxúria, enchendo muito a boca (a luxúria realmente pode encher muito a boca...). Mas no segundo caso, em que a personagem se referia a uma vida de luxo, a palavra luxúria está realmente muito mal empregue, até porque, mesmo que por vezes seja atrevida, Kochi Kame não é suposto ter uma conotação sexual ou erótica forte.

luxúria
luxo

83 Oscars (aborrecidos)

Este ano não estou com grande paciência para longos posts acerca dos Oscars, talvez por terem sido bastante aborrecidos e previsíveis, sem grandes momentos de emoção.

Hilary Swank em Gucci, Helen Mirren em Vivienne Westwood
e Natalie Portman em Rodarte

Concentrando-me na passadeira vermelha, este ano foi mais interessante que nos anteriores, uma vez que houve algumas mudanças nas tendências. Muito vestido de manguinha curta, poucas jóias, muito rabo-de-cavalo, muito azul, lindíssimo azul, tafetás e brilhos. No geral achei todos os vestidos que vi muito interessantes, excepto o da Nicole Kidman, mas no caso dela acho que nem era bem o vestido, era geral. Ela estava com um ar miserável, de quem tentou disfarçar com maquilhagem. Infelizmente Nicole Kidman perdeu toda a frescura que tinha com maquilhagens exageradas e abandonando os seus fabulosos caracóis ruivos. Mas é lá com ela, deve achar-se bonita assim... Apesar de aparentemente ter feito sucesso nas comunidades fashionistas, também não apreciei muito do vestido de Cate Blanchett apesar de ela o vestir fabulosamente bem! Os meus favoritos da noite foram Hilary Swank, com um vestido brutal cinzento claro, num degradé de lantejoulas e cristais para plumas de avestruz, de Helen Mirren, num tafetá cinzento escuro magnífico, com uns ombros bem interessantes e Natalie Portman, fantástica num drapeado cor de vinho. Quem diz que é difícil vestir grávidas?? Em geral acertam sempre nestas coisas. Aliás AMEI o vestido de Portman nos Golden Globes! Gostei do dourado de Gwyneth Paltrow, do assimétrico da mulher de Mark Ruffalo, dos vermelhos de Scarlet Johansen e Sandra Bullock, do vestidinho de princesa de Hailee Steinfeld e da liga com a Union Jack de Helena Bonham-Carter (ela tinha ameaçado ir embrulhada numa Union Jack!). Nos homens: laços. Gostei especialmente do de riscas preto e branco de Coppola.

Ganhou Alice no guarda-roupa, de Coleen Atwood (merecido! mas previsível); Christian Bale, em The Fighter (dispensava o barbum, mas ele merece!); Natalie Portman, em Black Swan (yaaaaaaYYY Natalie!!!) e Colin Firth, em The King's Speech (merecia mais o ano passado mas continua a ser mais que justo!). Torci por todos eles, todos venceram. Houve a f-word pela PRIMEIRA vez nos Oscars (heheee, Melissa Leo!), Florence Welch dos Florence and the Machine, e Gwyneth Paltrow cantou!

James Franco não serve para estas andanças, Anne Hathaway é fabulosa e, dentro do possível, foi ela quem aguentou a apresentação da cerimónia. Kirk Douglas ainda rula! Vivam os velhotes de Hollywood!!

Oscar

__________
ERRATA: O vestido de Helen Mirren não é Fitriani, fui induzida em erro pelo próprio site dos Oscars, mas no FaceBook de Vivienne Westwood vem que é Vivienne Westwood Couture, o que faz todo o sentido, é bem coisa para sair das mãos de Vivienne!

26 fevereiro 2011

*corpete

Mas o que é que a palavra corpete tem de errado? Tudo, quando o que foi dito no original foi corsage!

Basicamente quem traduziu tal disparate nunca deve ter visto um filme de adolescentes/escola secundária norte-americano na vida!!! Gostava de saber em que redoma viveu! O disparate aconteceu sim num filme de adolescentes, chamado qualquer coisa como Revolta! (é com o Jeff Bridges e não lá muito mau).

