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31 agosto 2005

Rosa de Versailles



Já resolvi, pelo menos parte, do meu dilema das revistas. Experimentei comprar a tal revista que vi publicitada (Zapping) e a primeira impressão é bastante boa: a começar pela capa que anuncia a 5ª série de CSI (que, se gundo o que li na Premiere, vai ter 2 episódios realizados por Quentin Tarantino), tem a programação da TV Cabo em pormenor (até tem a do Fashion TV), algumas, não demasiadas mas pertinentes, notícias e reportagens, e uma entrevistazita. Só tem um problemazito: não tem a programação dos 4 canais generalistas, mas tb são só 4 e posso sempre acompanhar a programação online.

Mas a verdadeira boa notícia, excelente notícia, foi ver anunciada a estreia de Versailles no Bara (Rosa de Versailles) ou Lady Oscar, como vai ser o título português, uma das mais clássicas séries de anime de sempre.

Não vale a pena ter ilusões, provocadas pelo ar antiquado (e é antiga, a série) e feminino, que a história é muitíssimo interessante, muito forte e pouco infantil.

A história acompanha o percurso da Rainha Maria Antonieta (a dita rosa de Versailles), desde a sua Áustria natal até à sua morte, pela guilhotina, na revolução francesa. Mas a protagonista não é ela, a protagonista é uma rapariga/mulher com nome de homem: Oscar François de Jarjayes, uma das 4 filhas de um general do Rei Luís XV que, farto de ter só raparigas resolveu dar-lhe um nome de homem e educá-la para o seguir na profissão e herdar os seus bens (naquela altura as mulheres não herdavam nada). Oscar é destinada à guarda pessoal de Maria Antonieta, quando ela vai para a corte francesa, e, ao longo do tempo, acaba por se tornar uma das poucas pessoas de confiança e honestas que a rodeiam. A vida de Oscar começa num idílio infantil de maria-rapaz, passa por dilemas de sexualidade provocados pelo modo de vida muito pouco convencional para a época, amores e desilusões, um grande amor, amadurecimento, política e morte.

Práticamente quase todas as personagens existiram na realidade exceptuando Oscar e algumas das pessoas que a rodeiam (André e Rosalie, por exemplo) até o pai dela, o general Jarjayes, acho que existiu. Para quem não sabe esta parte da história francesa, cheia de intrigas e romance, é uma boa maneira de aprender com uma ficção bem construída e sem grandes falhas históricas, que eu, que não sou especialista, tenha dado por isso.

Este anime é baseado numa extremamente popular manga dos anos 70 no Japão, criada por Ryoko Ikeda. A própria série também é dos anos 70 e também foi muito popular. Passou já há largos anos em França e em Itália, sendo muitíssimo popular em ambos estes países e teve, inclusive, uma adaptação para cinema, realizada por Jacques Demy e rodada em França. E, claro está, é um dos meus anime e manga preferidos.

O character design pode parecer algo familiar ao espectador de anime mais atento, é de Shingo Araki, o mesmo character designer dos Cavaleiros do Zodíaco.

Não consegui encontrar nenhum site oficial, nem mesmo em japonês, talvez porque a série ainda não foi editada em DVD e a produtora (Tokyo Movie Shinsha) faliu nos anos 80. Aqui ficam alguns sites de fans:
http://www.destinyofroses.org/oscar/
(site com notas sobre as falhas históricas na narrativa e não só)
http://www.interlog.com/~dgsimmns/RoV/RoV.html
(site bastante simples, mas com informação muito completa sobre a Rosa de Versailles)

Canal Panda
2ª a dom. 22h30

27 agosto 2005

Revistas de TV

Há muitos anos que sou (era) compradora fiel da TV Guia, mas decidi que finalmente ia largar o vício.

Durante bastante tempo (principalmente antes de haver concorrência) a TV Guia correspondia mais ou menos ao que deveria ser a revista guia de televisão para Portugal, mas nos últimos anos, principalmente depois da venda da TV Guia, a revista piorou tanto que deixou de ser uma revista de televisão para passar a ser uma revista de fofocas e cusquices.

Confesso que cusquices em doses moderadas, como não vou ao cabeleireiro, até que me dão algum gozo, mas dominarem uma revista, que tem uma ultilidade específica que por causa disso não é cumprida, é que não!

A meu ver, uma revista de televisão, principalmente com o nome "TV Guia" deve se concentrar, principalmente, em informar, com a maior precisão possível e com alguma antecedência a programação dos canais públicos (a TV Guia, agora sai às 2ªs com a programação a começar também às 2ªs, o que não dá jeito nenhum), cabo e satélite do país onde é editada. Já pude consultar algumas "TV Guides" de outros países e, em geral, são até mais gordas, mas as suas páginas, para além da programação, são preenchidas com artigos, críticas e reportagens sobre os programas a dar, filmes, séries, actores, profissionais de televisão e, em doses BEM mais pequenas, alguma cusquice ou até mesmo nenhuma cusquice. Um pouco mais parecidas com revistas como a Premiere.

