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15 maio 2018

Um Roubo, um Assassínio e Muitas Falcatruas

Antes que termine, tenho de falar em Pega Pega, provavelmente a novela da Globo com a melhor intriga dos últimos tempos.

À medida que os valores de produção têm melhorado, que claramente mais dinheiro é investido nas telenovelas, a criação de séries de luxo e o aumento de novelas de época, a qualidade dos enredos tem diminuído proporcionalmente. As narrativas são mais do mesmo, inclusive tenho reparado em histórias repetidas, somente com cenários diferentes, ou histórias mal alinhavadas, que apenas se sustentam com uma boa produção e um bom elenco. Apenas as comédias se vão safando, mais pelo entretenimento que proporcionam e um ou outro bons desempenhos, que outra coisa.

*** ESTE POST CONTÉM SPOILERS ***

Pega Pega começa por destacar-se no genérico, ao som de A Hard Day's Night, dos Beatles (interpretado pelos Skunk), numa animação engraçada, algures entre os Monty Python e Wes Anderson, que nos dá o tom. Tudo começa com uma golpada engendrada por bandidos estreantes, os funcionários de um hotel de luxo, que roubam o dinheiro da venda do mesmo. Esse roubo acaba por trazer à tona uma teia de crimes do passado, que acabam por ligar todas as personagens da novela, divididas em três núcleos: o Carioca Palace, a Tijuca e a Esquadra de Polícia.
A maneira gradual como os 4 bandidos vão sendo descobertos, desenrolando cada um, um pedaço dessa teia. Um assassinio, um outro assalto, um rapto, corrupção e uma barriga de aluguer. Tudo temperado com as doses certas de drama, romance e comédia, aliados a um bom e equilibrado elenco, tornam cada episódio cativante, sem tempos mortos nem chouriços a encher.

Só espero que este núcleo de produção, incluído o elenco onde estão alguns favoritos meus: Elizabeth Savalla, Mateus Solano, continue a produzir pérolas destas e que não sejam ofuscados pelas imitações foleiras de Game of Thrones, com actores portugueses a fazer um mau sotaque brasileiro.

PS - Cheias de Charme voltou a ser exibida na Globo, Vida de Empreguete em repeat novamente :D

Pega Pega

14 maio 2018

Canções no Gelo

Ui, já não via com alguma regularidade campeonatos de Patinagem Artística há tanto tempo! Tanto que entretanto as regras mudaram imenso, mas a que estranho mais é a possibilidade de usar canções com voz, as quais antes só eram permitidas nas galas de encerramento.

Calhou este ano eu saber dos Jogos Olímpicos de Inverno a tempo e horas e, com a ajuda da box, conseguir ver quase tudo da Patinagem e mais um cheirinho de outras modalidades. Quase tudo pois, para além de o Eurosport 1 já não transmitir tudo do princípio ao fim, ainda por cima há erros na grelha fornecida às operadoras e por vezes em vez de patinagem apanhei com biatlo ou slalom. Não me queixo, até gosto de ver, mas quero poder ver tudinho, de ponta a ponta, da Patinagem! Também não andam a transmitir as entregas de medalhas, só espero que transmitam a cerimónia de encerramento da Patinagem, costuma ser um ponto alto na modalidade.

A cerimónia de abertura apesar de curta foi impressionante com as coreografias de drones e gostei dos figurinos, quais flocos de neve, das porta-estandarte.

Além de se poder usar agora canções (muito Coldplay e musica pop óbvia :P ), há também uma nova categoria na patinagem, a competição por equipas e a pontuação é dada de forma diferente. Mas as técnicas ainda permanecem as mesmas e ainda competem alguns atletas que me são familiares. Outros, os da velha guarda, ou tornaram-se treinadores/coreógrafos, ou vejo-os na assistência. (Olá Katarina Witt!). Eu já sabia destas mudanças, que já se deram pelo menos antes dos Jogos em Sochi (2014), mas esta é a primeira vez que acompanho as competições da modalidade como deve ser desde a mudança.

Quanto à competição em si, é giro ver como as tendências estéticas mudaram, agora a elegância e fluidez são muito favorecidas, enquanto que nos anos 90 era a técnica pura e dura que dava medalhas. Se a nota técnica fosse boa, a artística podia ser má, mas não tirava a medalha, já que ter uma nota artística muito boa não era para todos. Continua a não ser para todos, mas nota-se um esforço maior para além de fazer a cruzinha na caixinha das diversas técnicas, os pontos artísticos, mais subjectivos, agora adicionam a essa nota mais contabilizável, em vez de fazerem parte de uma média. Parece mais justo também e obriga ao tal esforço adicional para ser mais bonitinho. Pelo que percebi, os fatos já não contam para a pontuação, o que a meu ver também é mais justo, não se trata de uma passagem de modelos.

Mas já que falo em fatos, com pontuação ou não, são uma parte importante nos campeonatos de Patinagem e vejo também uma sofisticação que é novidade para mim. OK, ainda há bling de obrigar ao uso de óculos escuros (como se o gelo não fosse branco o suficiente), mas já não é lamber o fato de cola e rebolar o/a patinador(a) numa banheira de lantejoulas e cristais, qual croquete cintilante. Os fatos dos homens andam particularmente interessantes em termos de design, com alguns exemplos bem bonitos. Os das mulheres são mais inconsistentes, variando entre os trapinhos de chiffon pendurados e os fatos com transformações. No meio disto tudo, muitas vezes pergunto-me como certos fatos foram feitos, alta tecnologia!

Mas tenho saudades, imensas saudades dos comentadores ingleses do Eurosport! A minha box oferece a possibilidade de mudar a língua entre o português e o inglês, não fosse o inglês falar espanhol! Por acaso na Patinagem o inglês fala inglês, mas só percebi isso a meio, "absolutely fantastic!", e foi decepcionante perceber que as comentadoras portuguesas ainda são as mesmas que há mais de uma década, no tempo em que o Eurosport era sempre em inglês, quase se pegaram num campeonato de patinagem na RTP2. Tenho de me conformar, mas antes gostaria que, entre outras alarvidades, deixassem de dizer "há (xxx) anos atrás". Minhas senhoras, ou será melhor "damas" (sic), o "há" já estabelece o tempo na frase em português, o "atrás" não está lá a fazer nada!

Houve transmissão da cerimónia de encerramento da Patinagem, mas não a mostraram completa, e a Cerimónia de Encerramento propriamente dita foi igualmente bonita, cheia de videomapping e tal, mas desta vez sem drones, estava demasiado vento.

PyeongChang 2018 Olympics
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