TV-CHILD É UMA DESIGNAÇÃO QUE SE PODE DAR À MINHA GERAÇÃO, QUE CRESCEU
A VER TV. ESTE BLOG É 90% SOBRE TV, 10% SOBRE OUTRAS COISAS.

31 dezembro 2006

*making off

Making Off é o nome português da rúbrica Hollywood One on One do Canal Hollywood na TV Cabo. O problema é que se se disser making off não se está a dizer como foi feito em portugês mas sim literalmente fazendo desligado, o que não só é estúpido como é um erro crasso em inglês. O termo correcto para os "documentários" que nos mostram como um filme ou espectáculo foi feito é making of, apenas com um F.

É um erro já cometido há algum tempo por muita gente em muitos meios, mas estar escrito num título de uma rúbrica/programa é um bocado demais!

making of

26 dezembro 2006

Mais uma vez a programação de Natal...

Para variar o Natal para mim não é época para dar largas ao abuso do vício e vejo pouca televisão. Apesar de se ter parado com o abuso que era a transmissão anual do filme It's a Wonderful Life (o filme é muito bom, mas já CHATEIA!) e de os canais generalistas terem feito alguma programação especial, principalmente dedicada às crianças (é o que se pede) a escolha de alguns filmes a transmitir é altamente questionável. Dia 25 de madrugada não é que a SIC, depois do filme catástrofe O dia depois do amanhã (blockbusters são sempre natalícios), passam Monster?? Acho que podiam ter esperado uns diazitos para passarem este filme...

23 dezembro 2006

Scooby-dooby-doo!!!!

Nunca fui uma grande fã dos desenhos animados de Hanna-Barbera, mas fizeram parte incondicional da minha infância televisiva. Também pudera, era um diferente todos os dias à mesma hora, durante anos a fio! E não havia muito mais...

Nem de todas as personagens/séries gostei, houve algumas que marcaram mais que outras: Tom Cat, Jana of the Jungle, Groovie Goolies, Mutley, Pepe Legal (a melhor dobragem de desenhos animados portuguesa de sempre: "altoaí, Babaloo!"), os óbvios Flintstones e Jetsons e, claro, Scooby-Doo, o que até hoje acho mais conseguido, não por ser forçosamente melhor do que os outros (não é) mas pelo factor kitsch de culto psicadélico, que acabou por se instalar nesta série mais do que qualquer outra (ver Wayne's World - os "scooby endings"; ou Buffy, the Vampire Slayer - o "scooby gang" e Sarah Michelle Gellar a fazer de Daphne no filme live-action).

A Joseph Barbera, que curta a assombrar uma das casas que o Scooby gang investigar.

Joseph Barbera
Scooby Doo

12 dezembro 2006

Saltitando por aí...


Madonna - Jump

Não é nada de especial, a própria Madonna já fez bem melhor a nível de videoclips, mas hoje, a passar nos écrans do Metro, chamou-me a atenção este vídeo, onde gostei de 3 coisas: do cabelo da Madonna (ultra liso, loiro platinado, com franja e mais curto que o habitual), de ser filmado nas ruas de Tóquio (aparentemente Shibuya e Shinjuku) onde se vê um exemplo de Torii (portais dos templos shintoístas) bem bonitinho e de ter parkour, a panca do momento mas que também me fascina, pelo menos a ver.

Este clip também me relembrou de outra coisa: não tenho prestado atenção suficiente a videoclips e no domingo reparei nalguns bem interessantes que passaram no Max Música na SIC-Radical. Antigamente era um dos formatos que mais consumia em televisão e, nos últimos tempos ando tão desactualizadinha... shame on me!

27 novembro 2006

Em City

Oz, ou Oswald Penitentiary é uma prisão antiséptica em que as grades das celas foram substituídas por painéis de vidro inquebrável e em que os guardas prisionais se confundem com os prisioneiros pois são tão prisioneiros como eles e tão corruptos como eles, os prisioneiros partilham a vida profissional dos outros trabalhadores, exercendo funções na cantina, enfermaria , etc. praticando os seus passatempos sejam eles a música ou o desporto.

Parecendo o espaço físico desta prisão um cenário de um filme de ficção científica, não se sabendo bem quem é quem, quem manda quem é obrigado a obedecer, quem controla o(s) diversos comércios lícitos e ilícitos, quem é corrupto ou honesto, cedo se confunde a penitenciária com a sua metáfora de Oz, a Emerald City do filme Feiticeiro de Oz. Através do aparente irrealismo do cenário e das situações insólitas que em muito devem ao abuso de drogas, Oz deixa de ser uma série realista, somos arrastados pela sua "trip", mas não deixa de ser um retrato cru e cruel do pior da natureza humana.

Para culminar temos o narrador mais improvável, Augustus Hill (Harold Perrineau), um pequeno criminoso, confinado a uma cadeira de rodas por causa do seu próprio abuso de drogas, mas que excepcionalmente se mantém neutro (e vivo!) entre tantas e tantas rixas sem fim.

Apesar de já ter visto melhor e de se notar algum (pouco) envelhecimento da série, Oz consegue impressionar ao ser políticamente incorrecta, ao mostrar os seres humanos como eles são sem pudor ou moralismo.

Oz

25 novembro 2006

Grande Bond!

Eu fui daquelas que torceu o nariz ao ver as primeiras imagens de Daniel Craig vestido de James Bond. Como fã da série que sou e tendo sido o meu primeiro James Bond Roger Moore, o meu preferido e, até hoje, o James Bond perfeito é Sean Connery. Quando Pierce Brosnan foi escolhido achei-o, e confirmou-se, canastrão suficiente para preencher bem o lugar, mas Daniel Craig, não fazendo o tipo físico de Bond, é impressionante!

Casino Royale apresenta-nos um James Bond mais bruto, implacável e ao mesmo tempo mais realista. Caiu a personagem de Q com os gadgets mirabolantes e com ele todo o irrealismo kitsch que fazia parte da série de filmes mas, segundo sempre me disseram, nunca dos livros, que não li.

Daniel Craig não tem o charme de Pierce Brosnan nem a ironia britânica de Roger Moore, mas tem carisma a jorros! O único James Bond anterior com carisma tinha sido apenas Sean Connery. Talvez o Bond de Daniel Craig seja o Bond que Sean Connery (e os realizadores/produtores) dos anos 60 gostariam que tivesse sido.

Estas jogadas de mestre, aliadas a um argumento acima da média para um 007, fazem de Casino Royale uma aposta segura. Fiquei fã de Daniel Craig!

Casino Royale

22 novembro 2006

TV day


Parece que dia 21 de Novembro é o dia da TV, facto que eu ignorava.
Para comemorar, fica este post e algumas séries que ando a ver no momento na minha SONY TV5-303.

20 novembro 2006

O pior cego é o que não quer ver

Buffy the Vampire Slayer, série 5, episódio 7 (Fool for Love): Spike volta a atacar, mas nem tanto.

Gostei principalmente da cena final em que Spike, munido de toda a sua arrogância e de uma caçadeira, vai a casa de Buffy para a matar de vez e em vez disso comove-se com a profunda tristeza dela e é quem, afinal, lhe dá um ombro amigo. Será mais que isso? Para Spike sim.

São sempre tão óbvias estas cenas em que alguém se apaixona por alguém mas não o quer admitir, mas, tal como uma boa cena de suspanse, funcionam sempre. Principalmente se a personagem é uma figura trágico-cómica como o Spike.

Noutros aspectos do episódio, Dru estava linda como nunca, no seu visual séc. XIX, e o Angel já deveria ter levado definitivamente uns patins, nem com peruca se safa!

Buffy, the Vampire Slayer

SIC-Radical
5ª, 22:00
6ª, 14:30
dom. 18:00

19 novembro 2006

Ando com saudades disto...

11 novembro 2006

O Verdocas é irritante

O Verdocas é um menino muito bem
comportado.

O Verdocas só faz o bem.
O Verdocas protege o ambiente.
O Verdocas não suja.
O Verdocas gosta de animais.
O Verdocas poupa água.
O Verdocas pratica desportos.
O Verdocas não usa violência.
O Verdocas não compra brinquedos beligerantes ou
sexistas.

O Verdocas é perfeito...

... tão perfeito que é IRRITANTE!

Já não via o Canal Panda há uns tempos, pois não têm estreado anime novos, mas hoje, ao acordar e necessitada da dose diária de desenhos animados, zapei para lá e apanhei com o Verdocas. Muito honestamente acho que nem os putos gostam do Verdocas. Fazem parte da condição humana e da aprendizagem as lutas e os conflitos, nem que seja para os miúdos aprenderem que essa não é a melhor maneira de resolver problemas. Personagens perfeitinhas, como o Verdocas, para além de altamente inverosímeis, são completamente aborrecidas. E a locução que começa sempre com "O Verdocas faz/diz/é..." ainda ajuda mais no grau de irritabilidade.