O problema é que (basta olhar para uma banca de revistas, parecem feiras) em Portugal, ultimamente, para vender qualquer publicação com sequências agrupadas de palavras é preciso vir um brinde qualquer inútil e com volume ou então ter um escândalo menor na capa. A TV Guia que tinha escapado em parte a esse estigma começou, nesta nova vida privada, a viver de pequenos escândalos de protagonistas de reality shows e de intrigas arrancadas à força por fotógrafos plantados nas esquinas das ruas mais frequentadas pelas celebridades (?) do burgo. As notícias às vezes eram tão desinteressantes que se limitavam a ser fotos pouco nítidas ou de má qualidade de gente conhecida às compras no Chiado ou nas Amoreiras simplesmente porque passaram à frente do fotógrafo na dita esquina. Outra coisa sempre me irritou: um dos repórteres mais antigos da casa, um "suposto" especialista em coluna social, insiste, até hoje, em escrever Chanel (a famosa marca de roupa e alta-costura criada por Gabrielle "Coco" Chanel) com dois "N" -> Channel. Alguém lhe devia dizer (digo eu agora) que a senhora Coco Chanel (com um "N") era francesa e que channel em inglês quer dizer canal (talvez seja por escrever numa revista de TV), isto entre muitos outros erros similares.

Por mais que comprasse a TV Guia por vício ou por falta de coisa melhor com a programação de TV, finalmente fartei-me quando dei por mim a nem folhear como deve ser a revista e nem ler um único artigo, a única coisa que escapava eram mesmo as palavras cruzadas.

Mas agora preciso de uma alternativa. Os jornais estão fora de questão (papel a mais), já não existe um Se7e para nos alegrar a semana às 5ªs feiras, ver a programação na net é confuso e moroso (há sites de canais de TV que nem lembram ao menino Jesus) e as outras revistas de TV são iguais ou piores que a TV Guia. Resta-me tentar as revistas de TV Cabo e afins a ver se servem, vi publicitada uma no outro dia (mensal), mas aceito sugestões.

22 agosto 2005

Travessia no deserto

Afinal a travessia no deserto não tem sido tão seca como o país está. Principalmente os canais generalistas têm nos brindado com filmes importantes e de qualidade, que normalmente passam no Natal ou no outono. Ontem deu Hero, de Zhang Yimou, e Catch Me If You Can, de Steven Spielberg, na SIC, que já tinha passado Lord of the Rings - Two Towers e um filme excelente, com Gary Sinise, The Impostor.

Para além da SIC a RTP1 e a 2: continuam a passar bons filmes e a TVI, mais modestamente também tem passado algumas coisas de jeito. Nos canais de cabo tem havido o ciclo de filmes velhinhos de ficção-científica no Hollywood (The Incredible Shrinking Man, Tarantula), que infelizmente perdi, ontem, se não me engano no AXN, estava a dar o excelente e mítico The Blues Brothers e até mesmo a SIC-Mulher tem passado mais que lamechadas dramáticas francesas, há pouco passou Anna and the King, versão original e musical com Deborah Kerr e Yul Brynner.

Pelo menos os filmes são bem tratados, ao contrário das fabulosas séries de culto que felizmente têm passado nas nossas TVs, não fossem os intervalos gigantes da SIC e cortarem os genéricos finais (Hero, talvez por ser chinês, nem sobreviveram os nomes dos protagonistas) tudo seria perfeito.

Mesmo assim não deixam de passar as secas de TODOS os verões como Fim de semana com o morto, American Pie (que é bom, mas já cansa de tanto passar) e outros filmes baratuchos que vêm no pacote com os filmes de primeira qualidade.

Boas previsões são:
RTP1
Amadeus (sábado, 27/08)
Chicago (domingo, 28/08)

Hollywood
Rollerball, o original com James Caan (3ª, 23/08)
Misery e Eyes Wide Shut (4ª, 24/08)
Futureworld, com Blythe Danner, mãe de Gwyneth Paltrow, e o clássico Raging Bull (5ª, 25/08)
Merry Christmas Mr. Lawrence (6ª, 26/08)
Drácula, com Donald Pleasance e Laurence Olivier (sábado, 27/08)
O último Imperador e American Grafitti (domingo, 28/08)

Há mais, mas não dá para andar a esmifrar programação de filmes nos sites portugueses, ou são lentos ou não estão actualizados...

http://www.imdb.com

15 agosto 2005

Nova Gallactica

Depois de ter revisto parte dos episódios da primeira série da Battlestar Gallactica, fartei-me e cheguei à confirmação de que só via a série nos anos 80 porque não havia mais nada e tudo o que vinha à rede era peixe. A série antiga, dos anos 80, é a maior seca não tem personagens interessantes e a intriga é demasiado moralista, demasiado 'preto no branco' e cheíssima de incoerências tanto dentro do próprio universo, como na suposta relação com a nossa realidade actual.