Corsage realmente pode ser corpete (o termo mais utilizado é corset), mas no caso concreto é o ramalhete de flores que as meninas norte-americanas levam no pulso, oferecido pelo seu par, para os bailes de finalistas. E era esse mesmo o caso! Nem sequer imagino um adolescente oferecer ao seu par no baile um corpete em público! (HA HA HA HA HA!) Se o erro aparecesse uma só vez, até poderia ser uma branca ou distracção do tradutor(a), mas não, ao longo do filme fala-se no assunto umas 3 ou 4 vezes e foi sempre traduzido por... corpete!

corsage
ramalhete
corpete

20 fevereiro 2011

Ninguém dorme!

Gosto do formato do Portugal Tem Talento, mas, caramba!, já chega de Nessun Dormas! É verdade que foi a canção/ária que colocou Paul Potts no mapa, no programa gémeo britânico, mas há muitíssimas mais árias para tenores, igualmente românticas e dramáticas para tentar impressionar o júri! Aliás é o que mais há... Só eu, que não tenho visto o programa com atenção, já contei dois a cantá-la. Achei mais piada ao que cantou a Granada. Pelo menos foi original.

Mas gosto de o programa ser informal, de parecerem as audições na Sociedade Recreativa lá da terrinha, de a Bárbara Guimarães parecer uma pessoa e não um autómato. É um programa ligeiro de variedades, bom para um domingo à noite.

Portugal Tem Talento

03 fevereiro 2011

Cisnes e sapatilhas


Se há filme que poderia ser a sequência ou o remake mais distorcido da história do cinema de The Red Shoes é Black Swan! Antes de ver Black Swan já desconfiava, os sinais estavam lá todos, o que não sabia é que o patamar de qualidade é equivalente, com uma visão moderna do tema, de filmar, de ver.

Os paralelismos são mais que os óbvios: ambos os filmes utilizam a metáfora de um conto de fadas, transposto para bailado (se bem que as origens de ambas as histórias são bem diferentes) para recontarem o que a metáfora original propunha ensinar. Também é sabido que os contos de fadas são uma forma económica de dar às crianças lições de vida, portanto, neste tema fico-me por aqui. Depois há o tema comum, o mundo cruel do ballet como microcosmos de escolhas de vida. A obsessão das protagonistas com o ballet, o desfecho a que as leva a obsessão. O grafismo promocional semelhante, simples, de cores planas, directo na abordagem e com uma estética parecida, variando na escolha das cores, naturalmente. E por fim no modo de filmar.

Aronofsky é mais arrojado, moderno, claustrofóbico, mas Michael Powell e Emeric Pressburger, quando a narrativa assim o exigia, também o foram em Red Shoes. Há planos e cenas em The Red Shoes de uma inquietude em tudo semelhante a Black Swan e notei várias "citações" ao filme de Powell e Pressburger enquanto via o filme. Apenas numa coisa divergem, Red Shoes é mais lento no desenrolar, e o próprio tempo da história se estende muito mais que em Black Swan. Em The Red Shoes passam-se anos em Black Swan, meses. Black Swan também se concentra mais na personagem de Nina, como se de uma grande angular colada a ela se tratasse, é talvez o seu salto para a modernidade. The Red Shoes "mostra" mais, é mais descritivo, não deixando de ser tão intenso e emocional como Black Swan.

Outro paralelismo engraçado é o facto de The Red Shoes ser um dos mais belos exemplos do technicolor e de Black Swan, para além de a cor ainda ser tratada pela empresa Technicolor, ter sido visto por mim em cópia digital, límpida, impecável, de ser um exemplo a seguir do bom uso para uma cópia digital...

O certo é que Aronofsky deve ter visto The Red Shoes vezes sem conta, e, para mim, esta é uma sentida e merecida homenagem a um dos meus filmes preferidos de sempre... e mais que à altura!! A-DO-REI!

The Red Shoes (IMDB)
Black Swan

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