O Verdocas existe para agradar aos pais e para contradizer a generalização de que os desenhos animados andam violentos. Se se olhar com atenção para os desenhos animados dos anos 30-40 (inclusive para os da venerada Disney) percebe-se fácilmente que as doses de "violência" são equivalentes ou ainda piores que hoje em dia.

Para crianças pré-alfabetizadas é bem preferível o Ruca que conta histórias do dia-a-dia de um miúdos e da sua aprendizagem através dos erros.

Canal Panda

Ups

Depois de uma grande pausa (minha) de SIC-Radical, acabei por me distrair e não apanhar a tempo o reinício, e muito esperado, da V série de Buffy, the Vampire Slayer e de outra série muito desejada por mim: Oz.

Apesar de já ter perdido 4 episódios da Buffy e 5 de Oz (coisa que faz com que imensas vezes desista de seguir uma série) ainda vou a tempo de domingo começar a ver e, esperando que a SIC-Radical se mantenha coerente nas repetições até à exaustão (que acabam por dar jeito) e me dê a possibilidade de ver os episódios perdidos, se bem que fora de ordem. No caso de Oz é bem mais grave, pois apesar da imensa curiosidade que tenho tido ao longo dos anos sobre a série (que já é velhota), também tenho me conseguido manter numa razoável ignorância em relação à mesma (o que não é fácil) e, portanto, não sei como ela começa e os porquês. Só espero que isso não prejudique a compreensão da intriga.

Buffy, the Vampire Slayer
Oz

SIC-Radical
Buffy: 5ª, 22:00; 6ª, 14:30; dom. 18:00
Oz: 3ª, 23:00; dom. 23:00; 2ª, 02:00

01 novembro 2006

Perder a cabeça

Marie Antoinette é um filme estranho. Estranho porque é um filme de época só por acaso. Se tirarmos tudo o que é característico de um filme de época: figurinos, cenários, etc., ainda nos sobra um filme. A primeira coisa estranha é a pouca presença de diálogos e de explicações redutores da narrativa, característica dos filmes históricos que tendem a ser demasiado explicativos, abusando de diálogos e narração na dificuldade que é enfiar o Rossio na R. da Betesga. Outro aspecto bastante diferente é que Sofia Coppola não filma com o olhar de filme de época tentando reproduzir com um naturalismo forçado o que seria a sociedade de então. Sofia Coppola filma centrada nas personagens, em particular na de Marie Antoinette, como se adolescentes actuais fossem, de repente, parar àquele mundo, cheio de regras sociais e de comportamento.

Marie Antoinette goza com o que é ridículo, enfada-se, aborrece-se, sente-se frustrada e diverte-se como pode gastando dinheiro em compras, roupas, sapatos, festas e diversão. Qual é o jovem hoje-em-dia, colocado em situação semelhante, que não faria o mesmo? Acho que muitos adultos fariam o mesmo.

Mas, gostando Sofia Coppola de moda e de arte como gosta, tanto a fotografia como o guarda-roupa são deslumbrantes, extremamente bem feitos, e a piada dos All Star é antológica!
A música pop, muito criticada no seguimento do fantástico teaser trailer com os New Order, dilui-se na história como se sempre tivesse feito parte da época, misturando-se com peças de então no seguimento da sensação de actualidade que nos é dada do princípio ao fim do filme apenas "toldada" pelos cenários e guarda-roupa technicolor.

Este filme encara a personagem de Marie Antoinette como uma pessoa real, sem uma preocupação rígida de um rigor histórico pouco cinematográfico.

Marie Antoinette, Le film
Sony Pictures - Marie Antoinette

snif...

A minha televisão está prestes a dar o badagaio. Estou deprimida...

19 outubro 2006

12/24

Francisco Penim não deve ter os relógios dele configurados para o formato 24 horas, mas de 12 e programou Bang Bang para as duas da tarde, mas a novela foi parar às duas da manhã...

Bang Bang é claramente uma novela vespertina de comédia ligeira, com um público-alvo bastante jovem e até infantil. Se nem os adultos (trabalhadores) muitas vezes conseguem aguentar e ver um episódio como deve ser a tais horas, gostaria de saber que público (e que share, já que as estações de televisão apenas se regem por tais valores) pretendem cativar, morcegos?

Compreendo a tentativa de se ver livre do monopólio da Globo e que o contrato existente obriga a SIC a exibir as duas novelas de horário nobre no Brasil. Mas é pena que com isso o critério de avaliação do produto vá parar às urtigas e se dispense, apenas por uma questão de preencher horas de emissão, as novelas mais interessantes e, quem sabe em horários que atraíssem mais público. Mas estudos de mercado e de públicos são coisas que até podem ser pedidas e feitas, mas lidos é que aparentemente não são...

Apesar de a intriga deste ano não ser das mais interessantes (também não é das piores) tenho pena de Malhação ter deixado, sem explicação alguma, de ser exibida a meio e de Bang Bang andar a ser tratada como anda. O pior de tudo é que já anunciaram nova novela brasileira para exibir à tarde, O Profeta, cujo protagonista é mais um actor saído da Malhação.

Malhação
Bang Bang

16 outubro 2006

Chocolate

Parece-me que há alturas em que a publicidade é definitivamente o melhor que passa nas televisões. Com a chegada do Outono regressou um spot publicitário muito engraçado, no puro disparate que é, das duas empregadas de balcão de uma loja a brincarem com Maltesers e uma ventoinha. Quando ambas se desmancham a rir, eu desmancho-me a rir!

Há algo na cumplicidade entre as duas e no facto de tornarem a ingestão de uma bolinha de Maltesers em algo de tão especial e ao mesmo tempo tão idiota, que mostra, de forma extremamente eficaz, o que pretende ser transmitido: que Maltesers é um chocolate delicioso, mas ao mesmo tempo leve, para pessoas que não se levam demasiado a sério.

... agora fiquei com fome... de chocolate.

06 outubro 2006

Banda sonora

Há uns anos passeava com um amigo meu, formado em marketing, no Toys 'R Us e ele chamou-me a atenção para o facto de a música ali ser sempre música dos anos 80 ou início dos anos 90, pois os supostos pais a comprar brinquedos para os respectivos rebentos cresceram com essa música. Nesse dia a música dos anos 80 e os anos 80 ainda não estavam na moda.

A novela/série (não sei o que lhe chamar pois na SIC já lhe chamaram as duas coisas) Jura aproveitou o mesmo "factor 80" e impingiu na banda sonora quase exclusivamente músicas dos anos 80, início dos anos 90, pois os protagonistas e o suposto público-alvo têm cerca de 30 anos de idade e teriam crescido com essas músicas. Por mais que eu, pertencendo a essa geração, goste dessas músicas (por acaso não forçosamente as que passam na série) acho que usar na totalidade temas dessa época é asneira e da grossa!

Não se constrói uma banda sonora assim, mesmo que uma das personagens seja extremamente nostálgica, elas vivem nos dias de hoje e, consequentemente, ouvem músicas de hoje (a não ser que tenham parado no tempo, mas isso não me parece que corresponda ao realismo que pretendem transmitir). Achar só porque uma pessoa/personagem cresceu e viveu a adolescência em determinada época e defini-la por aí é prova de falta de inteligência e de capacidade de crescer, evoluir, ou da pessoa ou de quem criou a personagem.

A propósito de realismo em Jura: gostava de saber qual é o Portugal em que aquelas personagens vivem, as casas são todas enormes e fantásticas, com decorações caras que parecem saidinhas das páginas da revista Wallpaper* (com um pouco menos de estilo)... que eu saiba a geração que agora tem cerca de 30 anos anda à nora a tentar ter uma vida decente, pagar a escola dos filhos e trabalhar que se farta para manter o emprego, não tem como possuir uma casa daquelas que parece tirada dos créditos de habitação do BES (será que patrocinam a série?).

SIC Online - Jura

SIC
2ª-sáb., 23:30

20 setembro 2006

Genéricos

Esta segunda-feira estrearam duas novelas na SIC, uma portuguesa e uma brasileira. A brasileira, Bang Bang, já tinha tido uma falsa partida e foi bastante esperada e desejada por mim (é comédia, é novela do disparate, é insólita, trilhões de citações cinéfilas não só de westerns e Sidney Magal). A portuguesa, Jura, despertou-me alguma curiosidade mas cedo me aborreceu (parece lamechas, o sexo tem um ar gratuito, e a intriga demasiado linear).

