TV-CHILD É UMA DESIGNAÇÃO QUE SE PODE DAR À MINHA GERAÇÃO, QUE CRESCEU
A VER TV. ESTE BLOG É 90% SOBRE TV, 10% SOBRE OUTRAS COISAS.

31 maio 2006

Disclaimer

Não tenho escrito muito sobre televisão, talvez esteja numa fase down do vício ou há pouca coisa que me anda a chamar a atenção. Desde que acabaram indecentemente com o GNT e a Buffy foi cancelada que acho que perdi algum interesse (é temporário, hei de voltar à carga).

Então o que é que ando a ver com regularidade? Por ordem de horário, cá vai:
  • animação no Panda (o que estiver a dar, em geral Doraemon ou Tsubasa)
  • Malhação e New Wave (gosto, o que é que se há de fazer...)
  • Floribella (viciei-me!)
  • Medium, CSI: NY, Without a Trace (no AXN)
  • Dr. Who (às 5ªs no People + Arts)
  • a seguir, o que calhar (de preferência um filme)...

e ao fim-de-semana:

  • animação no Panda, SIC-Radical, SIC, TVI, RTP1, 2: (conforme o que me apelar mais, mas Noir já acabou)
  • Medium, CSI: NY, Without a Trace (os episódios que perdi durante a semana)
  • Stargate SG1
  • CSI na SIC
  • e à noite o que calhar estar a dar algures num zapping (se for filme, melhor)

Realmente anda um pouco desinteressante a minha lista de programas... Em contrapartida alguma publicidade e videoclips têm merecido a minha atenção (o dos Samurais da Rede4) e o video e o leitor de DVDs têm funcionado com frequência... E não ando a ver novelas brasileiras (fora a Malhação/New Wave), Belíssima é uma chatice e Sinhá Moça sem Lucélia Santos, não é Sinhá Moça... No zapping lá vou vendo Dharma & Greg, Mythbusters, Changing Rooms, A Juíza, Scrubs, Space:1999, alguma coisa do vício que é o Biography Channel, etc. e vi, finalmente, no outro dia, um episódio de Dr. House, pareceu-me interessante, mas é pouco provável que vá ver com regularidade (esqueço-me! ;P).
Perdi um bocado a paciência para as Desperate Housewives e não a tenho tido para a Senhora Presidente (peço desculpa à Geena Davis, gosto bastante dela como actriz), não percebi bem a que horário anda (ou andou a dar) o Lost e também acho que acabei por me zangar com a série da forma como foi maltratada pela RTP. Não tenho seguido nenhuma das séries da 2: e, desde que mudaram a Britcom para os domingos que me esqueço completamente de ver...

30 maio 2006

Minha TV

Recentemente estive na assistência técnica da SONY em Lisboa, perto do Beato, e eles têm lá, em exposição, uma televisão igual à minha, de 1961 (se não me falha a data), preta e tudo!

Acredito que deva ter chegado a Portugal depois da minha, pois nunca foram comercializadas por cá. Mas achei giro, ver em exibição, provávelmente o segundo exemplar em Portugal daquele modelo.

Lá também estavam o primeiro Walkman, a primeira Camcorder VHS (que calhamaço!) e outros "primeiros aparelhos" da SONY.

Quem a quiser ver ao vivo, é só deslocar-se à assistência técnica da SONY.

SONY Portugal

25 maio 2006

Antonieta II

Como o filme ante-estreia no Festival de Cannes, já existe um site oficial francês online com o primeiro trailer à séria (o anterior era o teaser). O site está bastante completo, incluindo uma entrevista com Sofia Coppola por Eleanor Coppola, sua mãe.

Gosto particularmente muito desta foto, porque acho que exprime bem o que Sofia Coppola diz que quer mostrar na sua Marie Antoinette: inocência, atrevimento, sensualidade e juventude.

Nós vamos tendo de nos contentar em não perder a cabeça até que o filme estreie por cá em Outubro.

Marie Antoinette [FR]

É do metal!

Desde que comecei este blog, tenho tido algumas sugestões de programas a comentar, talvez o único de que recebi mais que uma recomendação, desde o início e em anos diferentes, tenha sido o Festival Eurovisão da Canção e eu, como me desinteressei do Festival já há algum tempo, fui dispensando a sugestão.

Este ano é-me impossível não comentar, nem que seja pelo resultado! Não vi o Festival todo e, pelo que percebi, agora funciona por eliminatórias que se estendem por alguns dias. Mas fiz algum zapping e, da primeira vez, reparei na banda Finlandesa que era, no mínimo, sui generis e a minha reacção foi: "Força, Finlândia!". Mais por acaso que de propósito, quando voltei a fazer zapping pelo Festival da Canção acabei por ver a revelação do vencedor, e não é que foi a Finlândia? Nunca pensei que tivessem alguma hipótese de vencer!