Mas... mais uma vez um dos melhores produtos televisivos da actualidade foi maltratado e "empurrado" para uma tarde de feriado, na falta de conteúdo para uma tarde de semana habitualmente preenchida com horas seguidas de novelas. Falo do filme/episódio piloto da nova série Battlestar Gallactica, da qual já tinha ouvido imenso falar e visto os primeiros minutinhos em casa de um amigo que o tirou da net.

Eu estava bastante céptica, principalmente depois do baque, maior do que o esperado, ao rever a série antiga, não tinha a mínima vontade de ver. Mas, como estava em casa a fugir do calorão, aproveitei o "preenchimento" da tarde deste feriado na SIC para ver o filme de que tanto já ouvira falar.

A história, intriga, personagens e universo com que me deparei não têm comparação com a pirosada da série original fora as pequenas homenagens (a música da série original num evento oficial, as cartas de jogar e as placas metálicas ao pescoço de Starbuck hexagonais, entre outros) que de vez em quando pontuavam o filme.

Os Cylons já não são, como diz Baltar "torradeiras cromadas ambulantes" e sim androides quase humanos à semelhança dos replicants em Blade Runner. Ainda existem robôs mas a sua estética é mais interessante que a anterior, mantêm o olho ciclópico vermelho de um lado para o outro (convenhamos que era engraçado) mas nas mãos têm garras e parecem menos um tipo qualquer dentro de uma armadura cromada e mais uma máquina de guerra.

Starbuck e Boomer, desta vez, são mulheres. Starbuck mantém o temperamento rufia simpática mas com bastante mais densidade emocional e Boomer, aparentemente é uma espiã Cylon sem o saber (ainda). A relação entre o Comandante Adama e Apolo (Apolo, Starbuck e Boomer não são os nomes próprios deles mas sim cognomes de uso militar) não é aquela coisa melosa e simpática, sem conflitos que víamos na outra série, mas sim uma relação conflituosa principalmente devido à morte prematura do irmão de Apolo, que culpa o pai. Não há cãezinhos cibernéticos, para nosso enorme alívio!!!

Grande parte da intriga vive de conflitos tanto de poder militar como político e não há misticismo exacerbado na procura da Terra Santa (ufa!). Aliás a suposta Terra Santa não existe, ninguém acredita verdadeiramente nela, é simplesmente uma manobra emocional que o Comandante usa para que os populares não entrem em pânico e colaborem na fuga.

O vilão, Baltar, não é verdadeiramente um vilão, mas sim um homem inteligente cheio de dúvidas éticas e os Cylons são extremamente sedutores e têm uma grande curiosidade sobre nós humanos, apesar de não hesitarem quando chega a hora do massacre.

Ninguém é invencível e ninguém é estanque, demasiado bonzinho ou demasiado mau. São boas personagens com grande potencial para evoluir.

Pena que o filme acaba num cliff hanger, portanto era bom que isto fosse um prelúdio para a transmissão da série, de preferência na SIC-Radical onde os horários são respeitados e cada episódio é transmitido mais que uma vez por semana, dando a oportunidade a quem gosta de não perder pitada.

http://www.scifi.com/battlestar/

03 agosto 2005

Euforia seguida de desilusão

Nesta travessia do deserto que é a televisão no verão, soube hoje que vai haver uma adaptação ao cinema de uma das minhas séries perferidas de telvisão, quando era pré-alfabetizada, o Carrocel mágico. Mal fui investigar um pouco sobre o dito filme, desiludi-me logo:

1. é em 3D, logo perde todo o charme das marionetes da série
2. tem um vilão, o que tira aquele ar idílico e psicadélico da série cujas narrativas não eram moralistas à americana
3. a Anita é completamente diferente e tem um design mais realista, o que lhe tira TODA a graça
4. a vaca nem sempre tem a flor na boca, fica sem o ar psicadélico "anos 60"

Permanece uma dúvida: será que vão manter os nomes originais dos anos 70? Ou vão "traduzi-los" o que tornará a Anita em Florença coisa parecida?
Com isto tudo, acho que o entusiasmo que tal filme me poderia despertar morre à partida e ficam as excelentes memórias que, uma das séries mais engraçadas de TV para miúdos pequenos dos anos 70, me deixou.
Sim porque nem o café, em frente à minha casa, que se chamava Saltitão, sobreviveu e, há uns 6 ou 7 anos sofreu uma remodelação, para os alumínios de sempre, e nem o boneco do Saltitão, que estava lá dentro sobreviveu.

www.magicroundabout.com

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