Mas o maior contraste de todos são realmente os dois genéricos (infelizmente o de Jura não encontrei no YouTube), que, de certo modo, dizem imenso ácerca das novelas:

O de Jura segue a fórmula dos genéricos das novelas da TVI em que o título da novela é o mesmo que um qualquer sucesso passado da música popular portuguesa que é a canção do mesmo, é um pouco pretencioso e mostra maminhas a mais para um objecto televisivo que chegou a passar mais que uma vez a horas diurnas, algo impróprias para certos públicos. E tanto sexo num genérico faz-me pensar em maus filmes com bons trailers: basta ver o trailer por que o resto não vale a pena. A imagem final (2 casais mais um trio, com uma loira e outra morena) parece que conta uma história básica e linear, para mim desinteressante pois aparentemente as intrigas de cada casal não se entrecruzam amorosamente, pena.


O de Bang Bang é muito bem feito em 3D, com bonecos muito engraçados, conta a intriga principal da história, mas deixa antever pouco das rocambolescas peripécias que uma novela brasileira, que é um western sem grandes preocupações com rigores históricos ou geográficos, pode prometer.

Após ver um pouco da cada episódio, pelo menos por enquanto já desisti de Jura mas quero acompanhar Bang Bang por imensas razões:
- os protagonistas Fernanda Lima, antes apresentadora da Globo com carisma, e Bruno Garcia, que é giro;
- Evandro Mesquita e Kadu Moliterno a fazerem de machões travestidos para usufruirem de uma "reforma" sem precalços;
- Tarcísio Meira, mais uma vez a gozar com a sua imagem de canastrão (apesar de só nos primeiros episódios);
- o regresso de Joana Fomm a um registo de comédia disparatada;
- ver Guilherme Berenguer e Daniele Suzuki fora da Malhação;
- o genial Ney Latorraca a fazer de cientista louco, à lá Regresso ao Futuro;
- Sidney Magal numa personagem a tempo inteiro;
- a fabulosa Betty Lago a fazer de Calamity Jane;
- personagens improváveis;
- os nomes das personagens;
- Marcos Pasquim, Marisa Orth, Nair Belo, etc...

As novelas brasileiras género comédia do disparate hão de ser sempre as minhas preferidas!

Jura
Bang Bang

SIC
2ª a 6ª, a partir das 23:00 (primeiro Jura e depois Bang Bang)

15 setembro 2006

Miserabilismo

Se há tendência que me tem vindo a irritar há uns anos, principalmente desde o início do "fenómeno" Big Brother, mas que a SIC, com programas como o Perdoa-me e afins já tinha timidamente começado, é que problemas chatos, graves ou porlongados parece que apenas têm solução à vista sendo expostos num programa de TV, principalmente se for para donas-de-casa (não me refiro às gajas boazonas da série americana).

Portanto: se alguém tem uma doença grave e não tem modo de financiar a cura, vai ao Fátima Lopes, se alguém tem apetências profissionais (sejam elas quais forem) mas não arranja trabalho, vai ao Você na TV ou então se alguém é (ou julga que é) um artista incompreendido, concorre aos múltiplos concursos de talentos existentes...

E quem não quer aparecer na televisão? E quem justamente tem necessidade de algum tipo de ajuda e prefere não recorrer à Floribella? O nosso país anda desesperado: ninguém arranja emprego, quem o tem mantém-no, à custa de aturar muitas chatices porque precisa de pagar contas, o sistema de saúde, para além de corrupto é mais que injusto, a cultura é desprezada e o verdadeiro talento ou competência é raramente reconhecido por quem deve.

Este pode parecer um discurso bastante negativo e pessimista, mas ao ver ontem, porque estive de cama, a SIC, no Contacto, a aproveitar-se indecentemente do desejo de uma miúda com um grave problema de saúde de conhecer a Floribella e da ignorância (ou ingenuidade) da mãe irritou-me. Nunca que uma situação deste tipo deveria ter sequer possibilidade de acontecer! Cada um cumpriu o seu papel: a mãe quis cumprir o desejo da filha porque gosta dela, a SIC aproveitou para espremer mais algum share de audiências à custa de desfavorecidos parecendo que estava a ajudar, mas o que eu vi foi uma grandecíssima hipocrisia que metia nojo! Coitada da miúda que era engraçada e inteligente, mas nova demais para se aperceber do abuso a que estava a ser sujeita, alimentado pelo desejo ingénuo de conhecer a sua heroína.

Recentemente, por outros motivos completamente opostos à desgraça alheia, dirigi-me à SIC (por e-mail, pelos canais próprios) para lhes fazer uma proposta de um pequeno projecto meu, a resposta que obtive foi qualquer coisa como: "... em que programa quer aparecer ou expor o seu trabalho?" ao que eu respondi prontamente que não quero nem nunca foi minha intenção aparecer na televisão. Claro que a este mail ninguém me respondeu.

Volto a perguntar: será que para se conseguir alguma coisa nesta terra uma pessoa tem de ter de se expor a programas dos coitadinhos na televisão?



Pronto, já desabafei!

12 setembro 2006

Torres censuradas



Este foi o "tal" trailer que após 11 de Setembro de 2001 nunca mais foi visto... o que nos vale é a partilha de ficheiros na net!

11 setembro 2006

Gémeas

Apesar do choque que foi há 5 anos (fiquei completamente abananada) acho que já não pensava sériamente no 11 de Setembro desde aí. Ontem achei o Herman SIC completamente despropositado (facto que anda a ser frequente) e felizmente zappei para RTP1 que estava a dar uma série de excelentes documentários sobre o acontecimento.

O melhor de todos foi um sobre a foto do suicida, 9/11: The Falling Man, publicada apenas uma vez e depois censurada e o facto de o governo e os media americanos terem "esquecido" que, em desespero de causa, muitos dos trabalhadores das Twin Towers escolheram o suicídio a serem esturricados. O motor desta busca foi o escritor Tom Junod que, em vez de sensacionalismo, procurou buscar o verdadeiro sentimento humano, por trás de toda esta tragédia, sem lamechices ou miserabilismos.

Claro que, não sendo americana e não tendo uma educação católica, é-me talvez muito mais fácil identificar-me e gostar de um documentário assim, nem sequer conheci alguém que conhecesse alguém que tenha sido vítima do ataque. Mas a censura posterior ao ataque que se reflectiu em diversos meios como uma banda desenhada do Super-Homem ou no filme do Homem Aranha (houve um trailer fabuloso em que o Spiderman fazia uma teia entre as torres) e muitos outros pequenos acontecimentos, sempre me fez imensa confusão. Tentar apagar um acontecimento tão grande apagando os seus vestígios nos media é totalmente idiota e impossível. O ser humano tem memória curta, mas não tanto.

Por outro lado foi pena que o alvo dos terroristas tenha sido um símbolo gráfico tão potente e interessante e que, infelizmente, era simultâneamente um símbolo do "poder do imperialismo americano".

Mais uma vez aqui prova-se que a RTP, quando quer, esmera-se, é preciso é estar com atenção ou o carregar mais no botão 1 do telecomando.

9/11: The Falling Man

07 setembro 2006

Brontë

Por acaso prestei atenção à programação da TV no jornal Metro de ontem e estive a ver, na RTP-Memória, o filme, dos anos 40, Jane Eyre.

Já há tempo que não via assim um filme na TV. Quero dizer um filme de ponta a ponta (sem me distrair com outra coisa qualquer cá por casa), um filme que não é a repetição da repetição da repetição, ou então a estreia na TV Portuguesa que já na semana passada tinha passado num qualquer canal de cabo e, mais ainda, um filme antigo, de uma fase que muito aprecio, apesar de datada.

Ainda tive mais dois incentivos externos: o facto de ser uma adaptação do livro homónimo de Charlotte Brontë e de ter, como protagonistas, Orson Welles e Joan Fontaine. O filme é uma adptação bastante interessante, mas muito datada. Confesso de que gostei mais de Joan Fontaine do que de Orson Welles (de quem sou fã), sempre imajinei Edward Rochester como um homem mais amrgurado ou torturado e menos frio e desapaixonado. Mas Joan Fontaine, se bem que também longe da Jane Eyre que sempre imaginei, consegue, dentro dos parâmetros de um filme do Studio System dos anos 40, ter uma actuação estranhamente apaixonada e intensa. Como brinde temos uma Agnes Moorhead (sem dúvida com dedinho de Orson Welles no casting, pois ela também pertencia à sua companhia, o Mercury Theatre) a fazer da cruel e mesquinha tia de Jane.

Não é a adaptação de Wuthering Heights, com Lawrence Olivier e Merle Oberon, mas cumpre bem e foi um serão bem passado frente ao aquário.