O triste foi perceber que a canção portuguesa, para variar, não valia nada e que o grupo que a cantava era uma imitação mesmo muito pobre das Doce!

Não há dúvida que o mundo televisivo está muito diferente: há bem pouco tempo quem imaginaria que um rap cheio de palavrões venceria a melhor canção dos Oscars e, menos ainda, uma banda metal, cujos elementos se caracterizam de monstros, saídos directamente de um filme de terror de George A. Romero, venceria o Festival Eurovisão da Canção!

Isto este ano anda estraaaanho...

Eurovision Song Contest

24 maio 2006

Campeões

Num país como o nosso, onde uma das maiores causas de morte são os acidentes rodoviários, haver um concurso para encontrar o Pior condutor de sempre... nisso devemos ser os campeões!

Realmente! Não tinham nada de mais original para inventar? Só espero que o prémio seja algo de construtivo como aulas de condução, ou então não deixarem o vencedor conduzir mais na vida...

SIC Online - Pior condutor de sempre

SIC
sáb. 19:00

23 maio 2006

Bom português

Este fim-de-semana tive oportunidade de ver um bocadinho de Cabovisão e do Canal MGM. Ainda por cima, neste momento, a Cabovisão apresenta um pacote de canais bem mais interessante que a TV Cabo, agora que nos roubaram o GNT, que era um dos melhores canais (depois da "queda" das RAIs, do Arte, do Travel, do Fashion TV, etc...).

O MGM tem uma escolha simpática de filmes, mas tem um defeito que se torna numa qualidade: os filmes são legendados em brasilês, e pior, às vezes são dobrados em brasilês! As dobragens não consigo ver (lembro-me sempre de: "Kitchi ámigão: vem mi buscá!" ou "Vérrsão brásileirá: Herrbertchi Richardchis."), mas as legendagens, se conseguirmos ignorar eles tratarem-se por "você" e algumas outras palavras demasiado brasileiras, são muito melhor traduzidas e mais cuidadas que as portuguesas.

Infelizmente é um facto que as nossas legendagens, principalmente as da televisão e mais ainda ultimamente com a profusão de empresas anónimas, que não colocam sequer o nome de quem fez a tradução e legendagem, cada vez são piores e cada vez mais quem as faz sabe menos o que tem à sua frente. OK, as pessoas são provávelmente mal pagas, têm um tempo demasiado limitado para fazer o seu trabalho, mas então que se responsabilizem as empresas que fazem o trabalho ou as cadeias de televisão que encomendam e pagam o trabalho. Se não se exigir profissionalismo de lado nenhum, nem as legendagens e traduções melhoram, nem os funcionários passarão a ter o seu trabalho mais respeitado e eventualmente a terem uma remuneração mais justa.

Cabovisão
THE MGM Channel - Portugal

22 maio 2006

Guias ConVida

Ando a desviar-ma algumas vezes do meu assunto preferido daqui, a TV, mas nunca o fiz muitas vezes, acho que ando a aproveitar os 10% retroactivos deste ano e meio.

É-me impossível resistir, como Lisboeta que sou, a comentar as lindíssimas capas dos Guias Lisboa ConVida de Maio e Junho, que, ao que parece também têm saído com o jornal Público de sábado (ainda só saíram três). Só arranjei o da Baixa, ainda vou ver se consigo arranjar os outros quatro, do Bairro Alto, Chiado, Liberdade e Príncipe Real & São Bento.

As ditas capas têm um aspecto muito Art-déco, mas no caso do da Baixa, com uns pormenores fantásticos! O seu padrão geométrico central é formado por sardinhas e ondas de água. A escolha dos tipos de letra, muito anos 20-30, é linda e as cores e os pormenores a prateado, muito bem pensados.

No dito guia não diz quem é o autor ou autora das capas, mas o design gráfico está a cargo de Kahn, atelier de design (cujo site não tem - ainda - nenhum exemplo) de onde parto do princípio vieram também as ilustrações das capas. No site dos Guias ConVida vêm outras capas, também bonitinhas, mas sem metade da beleza destas.

Se entretanto arranjar imagens das capas, hei de as colocar aqui.

Guias ConVida

20 maio 2006

Anti-herói


Beastie Boys - Body Movin

Recentemente voltei a ver este video, que ainda por cima é uma divertidíssima homenagem a um filme que adoro: Diabolik.

Beastie Boys
Diabolik - IMDB

15 maio 2006

Rir com os erros dos outros

... é uma carcaterística humana. Acabei de passar um bom bocado a ler um blog sobre os erros comuns do uso de caracteres asiáticos no ocidente, Hanzi Smatter, e lembrei-me de uma recente, avistada na cidade de Lisboa.

