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18 agosto 2019

Filmes da Madrugada

À noite, antes de ir dormir, tenho tentado ver filmes. Como agora não vejo TV em directo, e se não vejo o anúncio a algum filme que queira ver, seja nos intervalos de séries que esteja a ver ou pelas redes sociais, o meu método de busca é o mais simples de todos: na box, através das listas de filmes a dar "agora", "antes", "ontem", "nos dias anteriores". Na maioria das vezes acabo a rever algum filme que corresponda ao apetite do momento, ou um filme qualquer da treta, em geral uma comédia romântica sem grande intriga, para ajudar-me a adormecer. Mas pelo meio tenho visto alguns filmes que não tive oportunidade de ver em sala ou apanho algumas surpresas. Gravados, para rever com atenção, tenho: A Clockwork Orange, Kaze Tachinu, Tonari no Totoro, Christine, Shining, Les vacances de M. Hulot, três James Bond com Roger Moore, incluindo o meu primeiro Bond: The Spy Who Loved Me e Playtime. O canal que mais me surpreendeu até agora foi a SIC Caras, onde em geral só tenho visto cerimónias de entrega de prémios ou um ou outro biopic, mas onde acabei por ver dois filmes que adorei.

Hidden Figures, deu na SIC Caras, que acabei por não ver em sala, é melhor do que pensava. Estava sempre a lembrar-me do épico The Right Stuff, pois é um outro lado da mesma história, é o lado das mulheres negras programadoras que literalmente fizeram a diferença na NASA.
O elenco principal é forte e muito bem escolhido, isso, aliado a uma narrativa interessante e baseada em factos reais, faz do filme um bom filme. Para além do trio principal, com as maravilhosamente impecáveis (e implacáveis?) Taraji P. Henson, Octavia Spencer e Janelle Monáe, gostei imenso do Kevin Costner, que em geral detesto, num papel muito comedido e onde justifica muito do hype à volta dele nos anos 90, de uma Kirsten Dunst amarga e que está longe de ofuscar as protagonistas e de um Jim Parsons, num papel que tinha tudo para ser uma reprise do Sheldon Cooper, mas que é o oposto, de um físico que não quer admitir que há alguém melhor que ele, ainda por cima mulher e, como se não bastasse, negra.
Como disse, o trio principal é forte e o desempenho impecável, as actrizes fizeram o que tinham a fazer: estavam ali três excelentes personagens e agarraram-nas com unhas e dentes. Mas gostei de ver estes três actores brancos, habituados a estar na ribalta e a ser protagonistas, com personagens o oposto do costume e onde conseguem brilhar ao deixar brilhar as protagonistas.
Hidden Figures

Outra surpresa na SIC Caras foi o filme Inkheart. Foi a sinopse que me chamou, acabou por ser uma belíssima surpresa. O elenco é conhecido, Brendan Fraser, Andy Serkis, Helen Mirren, mas o filme nem por isso. Creio que foi pouco promovido, mas é um filme delicioso.
Trata de uma história fantástica que tráz personagens de livros ao mundo real e de certa forma lembrou-me a História Interminável (o livro), mas as semelhanças acabam aqui. Não quero fazer spoilers, não vou contar a história, mas espanta-me que este filme tenha sido ignorado, numa época em que o género fantástico é tão popular. É uma história empolgante, muito original, um filme bem feito, bonito, tem bons desempenhos do elenco principal e até tem animais fofinhos: um furão e um terrier (Toto). Gostei muito da permissa à volta da escrita e da leitura, da família nómada por via das circunstâncias em paisagens lindas, sobretudo do norte de Itália. Gostei mesmo muito!
Inkheart

O terceiro filme surpreendentemente bom que vi numa destas madrugadas foi Dare to be Wild, já não me lembro qual canal, que retrata a história verdadeira de uma designer de jardins visionária irlandesa que consegue vencer um concurso chiquérrimo de jardins em Londres.
É mais uma história do underdog sem dinheiro a tentar vencer num mundo que não é o dele e que tem demasiadas regras cujo objectivo é manter esses underdogs longe desse mundo elitista.
O filme vale a pena pois é lindíssimo, tal como os jardins, a história é menos linear e mais empolgante do que parece e adorei ver um filme sobre um tema diferente.
Dare to be Wild

Apesar da ausência de filmes clássicos, onde a RTP Memória é a nossa única salvação, pois tenho tido vontade de rever musicais, como An American in Paris. Mas tenho visto alguma coisa no computador, apesar do tamanho do ecrã me atrofiar. O último filme que vi foi Daddy-Long-Legs, com Mary Pickford, que é uma muito melhor adaptação do livro de Jean Webster que o filme com Fred Astaire e Leslie Caron, percebi que foi inspiração directa para o anime dos anos 90!
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