RTP-Memória
05.09.2006, cerca das 22:00

Jane Eyre (1944) - IMDB

06 setembro 2006

Anita

Tive dois ou três livros da Anita, pois a minha mãe (e com razão!) achava que promoviam um modo de vida pueril e conservador em que as mulheres são boazinhas, bem comportadas e primorosas donas-de-casa. O que a minha mãe falhou em ver nos livros da Anita (e talvez não) era o que apelava tanto a mim como às outras raparigas (até hoje!): as lindas e românticas ilustrações e a forma idílica como o mundo era mostrado, à laia de conto de fadas.

Há muito tempo que nem sequer folheio um livro da Anita, mas ando espantada com o facto de um produto, que já era considerado antigo quando era miúda, ainda sobreviver e a ter sucesso! Com a estratégia, até bem simples, de marketing de transformar a Anita em fascículos coleccionáveis com o bónus de uma boneca e de uma reprodução do "fato da semana" para vestir, a Anita tem tido um renascimento impressionante! Quase todos os dias vejo alguma miúda, dos 6 aos 8 anos, com um enorme cartão do fascículo da Anita na mão e com um sorriso de satisfação nos lábios, sem sequer lhe passar pela cabeça que, nos anos 70, miúdas da idade dela (provávelmente a mãe dela também) matariam para possuir algo semelhante, se existisse.

Não há dúvida que há desejos e sentimentos que são cíclicos e universais, com tanta crise ninguém quer pensar em realismo na ficção, as pessoas precisam de produtos para sonhar acordadas. Foi assim nos anos da depressão, nos anos 30, nos Estados Unidos, em que os musicais e estrelas como Shirley Temple vingaram e agora volta a repetir-se nesta crise indefinida e desfocada pela qual parece que o mundo anda a passar (talvez o culpado ainda seja o "el Niño" ou o Bin Laden).

Associo sempre picos de ficção fantasista a estes periodos, pode ser filosofia de algibeira, mas o certo é que não me tenho enganado.

02 setembro 2006

bombeiros...

Não tenho nada contra séries com ou sobre sexo e toda a gente sabe que sexo vende, mas ao ver (com muito pouca atenção) pedaços do episódio desta semana e da semana passada de Rescue Me pareceu-me que a série é sobre sexo e não sobre bombeiros, seu dia-a-dia, seus dilemas, etc., etc.

No episódio da semana passada era só sexo e conversas, no quartel de bombeiros, sobre sexo. Esta semana idem, até tinha uma tipa a medir o pirilau de um deles! Só faltava mostrar! (já agora...)

O que me faz confusão nisto tudo é o modo como a série é publicitada e divulgada ser completamente diferente do que depois tenho visto no écran, uma série sobre sexo que por acaso se passa no ambiente de um quartel de bombeiros e não uma série sobre a dura vida dos mesmos.

FX Networks - Rescue Me

SIC
6ª, 00:40

26 agosto 2006

Blitz

Hoje finalmente comprei a nova revista Blitz e fiquei muito bem impressionada! Mesmo a temática sendo quase exclusivamente musical, o antigo jornal, barato e modesto, que se lia num dia e cujo clímax era o "pregão da semana" cresceu, transformou-se num jornal mais sério, ganhando qualidade sem perder o sentido de humor nem se levar demasiado a sério para agora ser uma impressionante revista mensal.

Gostei dos artigos, com continuado interesse na contextualização nacional e textos originais. Gostei do grafismo que não tenta ser "moderninho" nem "design", tendo um ar mais manual e um visual muitíssimo adequado ao tema, a música com cores fortes, tipos de letra de jogo de computador e pormenores gráficos planos sem mariquices.

Espero que não seja mais um daqueles projectos excelentes, mas que, porque não trazem um guarda-chuva, saco, chinelos, colar, DVD, etc. todos os meses, acabam por morrer, pois parece que hoje-em-dia o jornalismo é vender extras...

Blitz: nunca se ouviu uma revista assim!

Pensava que este ano seria diferente...

Pois... andava eu, no início de Julho a achar que este verão não haveria travessia no deserto... enganei-me, mas a esperança é sempre a última a morrer!

Fora uma estreia ou outra nos espaços infantis algo alargados, mas nem por isso, a televisão pública tem sido uma conjugação de repetições e repescagens, algo cansativas. Só escapa a pequena nostalgia de rever um ou outro filme mais acarinhado nas noites da RTP1. A SIC tem exagerado na Floribella (confesso-me fã, mas não é preciso exagerar!) e a TVI tem cada vez menos interesse. A 2: lá continua, mas, por incrível que pareça, ainda não me habituei à grelha, ainda procuro a Britcom aos sábados à noite, a seguir aos Simpsons ou Futurama, ainda faço zapping lá para as 11 da noite na vã esperança de um filme decente a essa hora e não documentários ou entrevistas monótonas da Ana Sousa Dias a pessoas eventualmente interessantes. Há hábitos que custam a passar...

A acrescentar à falta de imaginação dos directores de programas e ao calor, também tenho andado com falta de paciência para zappings à procura de satisfazer o vício. Devo estar numa fase de "alta", não tenho sentido muita necessidade irracional de ficar colada ao aquário. Acho que a morte do GNT contribuiu bastante para isso.

14 agosto 2006

A gata e o morcego

Concordo com a maioria que o filme Batman: The Beguinning é mais fiel ao espírito da banda-desenhada e mais: gosto imenso do Christian Bale e acho que ele deu o melhor Batman de todos. Mas... ao rever Batman Returns hoje na RTP1 veio-me uma nostalgia tanto deste filme como dos filmes de Tim Burton antes de ele tentar ser um realizador sério.

Não é realmente um Batman genuíno, mas na sua versão Tim Burton adicionou bastante à personagem e este filme, que gozou de maior liberdade criativa, é um dos exemplos máximos da imagem de Batman na cabeça de Burton. Para além do óbvio ambiente gótico-dark, etc., etc., um dos factores mais deliciosos deste filme são os diálogos picantes entre Batman e a fa-bu-lo-sa Catwoman de Michelle Pfeiffer:


Batman: Mistletoe
can be deadly if you eat it.
Catwoman:
A kiss can be even
deadlier if you mean it.
Mesmo se não se vir o filme com atenção, outra coisa que salta à vista, mais aos ouvidos, é a fantástica banda-sonora de Danny Elfman, uma das suas obras-primas, anterior à fase de auto-plágio.

Por razões como esta vale a pena ver, de vez em quando, um filme na TV, principalmente se a escolha é melhorzita, como na RTP1.

Batman The Motion Picture Anthology 1989-1997 DVD Site

07 agosto 2006

*centro de cuidados diurnos

Mais uma pérola das traduções dos anime a passar nas televisões públicas. Desta vez foi na série Tokyo Mew Mew (Mew Mew Power no título adoptado, mas não traduzido, em Portugal). Até parece (provávelmente é) feita por um tradutor automático, tipo babelfish... Se for, o mais escândaloso é que não haja um director de dobragens/actor de dobragens que repare num erro tão estúpido!
Day Care Center é creche ou infantário em português!

day care

03 agosto 2006

A saia da Floribella

Se há coisa que nesta terra se continua a não saber fazer como deve ser é um bom merchandising ligado a um produto pop televisivo que não provenha de uma multinacional.

Já tinha visto no Herman SIC um desfile das roupas oficiais da Floribella ("com etiqueta!") e tinha ficado bem desconfiada que, para além de pouquíssima variedade, as roupas não têm graça nenhuma. Hoje tive de ir a um Continente e aproveitei para dar um olhinho e ver se valem mais a pena que as dos chineses e o que vi foi deprimente.

As roupas são fabricadas pela marca do Continente e da Sonae, mas não têm absolutamente graça nenhuma. A única peça que se safa são os ténis cuja marca, Bamba, é internacional e a mesma que os fabrica para o Brasil. As T-shirts não têm gracinha nenhuma, e mesmo ao lado havia umas, muito menina, muito Floribella, mas simplesmente da marca Continente, bem mais giras!
As verdadeiras saias (as da etiqueta) não as vi lá, deviam estar esgotadas, mas pelo que já me deu para perceber não valem nada. Quem as desenhou e fabricou não percebeu o que verdadeiramente fascina uma miúdinha de 6 a 8 anos nas roupas de Flor! O que as rapariguinhas querem é roupa colorida e de princesa, o que as eventualmente fascina na roupa da Flor são as cores vivas, os padrões (flores, borboletas, corações), as mangas de balão, as saias muito rodadas, o tulle, muito cor-de-rosa e tudo quanto pertence ao imaginário cor-de-rosa, cheio de folhinhos onde cabe também a Barbie e afins. Isto mais o stand do Continente que, para além de extremamente desarrumado e desfalcado, já agora poderia ter um cartaz ou letreiro (giro!) a indicar que é o stand das roupas da Floribella!