Dentro do meu modesto conhecimento da cultura nipónica e da sua língua, se há coisa que me anda a enervar nos últimos tempos são os restaurantes chineses reconvertidos em fashionable e caros restaurantes pseudo-japoneses. Para além da enorme possibilidade de se comer comida de má qualidade, ainda por cima os clientes deixam-se aldrabar voluntáriamente em prol de uma moda parva.

Um dos últimos exemplos é um ex-restaurante chinês, na R. da Praia da Vitória, perto do Saldanha, ao lado do Cine 222, hoje-em-dia chamado "Osaka". Como "subtítulo" consta do letreiro que dá para a rua a seguinte frase: スカートが焼く, ou seja: sukaato [skirt] ga yaku. Ora bem, durante alguns dias que passei por ali, esta frase intrigou-me, até duvidei do kanji (caractere chinês) e fui ver ao dicionário, não fosse estar enganada, mas o que esta frase quer dizer, em bom português, é "aqui grelham-se saias".

Em tempos, quando este restaurante ainda era chinês, jantei lá, nos anos de um amigo. Nessa noite o restaurante estava às moscas e, todas as outras vezes que passei lá em frente, continuava às moscas. A mudança de "nacionalidade" da culinária praticada sempre levou lá alguma clientela, já não anda tão vazio. Mas, se antes já não tinha grande vontade de lá comer, agora é que, de certeza, não ponho lá os pés. Saias grelhadas não são uma iguaria da cozinha japonesa!

11 maio 2006

*cores brilhantes

Cores brilhantes é a brilhante tradução para bright colours no programa Changing Rooms da BBC, actualmente a passar no People+Arts.

bright (def. 2)

*beneficiência

Três, três vezes ouvi eu hoje dizer beneficiência, em vez de beneficência, no Jornal da Noite da SIC!

Com esta palavra vou começar aqui um glossário dos erros de português nas televisões nacionais.

A hippie e o yuppie

Na realidade nem ela é bem hippie nem ele bem yuppie, mas soava bem e não estará assim tão longe da verdade. Dharma é filha de hippies e cresceu numa comuna, mas é mais consciente da sociedade capitalista onde vive que os pais e adepta de um modo de vida saudável e natural, mas sem radicalismos fundamentalistas. Greg é filho de uma família rica e tradicional, advogado de formação, mas que, até conhecer Dharma, vivia uma vida cheia de rotinas sem graça e que muda muito as suas perspectivas e modo de ver a vida ao se casar com ela.

Acho que é notório que não sou grande simpatizante do canal SIC-Mulher, tanto pela filosofia como pelos conteúdos. A mim, que sou mulher, parece que reduzem mais ainda as mulheres a um determinado gosto e universo que, decididamente, não é o meu. Felizmente há sempre excepções que confirmam a regra: Dharma & Greg e Oliver's Twist.

Dharma & Greg é daquelas sitcoms que passou discretamente na defunta RTP2 e que, juntamente com Off Centre, me cativou no primeiro visionamento. Não costumo amar nem odiar sitcoms americanas, mas a grande maioria, se vejo, é porque calha, não é o caso de Dharma & Greg.

O primeiro factor que torna a série fantástica é o fabuloso desempenho de Jenna Elfman, como Dharma, mas a própria permissa de Romeu e Julieta às avessas, da série, não poderia ser melhor. No meio de uma comédia bastante leve, a crítica social originada por este invulgar casal, constantemente em choque cultural é muito engraçada e inteligente.
Claro que sendo uma comédia, a grande maioria das personagens são bem exageradas, mas e daí... talvez nem tanto. Acredito piamente que famílias como os Finkelstein (pais de Dharma e hippies fora de prazo) ou os Montgomery (pais de Greg e WASPs do mais tradicional) existam na realidade. Agora o grau de humor e tolerância com que resolvem os conflitos é que talvez exista só na ficção.

Numa sociedade, como a americana, em que se sobrevaloriza a família, muitas vezes com valores extremamente conservadores, este casal e as suas famílias são uma fresca alternativa e que dão para dar umas boas gargalhadas. Com os constantes desafios que estas duas famílias, tão contrastantes, acabam por se pôr umas às outras é engraçado ver como acabam por ter atitudes que vão muito além de radicalismos ou do preconceito. Dharma e Greg acabam por funcionar como mediadores entre os dois mundos. O que frequentemente acaba por acontecer é ser Greg a tentar amolecer os Finkelsteins e Dharma a tentar amolecer os Montgomery's. Dharma e Greg fazem um casal que se completa e nem parece que se conheceram num dia e casaram no outro (e se mantém casados e felizes).

