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19 janeiro 2009

borboleta com bom senso

Será que o meu blog atingiu as altas instâncias da SIC? Tenho sérias dúvidas, mas que o bom senso apareceu para os lados do programa da Lucy, apareceu!

Pois é, este fim de semana, deitei um olhinho ao programa e já vi a moça mais composta (até estava de casaco pelo joelho!!!) e alguns intertítulos em português.

O programa continua a ser um pretexto para colocar Luciana Abreu a cantar em playback, e muito pouco pedagógico ou instrutivo, mas pelo menos está mais adequado ao horário em que passa!

Programa da Lucy | Luciana Abreu | SIC Online

14 janeiro 2009

Sangue pasteurizado

Tenho andado a seguir True Blood e Kyle XY pelo MOV e True Blood é daquelas séries estranhas, que aparentemente tem pouco para eu gostar (fora os vampiros, se bem que isso também não é decisivo), mas pela intensa e estranha sensação que me deixa após cada episódio, não quero perder.

Gostei de Sete Palmos, a anterior série de Alan Ball, mas o excesso de personagens importantes e interessantes era um bocado distractivo. Estava lá a presença de um autor inteligente, que sabe criar excelentes personagens e narrativas inteligentes e que reflectem a realidade de um modo interessante, mas não me conseguia concentrar numa personagem favorita e acabei por não ver a série com atenção.

True Blood muda completamente o universo, deixa de ser uma família branca, classe média alta, mas um pouco excêntrica com um negócio diferente, tudo muito limpo na aparência mas sórdido por baixo dela, para ser uma comunidade "white trash" onde a protagonista serve num bar local num futuro próximo ou alternativo onde os vampiros saíram do armário graças à invenção japonesa de sangue artificial (tru Blood).

Apesar de ser um tipo de vida e gente que não quero conhecer na realidade, gosto muito mais deste universo mais "porco" e menos linear, que me tem surpreendido a cada episódio. Começando por Sookie Stackhouse, a protagonista, uma rapariga aparentemente pateta mas com uma personalidade forte e inteligente e que consegue ler os pensamentos das pessoas. Sookie, maravilhosamente interpretada por Anna Paquin, parece parva mas é uma força da natureza e sabe se defender muito bem apesar de se colocar constantemente em situações de risco, um bocado por um apelo do desconhecido. Bill, o vampiro, parece um tipo banal, calmo, circunspecto e pouco falador, mas luta o tempo todo contra a sua natureza apesar de claramente gostar de Sookie e não lhe ir fazer mal. Os dois iniciam uma relação na base dessa atracção pelo desconhecido, Sookie porque não consegue ler os pensamentos de Bill e sempre teve curiosidade em relação aos vampiros e Bill porque Sookie já lhe salvou a vida umas vezes, não o julga e quer conhecê-lo.

A relação de ambos vive de uma tensão sexual brutal, parece que sempre que estão juntos os dois têm de se estar a tocar, é de um magnetismo irresistível que tem pouca comparação com outras séries onde tensão semelhante existia, mas que alimentava-se do facto de o casal não se poder unir (Maddie e David - Moonlighting, Mulder e Scully - X-Files). Aqui eles vão poder unir-se pois não é com sexo que o mistério será desvelado, mas claro que Alan Ball faz render essa sensação, senão também não tinha piada.

Depois os dois têm de lidar com o preconceito numa terra pequena onde quando alguém espirra, toda a gente fica a saber, no sul dos Estados Unidos e o facto de os vampiros não se quererem verdadeiramente integrar, a luta deles não é uma luta pela justiça, mas sim de sobrevivência. Os humanos representam um lado bruto e ignorante e os vampiros um lado selvagem e irresponsável. Ninguém é verdadeiramente bom ou verdadeiramente mau, mas os vampiros são perigosos num modo mais físico e os humanos num modo mais psicológico de maquinações e intriga. E depois há sexo... como Sookie muito bem disse no episódio de ontem (o 4º, se não me engano) "está toda a gente a pensar em sexo!" ao que Bill respondeu "não é preciso ler mentes para perceber isso".

Seja onde for que Sookie e Bill forem, não vão encontrar o paraíso e o sossego, mas mais uma vez citando Bill a Sookie: "os vampiros estão sempre a correr riscos, prefiro corrê-los contigo.". É da união deles que vive a série, uma união e pêras!

Sendo séries com universos opostos, o cunho de Alan Ball sente-se na coerência da escrita e em personagens ricas, cheias de personalidade, mesmo que essa se manifeste pouco. Cada episódio introduz uma nova peça ao puzzle e deixa-nos a pensar em que mais poderá acontecer.

HBO: True Blood

MOV
3ª: 22:00

10 janeiro 2009

Lumières


não... não é a Av. da Liberdade, são os Champs Elysées

Sempre tive uma relação de amor-ódio com as luzes de Natal. Acho que na grande maioria são um desperdício de electricidade, mas por outro lado até gosto de as ver em zonas seleccionadas das cidade, principalmente quando são bonitas. Portanto gosto de ver as iluminações de Natal na Baixa, no Chiado, no Terreiro do Paço, na Av. da Liberdade, na Av. de Roma e no eixo entre o Marquês de Pombal e o Campo Pequeno e, vá lá, talvez também em Entrecampos.

Mas nos últimos anos cada vez gosto menos das iluminações de Natal, andam a ficar cada vez mais feias e a espalhar-se, qual praga, a zonas da cidade, como por exemplo a minha rua, onde não faz rigorosamente sentido nenhum haver luzes de Natal, pois o único comércio existente são sapateiros, mercearias, tascas e um videoclube. Sim, a minha lógica diz que as iluminações de Natal são um atractivo turístico, portanto devem centrar-se nas veias principais da cidade, em particular nas de comércio.

Este ano foi a grande desilusão, praticamente todas as iluminações de Natal da zona da Baixa eram particularmente feias, sem mencionar o HORROR que estava no Rossio! Escapavam algumas transversais da Baixa, a zona da Av. de Roma e a Av. da Liberdade, da qual gostei particularmente. Qual não é o meu espanto e desilusão quando, no fim-de-ano, naquelas mini-reportagens na TV dos fins-de-ano pelo mundo fora, vejo que os Champs Elysées em Paris tinham iluminações exactamente igiais às da Av. da Liberdade! E verdade que a Av. da Liberdade já é uma espécie de cópia dos Champs Elysées, mas não precisavam de levar isso tanto à letra copiando as iluminações da Natal!!

O único aspecto positivo das iluminações de Natal deste ano foi que pelo menos não foram pagas pela Câmara Municipal, isto é, pelos seus habitantes/contribuintes, mas por patrocínio de empresas privadas. Mas a Câmara ainda tem uma enorme responsabilidade pelo aspecto visual da cidade e não devia ter aprovado certo tipo de manifestações em que a publicidade se sobrepunha ao bom gosto da decoração. No primeiro ano em que tal foi visto, a Av. da Liberdade tinha uma decoração com bolas da Volks Wagen, mas, apesar da publicidade inerente, era uma decoração agradável e bonita, que não feria a sensibilidade natalícia dos transeuntes. Para além disso continuo com sérias dúvidas de onde vem o dinheiro das iluminações de Natal de freguesias mais residenciais como a minha, onde continuo a achar que as iluminações de Natal são um disparate! Pelo menos não votei em quem lá está, portanto a minha consciência está tranquila, apesar de a carteira não estar.

Ao contrário dos anos anteriores, achei que a horrorosa maior árvore de Natal da Europa até ficava bem no alto do Parque Eduardo VII. Não parecia tão açambarcadora...
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