Ora as saias oficiais da Floribella são essêncialmente brancas ou cor-de-rosinha ou azul-bebé, lisas, com um único estampado, sempre igual, das mesmas flores, sem graça, tão pouco rodadas que em vez de serem saias semi-circulares são saias em A-quase-justas e o folho/saiote de tulle tem cores muito pouco vivas e contrastantes, para além de ser desporpocionadamente longo. Se as miúdas destas idades-alvo normalmente ainda não têm cintura definida e alguma pancinha de bebé, a única maneira de as saias fazerem um efeito engraçado é serem rodadas e não andarem a poupar tecido num produto óbviamente muitíssimo rentável!

Deveriam ter interpretado melhor o guarda-roupa da Flor que tem mais de infantil e do imaginário infantil que as roupas totalmente sem-graça que a Sonae colocou no mercado. Depois ainda se admiram de as pessoas as comprarem nos chineses: apareceram primeiro, são mais bonitas e coloridas e provávelmente mais baratas! Com a falta de genica e dinamismo com que um tão bom produto de merchandising é tão mal aproveitado, assim não há quem saia da crise económica!

Só espero que o restante merchandising não seja o horror que apareceu ligado à também horrorosa série infantil Neco...

SIC Online - Floribella

29 julho 2006

Product placement

Product placement é o termo técnico que se usa para falar da introdução de marcas patrocinadoras de um programa de televisão (ou filme) no próprio programa. Desde os primórdios da ficção televisiva portuguesa que o product placement é bastante mal feito: na maioria das vezes apesar de estar a decorrer acção com as personagens, o que é filmado em destaque são os produtos o que fica forçadíssimo, desconcentra o espectador da acção e, pior, toda a gente dá por isso! Infelizmente sei que muitas vezes a culpa de isso acontecer é o próprio patrocinador que "exige" que determinado produto de sua marca seja filmado em grande plano por x segundos.

O problema é que os produtos deveriam ser inseridos naturalmente, como se do dia-a-dia daquelas personagens se tratasse, aliás, quem vive num mundo moderno sem marcas? Impossível! Os produtos devem ter a ver com a situação e as personagens, isto é, deve haver uma escolha dos produtos, como se fossem as próprias personagens que os comprassem. James Bond ter um carro desportivo de luxo faz todo o sentido, mesmo que se tenha abdicado da marca Aston Martin. O carro que a BMW arranjou para substituir é plausível. O mesmo se aplica aos relógios da Omega, faz todo o sentido James Bond ter gadgets no relógio, portanto planos de pormenor do relógio fazem sentido.

Que as personagens de Uma Aventura passem a vida a lanchar faz sentido, são adolescentes, precisam repôr enenergias. Agora que coloquem repetidamente (num só episódio) os bolos da Dan Cake em grande plano para eles escolherem é idiota! Quando se lancha em casa esse tipo de bolos, normalmente, quando estão na mesa, já estão fora da embalagem. Se porventura estão dentro da embalagem não é introduzindo um diálogo completamente forçado de qualquer coisa como: «Que bolos Dan Cake vais escolher? Tostas, brioches ou queques?». Idealmente, e se querem que os bolos pareçam apetecíveis, põem os miúdos a atirar-se directamente à embalagem, filmada de modo a se ver o rótulo, mas sem desviar a atenção da acção, e a comer com um ar satisfeito. No episódio Uma Aventura no Algarve temos mais que uma situação com diálogos metidos à machadada na acção e nunca vemos os miúdos a consumir o dito produto. Para mim é estúpido e mal feito!

Por outro lado na Floribella, se bem que ainda artificial, com diálogos forçados e demasiada insistência em determinado produto, já o product placement tem sido feito de um modo ligeiramente mais integrado na acção e discreto. Se bem que quando alguém falasse da bandeira humana, não se falaria logo e com ênfase do BES, ou quando Pascoal instala o Pay Shop no café, bastava um deles, que não saberia o que é (e as personagens mais plausíveis seriam aquelas que pagam as contas, por exemplo Helga, a governanta) perguntar e utilizar uma vez, para, nas cenas subsequentes, em situações ao balcão, (e temos 3 personagens, três!, da novela a trabalhar naquele café!) se ver um figurante a fazer um pagamento.

Ainda há muito que aprender neste campo, mesmo os brasileiros de vez em quando não fazem o product placement de forma subtil e integrada, até agora só mesmo em filmes e séries norte-americanas é que vi product placement bem feito. Já não me lembro concretamente o que era, mas tenho uma ideia de ver personagens de uma qualquer série a beber Pepsi, quando o natural seria beber Coca-Cola, mas de modo tão integrado que só se percebia que era product placement pelo facto de se estranhar não ser um produto em vez de outro. Não havia ninguém a dizer «mmm, que boa é esta Pepsi!» ou coisa parecida!

Googlei a expressão product placement e, com a gigante quantidade de sites a falar de como fazer um bom product placement, começo a achar que não há mesmo desculpa para isso ser tão mal feito nas séries portuguesas. Só não faz bem feito quem não quer!

How Stuff Works - How Product Placement Works

19 julho 2006

Actor

Foi com muita pena mas pouca surpresa (devido ao cancro de que sofria) que soube hoje da morte de Raul Cortez. Como fã de novelas brasileiras que sou há tantos anos, este era uma daqueles actores cuja carreira já seguia com atenção desde os anos 80. Sempre me impressionou bastante o magnetismo e charme deste homem, que não era particularmente bonito, mas cuja presença no pequeno écran foi sempre inesquecível. Foi um excelente actor, cheio de estilo e com uma linguagem física fora do comum.

16 julho 2006

Intervalo

Não sei o que se passa ultimamente, mas a quantidade de publicidade engraçada e interessante na TV portuguesa tem proliferado. Entre vários estes três são os meus preferidos no momento:

3º lugar:

SKIP Sabão natural



É completamente pimba e popularucho, mas está hiper bem feito e, se olharmos com atenção, muuito engraçado. Por outro lado, usar música pimba, filmar em Alfama com decorações de Santos Populares tem tudo a ver com o produto, o sabão natural.

2º lugar:
Pedras melão



Goza com todos os clichés da praia, principalmente com a "gaja boa". A ideia de usar aquele jogo de praia do vai-e-vem foi brilhante. Não é costume a
Água das Pedras ser tão engraçada!

1º lugar:
B! Abacaxi



Ganha pelo surrealismo e pela ironia! É daqueles anúncios para ver e rever e analisar todos os pormenores. Gosto do gato a balir e do ar e da fatiota da "menina" no final!


Por último, o novo anúncio da Clix ADSL 20 Megas usa a música da Efémera da Vodafone, porque será??!!!!

13 julho 2006

Entrevistadores

Para mim os entrevistadores/moderadores de debates nas televisões portuguesas deveriam ser todinhos reeducados!

Ao ver um bocado da entrevista de Maria João Avilez ao Primeiro Ministro José Sócrates, por mais interessada que pudesse estar no conteúdo das informações que o P.M. pudesse me dar, acabei, como sempre, enervadíssima com a entrevistadora que não deixava o homem acabar uma única frase sem o interromper! Até José Sócrates a chamou a atenção para o facto mais que uma vez. Este é um péssimo hábito dos nossos entrevistadores que resulta não só em faltas de educação para com os entrevistados como numa enorme dificuldade em passar qualquer tipo de conteúdo para os espectadores de um modo fluido e acessível.

Neste caso concreto vejo duas possibilidades para isso acontecer (fora uma simples falta de educação, de não deixar o outro falar até ao fim): ou Maria João Avilez quer enfiar o Rossio na Rua da Betesga, pedir o relatório de contas completo de 16 meses de governo a José Sócrates (seeeeeecaaaaa) ou Maria João Avilez gosta mais de se ouvir (e que voz mais desagradável!) que ao seu entrevistado e, com isso ser-lhe-á impossivel deixá-lo falar até ao fim.

O que lhe vale é que José Sócrates é um tipo calmo e pragmático, que não tem por hábito ser um demagogo (dento da norma dos políticos portugueses), e por isso talvez algum conteúdo tenha passado ao comum mortal, que o que percebe de política ou economia é o que lhe toca diáriamente nas contas que tem de pagar ou ver se o orçamento lhe dá até ao fim do mês e se ainda dá para ir passar um fim de semana fora com a família.

A única excepção a esta regra é Ana Sousa Dias, mas neste caso o que acontece é o contrário: a voz suave, todo aquele excesso de boa educação e intelectualidade resulta em entrevistas que se arrastam e que fazem adormecer o mais eléctrico dos portugueses. Recomenda-se para quem sofre de insónias!