Como está a repor na SIC-Mulher é de apreoveitar para rever os episódios antigos e ver as "seasons" que não chegaram a ser exibidas pela RTP.

Dharma & Greg - ABC

SIC-Mulher
2ª-6ª: 09:00, 20:30
dom.: 15:00

09 maio 2006

Chair Wars

Segundo o programa da MTV, Barrio 19, é uma actividade alternativa, praticada nas ruas de Londres, com banais cadeiras de escritório. Sim, daquelas de napa, baratas, com rodinhas. O "praticante" lança-se para cima da cadeira, qual prancha de bodyboard e depois... é ir até onde a cadeira os levar...

Ver as imagens foi, no mínimo, para rir à gargalhada! Suponho que o objectivo final é acabar com as cadeiras, pois nas últimas imagens eles estatelavam-se escadadrias abaixo, desfazendo as cadeiras em pedaços.

A actividade urbana alternativa seguinte também tinha o seu charme e também era praticada em Inglaterra: o Brooming. Esta actividade consiste em fazer tudo o que se faz em cima de um skate mas... em cima de uma vassoura!

Com estas cheguei à conclusão que a MTV não piorou assim tanto, Barrio 19 é programama a ver.

MTV.PT

01 maio 2006

Pedro Costa é famoso!

Como tive uma pequena participação no Indie Lisboa, sinto-me no direito de reportar um pouco as minhas impressões do festival.

Achei o festival muito bem organizado, como uma logística impecável e generosa. Senti algumas pequenas falhas técnicas, talvez inevitáveis, pois nem todas as salas onde os filmes foram exibidos têm equipamento muito moderno, as projecções de vídeo foram as que mais sofreram com isso, mas nada da verdadeiramente grave. Todos os filmes foram legendados em português digitalmente e, ao que percebi, as traduções estavam bastante cuidadas (nada dos "azares" que por vezes aparecem tanto na televisão, como em cinemas). Em todos os envolvidos na organização do festival senti um enorme prazer em estar ali, o que se reflectia no caloroso e simpático atendimento.

O bom de estar com um pézinho dentro de um festival de cinema é que, de uma forma muito intensa, se trocam ideias e opiniões com as mais diversas pessoas, das mais diversas origens. Foi curioso constatar que, no meio das escolas de cinema no Japão e Canadá (pelo menos), Pedro Costa é o realizador português mais admirado e respeitado. Por cá, dá a sensação de que as pessoas sabem quem ele é, mas que é mais um realizador de filmes esquisitos e algo deprimentes. Talvez esta informação sirva para tentar olhar para a obra de Pedro Costa com novos e frescos olhos.

Um dos aspectos mais positivos do Indie Lisboa foi a fortíssima presença de filmes portugueses, a começar pelo "herói independente" Edgar Pêra, com uma futurospectiva integral (ou quase) dos seus filmes e uma participação nacional em grande número na competição, tanto de curtas como longas-metragens. Muitos dos participantes portugueses são "ilustres desconhecidos", no sentido em que, os que já têm cinematografia, ela não passa o suficiente em circuitos comerciais (ou mesmo pequenos ciclos) e os outros apresentaram primeiras e segundas obras o que torna o Indie num incentivo a que se produza mais e original cinema português. Infelizmente, não tive possibilidade de ver nenhum dos filmes em competição, devido às minhas tarefas no festival, a não ser alguns dos vencedores.

Também gostei do facto de não haver distinção entre filmes de imagem real, documentário e animação. De não haver categorias mas a competição estar apenas dividida entre longas e curtas-metragens.

Outro aspecto também muito positivo foi o Indie Júnior. Neste país em que, para a grande maioria das crianças (e dos pais também) cinema, ou filmes, para crianças é da Disney para baixo, haver, nem que seja uma vez por ano, filmes de autor para crianças a serem exibidos é, no mínimo, um privilégio a aproveitar por quem tem filhos ou crianças a seu cargo.

Um facto curioso foi constatar que um dos heróis independentes, Nobuhiro Suwa, japonês de origem, tem uma cinematografia com características muito europeias e que Matthew Barney, o marido da Björk, norte-americano, apresenta um filme/performance com um profundo conhecimento de rituais tradicionais japoneses.

Acredito que tenha sido uma aposta e risco bem grande, a ampliação para cerca do dobro dos filmes e número de salas, mas, apesar da indecisão na escolha do que ver e de algumas sobreposições inevitáveis de programação, foi um risco que valeu a pena correr. Todos os filmes que vi, gostando ou não, diziam sempre algo e eram todos muito inteligentes, o que prova que o critério de exibição não é levado de ânimo leve.

Estão todos de parabéns, para o ano há mais! E o Pedro Costa nem sequer tinha um filme no Indie!

Indie Lisboa

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