Não peço apresentadores ao estilo deste ou daquele, peço que sejam pessoas educadas mas que saibam estar em televisão, que sejam uns comunicadores. Que saibam quando interromper, aproveitar oportunidades para mudar de assunto e que elaborem a grelha de perguntas de um modo pertinente e flexível de maneira a abordar o mais variado leque de assuntos do interesse do espectador no menor espaço de tempo.

Maus muito maus e bons muito bons

Já há muito que não falo por aqui de novelas brasileiras, mas agora que estreou uma nova e que promete, talvez seja o momento.

Ultimamente as novelas brasileiras têm andado chatas, desde Da Cor do Pecado, Alma Gêmea ou Senhora do Destino que não estreia nada de interessante. Belíssima prometia muito com as lindíssimas imagens da ilha de Santorini e um cast de primeira, mas aborreceu logo aos primeiros episódios. Nem o Gianecchini num engraçadíssimo primeiro papel de comédia, ainda por cima a fazer de mecânico bronco (muitas imagens sem camisa) safou a novela.

Agora Cobras & Lagartos promete mesmo: tem Marília Pêra, que é simplesmente genial; Francisco Cuoco que tem sabido gozar com a própria imagem como poucos; Carolina Dieckman e Taís Araújo em papéis completamente opostos ao habitual e, principalmente aos últimos que lhes deram imensa notoriedade e sucesso (Isabel/Lindalva em Senhora do Destino e Preta em Da Côr do Pecado, respectivamente), como duas boazonas interesseiras de éticas duvidosas. Pena é que Mariana Ximenes, que tem imenso jeito para a comédia (ver o seu papel em Uga Uga que estava a dar no GNT - snif! -), tenha voltado ao papel da menininha ingénua e bonitinha... a ver vamos.

A suportar estes actores a Globo deve ter feito uma estatística dos actores com maior sucesso nas últimas novelas que estavam disponíveis e foi buscá-los a todos: à Senhora do Destino, a América, Da Côr do Pecado, A Lua me Disse, etc.

Outro factor extremamente importante e que normalmente me cativa ou não numa novela é o ambiente em que ela se passa: esta é claramente uma novela cheia de luxo como poucos usufruem, pejada de intriga palaciana e o clássico conflito exagerado entre pobres bonzinhos ou malandros e ricos cultos ou corruptos. Às vezes acho piada às novelas mais realistas, principalmente as de Glória Perez (se bem que América me desiludiu um bocado), mas o que se pede numa novela é exagero e não naturalismo. Em épocas de crise é quando mais ainda se gosta de ver gente bonita, bem vestida, a fazer coisas que o comum mortal só sonha ver na televisão. Maus muito maus, bons muito bons e um bom triângulo, quando não quadrângulo, amoroso à mistura. É a ilusão a funcionar no nível máximo!


Só foi pena a SIC não ter estreado Bang Bang (apesar de ainda a ter anunciado), pois só cá falta Sidney Magal para o pacote ficar quaaaase completo! Novelas de comédia, principalmente as que saem de ex-elementos da Armação Ilimitada, são as minhas preferidas!

Cobras & Lagartos

SIC
2ª-sab. 22:00 (mais coisa, menos coisa)

07 julho 2006

*vintoras

Juro que me irrita ouvir o locutor da SIC dizer: "... Alemanha - Portugal, às vintoras."
É vinte horas, homem!

02 julho 2006

*dividir e conquistar

Não é própriamente um erro, mas a tradução do título do episódio da série de animação Witch (02.07.2006, SIC) foi mal feita.
Divide and conquer, traduzido à letra, realmente é dividir e conquistar, mas aqui trata-se de uma expressão que, correctamente traduzida para português ficaria dividir para conquistar.

30 junho 2006

Mais uma facada no meu coração de Lisboeta

Costumam vir em vagas e devemos estar numa delas, de vez em quando há uma vaga de fechos de pequenos locais/comércio típicos de Lisboa.

Foi com choque e muita tristeza que li no jornal Metro que o Salão de Jogos Monumental, na Av. Pedro Álvares Cabral fechou. É raro eu jogar jogos de salão (snooker, bilhar, máquinas, etc.) mas sempre tive especial carinho por aquele estabelecimento e, sempre que por ali passava, dava uma miradela lá para dentro. É património, mas isso não o impediu de ser indecentemente fechado sem pré-aviso para muito provávelmente se transformar numa loja de chineses (como se já não houvesse suficientes)! Não é um espaço particularmente deslumbrante, trata-se de uma arquitectura simples e funcional, mas que impressiona no seu ambiente já um bocado esquecido de local de bairro onde o pessoal se reúne sob o pretexto de jogar. Não tem um ar soturno ou lúgubre mas sim convidativo e simpático. Deveria ter sido feito lá um filme antes do seu triste fim, era o ambiente perfeito...

Já nos anos 80 fecharam o Jardim Cinema, lá ao lado, que foi mais tarde transformado em estúdio de televisão (onde se gravam as Fátimas Lopes e afins...) mas o Salão Monumental sobrevivera milagrosamente, até agora... vai se juntar ao Cinema Paris, Cinema Alvalade, entre outros, no céu dos edifícios com estórias e memória.

25 junho 2006

Falta de alternativa

Sempre que há um evento de massas na televisão (futebol, eleições, morte do Papa, Páscoa, Natal, etc.), quem não segue o rebanho acaba por só ter a 2: como alternativa, ou, para quem tem, a TV Cabo.

Num fim de semana de futebol como este, a opção da 2: de fazer uma maratona de 24 (12h no sábado + 12h no domingo), por mais que o formato da série seja adequado e por mais que espectadores algo distraídos, como sou por vezes, nunca tenham seguido a série de início, não me parece a melhor das opções.

A primeira razão é que 24 tem um público fiel mas limitado e a segunda, e talvez a mais pertinente, num fim de semana de fim de Junho, com bom tempo, ficar 12h seguidas mais 12h agarrado ao televisor, não há pachorra nem gravador de vídeo que aguente! Mais vale arranjar a série em DVD e ir vendo ao ritmo de cada um!

A SIC não anda a exagerar no futebol, com emissões pela tarde toda (totalmente fúteis, cheias de Fátima Lopes e música pimba), em vez de se limitar a transmitir a hora e meia de jogo e uns especiais no Jornal da Noite?

24 - Fox TV

2:
sab. 24.06, 22:30
dom. 25.06, 12:00, 22:30

Desapontamento

Depois de uma tão grande campanha, logotipo novo, tudo levava a pensar que SIC Kids seria mais um canal de cabo da SIC. Ingénuamente eu acreditei, para chegar à triste conclusão de que se trata de mais um nome para a rúbrica de programação infantil da SIC.

Nem sequer se trata de nada de novo, muitos dos canais internacionais de cabo, mudam o logotipo de manhãzinha cedo para a sua programação infantil, como se de um canal diferente se tratasse. Agora só espero que nos tragam programação nova e não as infinitas repetições de Pokemon, Yugi-Oh, Power Rangers, Uma aventura, etc.

Aliás... que má escolha de nome. Se a palavra kids em inglês quer dizer crianças, associá-la ao nome da estação que, em inglês, quer dizer doente... basta ver o embaraço com que vedetas estrangeiras (falantes de inglês) às vezes fazem pequenas promoções de algum programa que passe na SIC.

SIC

20 junho 2006

Fans

Fiquei chocada com as imagens do pessoal em filas quilométricas no exterior do Centro Comercial Colombo, só para vislumbrarem ou tentarem um autógrafo de Luciana Abreu/Flor, da novela Floribella! Há bem pouco tempo só se viam imagens dessas nas estreias de filmes como Star Wars e em Hollywood.

Não há dúvida que este tipo de eventos em Portugal mudou. Se por um lado acho bom que as pessoas já não tenham "medo" de assumir que gostam de certo tipo de coisas, menos intelectuais ou eruditas, e que se assuma mais esse lado do fan(ático), por outro tenho algum receio da inconsciência que esse tipo de evento de massas tende a gerar... o que é mais assustador é a idade de algumas crianças, demasiado pequenas para estarem horas à espera de um evento que pode muito bem acabar em desilusão.

Floribella conquistou a popularidade à velocidade da luz, principalmente com os miúdos, mas eu já tinha dito aqui que, apesar de mal misturados, a novela tem os ingredientes certos. Também tenho notado alguma evolução pela positiva da maioria dos actores e Luciana Abreu já encarnou a Flor. Pena é o seu príncipe continuar a ser um actor tão mau... e não tem físico de príncipe e insistem em mostrá-lo sem camisa! Deviam ter vergonha!

SIC Online - Floribella
[o site continua péssimo apesar da adição de amostras das canções - motivo do banho de multidão]

SIC
2ª-sab., 21:00

18 junho 2006

Momento nostálgico


Neneh Cherry - Manchild

Ando com nostalgia do tempo em que cada novo videoclip mais elaborado marcava, do Vivámúsica, dos vídeos dos Kraftwerk ou Human League, do início da MTV em Portugal, do Vogue ou o Express Yourself da Madonna, de quando os bons clips andavam directamente associados à boa publicidade e eram feitos pelos fotógrafos de moda como Herb Ritts ou Jean-Baptiste Mondino.

Deixo aqui um dos muitos que me marcou, Manchild de Neneh Cherry, de Mondino, porque adoro a canção, porque o vídeo me transmite sensações interessantes e porque vi uma vez um making of onde se via que os efeitos eram do mais simples que havia e que a criança é o filho/a de Neneh Cherry e que a ideia de o incluir no clip e de Neneh estar com a toalha na cabeça surgiu de Mondino a ter "apanhado" assim no camarim e ter gostado da imagem.

11 junho 2006

Criatividade duvidosa

É impressão minha ou as empresas de tradução e legendagem andam a tornar-se criativas no modo como se identificam?

Hoje, uma empresa de legendagem identificava-se, no fim do Stargate: SG1, pondo a legenda com o seu site (em azul, quando as letras do genérico eram brancas) a aproximar-se, a afastar-se e a rodopiar. Uma outra empresa, desta vez de dobragem, num documentário sobre a saga Star Wars, a frase "versão portuguesa por..." foi passada por um sintetizador de voz numa tentativa bem fraquinha de imitar um pseudo-Darth Vader.

A perplexidade é tanta que nem sei como reagir... mas tenho a sensação que este tipo de coisas deveriam ser sóbrias, discretas e integradas nos programas de modo a que não desviem a atenção do espectador.

01 junho 2006

Batwomen

Bem... parece que o "desvício" foi realmente sol de pouca dura...

Hoje, talvez por ser dia da criança deu um dos filmes da série animada do Batman, Batman: Mystery of the Batwoman, na 2:.


Acompanhei o mais que me foi possível esta série quando deu, se não me engano, na SIC, mas dobrada em português. Foi a primeira numa nova geração de séries animadas de super-heróis americanos, com um grafismo estilizado e muito à semelhança da série dos anos 30 do Superhomem. Logo de seguida também foi produzida uma série do Superhomem, Supergirl e mais tarde a Liga de Justiça que também deu na 2: e de qua já falei neste blog e ainda surgiram os comics da Catwoman, que cheguei a coleccionar, e umas figuras em chumbo, extremamente bem feitas e muito baratas que estiveram à venda no Toy's "R" Us.

Outra razão porque gosto da série são as histórias, sempre um bocado negras, sérias e adultas q.b., e também muito bem estruturadas. O filme não o vi completo (devo ter visto cerca de 2/3) mas era no mínimo original dentro do universo do Batman. Introduziu personagens novas, nomeadamente as 3 Batwomen: uma filha de um milionário corrupto, uma detective da polícia de Gotham e uma técnica de informática das Wayne Enterprises. As três juntam-se para criar a "Batwoman", que se revezam a encarnar, para vingarem injustiças que sofreram e que estão interligadas. Quem é o culpado? Um dos arqui-inimigos do Batman, o Penguin. No desenlace da história é engraçado elas constatarem que a vida de super-herói, para além de cansativa é demasiado complicada.

O filme tem um tipo de produção mais cuidada que a da série de TV que já era muito bem feita, infelizmente só não sei se manteve a música de Danny Elfman, uma versão reorquestrada da dos filmes do Tim Burton.

Batman: Mystery of the Batwoman

31 maio 2006

Disclaimer

Não tenho escrito muito sobre televisão, talvez esteja numa fase down do vício ou há pouca coisa que me anda a chamar a atenção. Desde que acabaram indecentemente com o GNT e a Buffy foi cancelada que acho que perdi algum interesse (é temporário, hei de voltar à carga).

Então o que é que ando a ver com regularidade? Por ordem de horário, cá vai:
  • animação no Panda (o que estiver a dar, em geral Doraemon ou Tsubasa)
  • Malhação e New Wave (gosto, o que é que se há de fazer...)
  • Floribella (viciei-me!)
  • Medium, CSI: NY, Without a Trace (no AXN)
  • Dr. Who (às 5ªs no People + Arts)
  • a seguir, o que calhar (de preferência um filme)...

e ao fim-de-semana:

  • animação no Panda, SIC-Radical, SIC, TVI, RTP1, 2: (conforme o que me apelar mais, mas Noir já acabou)
  • Medium, CSI: NY, Without a Trace (os episódios que perdi durante a semana)
  • Stargate SG1
  • CSI na SIC
  • e à noite o que calhar estar a dar algures num zapping (se for filme, melhor)

Realmente anda um pouco desinteressante a minha lista de programas... Em contrapartida alguma publicidade e videoclips têm merecido a minha atenção (o dos Samurais da Rede4) e o video e o leitor de DVDs têm funcionado com frequência... E não ando a ver novelas brasileiras (fora a Malhação/New Wave), Belíssima é uma chatice e Sinhá Moça sem Lucélia Santos, não é Sinhá Moça... No zapping lá vou vendo Dharma & Greg, Mythbusters, Changing Rooms, A Juíza, Scrubs, Space:1999, alguma coisa do vício que é o Biography Channel, etc. e vi, finalmente, no outro dia, um episódio de Dr. House, pareceu-me interessante, mas é pouco provável que vá ver com regularidade (esqueço-me! ;P).
Perdi um bocado a paciência para as Desperate Housewives e não a tenho tido para a Senhora Presidente (peço desculpa à Geena Davis, gosto bastante dela como actriz), não percebi bem a que horário anda (ou andou a dar) o Lost e também acho que acabei por me zangar com a série da forma como foi maltratada pela RTP. Não tenho seguido nenhuma das séries da 2: e, desde que mudaram a Britcom para os domingos que me esqueço completamente de ver...

30 maio 2006

Minha TV

Recentemente estive na assistência técnica da SONY em Lisboa, perto do Beato, e eles têm lá, em exposição, uma televisão igual à minha, de 1961 (se não me falha a data), preta e tudo!

Acredito que deva ter chegado a Portugal depois da minha, pois nunca foram comercializadas por cá. Mas achei giro, ver em exibição, provávelmente o segundo exemplar em Portugal daquele modelo.

Lá também estavam o primeiro Walkman, a primeira Camcorder VHS (que calhamaço!) e outros "primeiros aparelhos" da SONY.

Quem a quiser ver ao vivo, é só deslocar-se à assistência técnica da SONY.

SONY Portugal

25 maio 2006

Antonieta II

Como o filme ante-estreia no Festival de Cannes, já existe um site oficial francês online com o primeiro trailer à séria (o anterior era o teaser). O site está bastante completo, incluindo uma entrevista com Sofia Coppola por Eleanor Coppola, sua mãe.

Gosto particularmente muito desta foto, porque acho que exprime bem o que Sofia Coppola diz que quer mostrar na sua Marie Antoinette: inocência, atrevimento, sensualidade e juventude.

Nós vamos tendo de nos contentar em não perder a cabeça até que o filme estreie por cá em Outubro.

Marie Antoinette [FR]

É do metal!

Desde que comecei este blog, tenho tido algumas sugestões de programas a comentar, talvez o único de que recebi mais que uma recomendação, desde o início e em anos diferentes, tenha sido o Festival Eurovisão da Canção e eu, como me desinteressei do Festival já há algum tempo, fui dispensando a sugestão.

Este ano é-me impossível não comentar, nem que seja pelo resultado! Não vi o Festival todo e, pelo que percebi, agora funciona por eliminatórias que se estendem por alguns dias. Mas fiz algum zapping e, da primeira vez, reparei na banda Finlandesa que era, no mínimo, sui generis e a minha reacção foi: "Força, Finlândia!". Mais por acaso que de propósito, quando voltei a fazer zapping pelo Festival da Canção acabei por ver a revelação do vencedor, e não é que foi a Finlândia? Nunca pensei que tivessem alguma hipótese de vencer!

O triste foi perceber que a canção portuguesa, para variar, não valia nada e que o grupo que a cantava era uma imitação mesmo muito pobre das Doce!

Não há dúvida que o mundo televisivo está muito diferente: há bem pouco tempo quem imaginaria que um rap cheio de palavrões venceria a melhor canção dos Oscars e, menos ainda, uma banda metal, cujos elementos se caracterizam de monstros, saídos directamente de um filme de terror de George A. Romero, venceria o Festival Eurovisão da Canção!

Isto este ano anda estraaaanho...

Eurovision Song Contest

24 maio 2006

Campeões

Num país como o nosso, onde uma das maiores causas de morte são os acidentes rodoviários, haver um concurso para encontrar o Pior condutor de sempre... nisso devemos ser os campeões!

Realmente! Não tinham nada de mais original para inventar? Só espero que o prémio seja algo de construtivo como aulas de condução, ou então não deixarem o vencedor conduzir mais na vida...

SIC Online - Pior condutor de sempre

SIC
sáb. 19:00

23 maio 2006

Bom português

Este fim-de-semana tive oportunidade de ver um bocadinho de Cabovisão e do Canal MGM. Ainda por cima, neste momento, a Cabovisão apresenta um pacote de canais bem mais interessante que a TV Cabo, agora que nos roubaram o GNT, que era um dos melhores canais (depois da "queda" das RAIs, do Arte, do Travel, do Fashion TV, etc...).

O MGM tem uma escolha simpática de filmes, mas tem um defeito que se torna numa qualidade: os filmes são legendados em brasilês, e pior, às vezes são dobrados em brasilês! As dobragens não consigo ver (lembro-me sempre de: "Kitchi ámigão: vem mi buscá!" ou "Vérrsão brásileirá: Herrbertchi Richardchis."), mas as legendagens, se conseguirmos ignorar eles tratarem-se por "você" e algumas outras palavras demasiado brasileiras, são muito melhor traduzidas e mais cuidadas que as portuguesas.

Infelizmente é um facto que as nossas legendagens, principalmente as da televisão e mais ainda ultimamente com a profusão de empresas anónimas, que não colocam sequer o nome de quem fez a tradução e legendagem, cada vez são piores e cada vez mais quem as faz sabe menos o que tem à sua frente. OK, as pessoas são provávelmente mal pagas, têm um tempo demasiado limitado para fazer o seu trabalho, mas então que se responsabilizem as empresas que fazem o trabalho ou as cadeias de televisão que encomendam e pagam o trabalho. Se não se exigir profissionalismo de lado nenhum, nem as legendagens e traduções melhoram, nem os funcionários passarão a ter o seu trabalho mais respeitado e eventualmente a terem uma remuneração mais justa.

Cabovisão
THE MGM Channel - Portugal

22 maio 2006

Guias ConVida

Ando a desviar-ma algumas vezes do meu assunto preferido daqui, a TV, mas nunca o fiz muitas vezes, acho que ando a aproveitar os 10% retroactivos deste ano e meio.

É-me impossível resistir, como Lisboeta que sou, a comentar as lindíssimas capas dos Guias Lisboa ConVida de Maio e Junho, que, ao que parece também têm saído com o jornal Público de sábado (ainda só saíram três). Só arranjei o da Baixa, ainda vou ver se consigo arranjar os outros quatro, do Bairro Alto, Chiado, Liberdade e Príncipe Real & São Bento.

As ditas capas têm um aspecto muito Art-déco, mas no caso do da Baixa, com uns pormenores fantásticos! O seu padrão geométrico central é formado por sardinhas e ondas de água. A escolha dos tipos de letra, muito anos 20-30, é linda e as cores e os pormenores a prateado, muito bem pensados.

No dito guia não diz quem é o autor ou autora das capas, mas o design gráfico está a cargo de Kahn, atelier de design (cujo site não tem - ainda - nenhum exemplo) de onde parto do princípio vieram também as ilustrações das capas. No site dos Guias ConVida vêm outras capas, também bonitinhas, mas sem metade da beleza destas.

Se entretanto arranjar imagens das capas, hei de as colocar aqui.

Guias ConVida

20 maio 2006

Anti-herói


Beastie Boys - Body Movin

Recentemente voltei a ver este video, que ainda por cima é uma divertidíssima homenagem a um filme que adoro: Diabolik.

Beastie Boys
Diabolik - IMDB

15 maio 2006

Rir com os erros dos outros

... é uma carcaterística humana. Acabei de passar um bom bocado a ler um blog sobre os erros comuns do uso de caracteres asiáticos no ocidente, Hanzi Smatter, e lembrei-me de uma recente, avistada na cidade de Lisboa.

Dentro do meu modesto conhecimento da cultura nipónica e da sua língua, se há coisa que me anda a enervar nos últimos tempos são os restaurantes chineses reconvertidos em fashionable e caros restaurantes pseudo-japoneses. Para além da enorme possibilidade de se comer comida de má qualidade, ainda por cima os clientes deixam-se aldrabar voluntáriamente em prol de uma moda parva.

Um dos últimos exemplos é um ex-restaurante chinês, na R. da Praia da Vitória, perto do Saldanha, ao lado do Cine 222, hoje-em-dia chamado "Osaka". Como "subtítulo" consta do letreiro que dá para a rua a seguinte frase: スカートが焼く, ou seja: sukaato [skirt] ga yaku. Ora bem, durante alguns dias que passei por ali, esta frase intrigou-me, até duvidei do kanji (caractere chinês) e fui ver ao dicionário, não fosse estar enganada, mas o que esta frase quer dizer, em bom português, é "aqui grelham-se saias".

Em tempos, quando este restaurante ainda era chinês, jantei lá, nos anos de um amigo. Nessa noite o restaurante estava às moscas e, todas as outras vezes que passei lá em frente, continuava às moscas. A mudança de "nacionalidade" da culinária praticada sempre levou lá alguma clientela, já não anda tão vazio. Mas, se antes já não tinha grande vontade de lá comer, agora é que, de certeza, não ponho lá os pés. Saias grelhadas não são uma iguaria da cozinha japonesa!

11 maio 2006

*cores brilhantes

Cores brilhantes é a brilhante tradução para bright colours no programa Changing Rooms da BBC, actualmente a passar no People+Arts.

bright (def. 2)

*beneficiência

Três, três vezes ouvi eu hoje dizer beneficiência, em vez de beneficência, no Jornal da Noite da SIC!

Com esta palavra vou começar aqui um glossário dos erros de português nas televisões nacionais.

A hippie e o yuppie

Na realidade nem ela é bem hippie nem ele bem yuppie, mas soava bem e não estará assim tão longe da verdade. Dharma é filha de hippies e cresceu numa comuna, mas é mais consciente da sociedade capitalista onde vive que os pais e adepta de um modo de vida saudável e natural, mas sem radicalismos fundamentalistas. Greg é filho de uma família rica e tradicional, advogado de formação, mas que, até conhecer Dharma, vivia uma vida cheia de rotinas sem graça e que muda muito as suas perspectivas e modo de ver a vida ao se casar com ela.

Acho que é notório que não sou grande simpatizante do canal SIC-Mulher, tanto pela filosofia como pelos conteúdos. A mim, que sou mulher, parece que reduzem mais ainda as mulheres a um determinado gosto e universo que, decididamente, não é o meu. Felizmente há sempre excepções que confirmam a regra: Dharma & Greg e Oliver's Twist.

Dharma & Greg é daquelas sitcoms que passou discretamente na defunta RTP2 e que, juntamente com Off Centre, me cativou no primeiro visionamento. Não costumo amar nem odiar sitcoms americanas, mas a grande maioria, se vejo, é porque calha, não é o caso de Dharma & Greg.

O primeiro factor que torna a série fantástica é o fabuloso desempenho de Jenna Elfman, como Dharma, mas a própria permissa de Romeu e Julieta às avessas, da série, não poderia ser melhor. No meio de uma comédia bastante leve, a crítica social originada por este invulgar casal, constantemente em choque cultural é muito engraçada e inteligente.
Claro que sendo uma comédia, a grande maioria das personagens são bem exageradas, mas e daí... talvez nem tanto. Acredito piamente que famílias como os Finkelstein (pais de Dharma e hippies fora de prazo) ou os Montgomery (pais de Greg e WASPs do mais tradicional) existam na realidade. Agora o grau de humor e tolerância com que resolvem os conflitos é que talvez exista só na ficção.

Numa sociedade, como a americana, em que se sobrevaloriza a família, muitas vezes com valores extremamente conservadores, este casal e as suas famílias são uma fresca alternativa e que dão para dar umas boas gargalhadas. Com os constantes desafios que estas duas famílias, tão contrastantes, acabam por se pôr umas às outras é engraçado ver como acabam por ter atitudes que vão muito além de radicalismos ou do preconceito. Dharma e Greg acabam por funcionar como mediadores entre os dois mundos. O que frequentemente acaba por acontecer é ser Greg a tentar amolecer os Finkelsteins e Dharma a tentar amolecer os Montgomery's. Dharma e Greg fazem um casal que se completa e nem parece que se conheceram num dia e casaram no outro (e se mantém casados e felizes).

Como está a repor na SIC-Mulher é de apreoveitar para rever os episódios antigos e ver as "seasons" que não chegaram a ser exibidas pela RTP.

Dharma & Greg - ABC

SIC-Mulher
2ª-6ª: 09:00, 20:30
dom.: 15:00
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