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11 março 2019

Portais Estrelares - Parte I

No seguimento da reposição de Stargate Atlantis, o SY FY está a repor desde o início a série Stargate SG-1. Na altura em que vi a série pela primeira vez, no AXN aos fins de semana, por razões várias não vi a série a eito, apesar de a querer ver, portanto agora estou a aproveitar a nova oportunidade.

Pensava que tinha visto episódios aleatórios de todas as temporadas menos as últimas, mas afinal tinha visto o primeirissimo episódio, mais um ou outro da primeira temporada, não vi nenhum da segunda, vi mais um ou outro da terceira e agora que cheguei à quarta percebi que foi a partir daqui que consegui acompanhar com alguma regularidade, lembrando-me de quase todos os episódios.

Stargate SG-1 foi uma série muito bem estruturada, que conseguiu suplantar o filme que lhe deu origem. Fora o facto de todo o extraterrestre falar inglês, no início não era tão flagrante, mas até isso foi bem feito ao ser gradual, ainda me faz alguma comichão. Nas suas primeiras temporadas, a série conseguiu não cair na rotina: equipa visita um novo planeta; equipa depara-se com um conflito no planeta, em geral provocado pelo seu grande inimigo, os Goa'uld; equipa resolve o problema, não sem algum tipo de perda; equipa volta à SGC (Stargate Command) relativamente ilesa. Esta fórmula, embora sempre presente, é intercalada com episódios divergentes a vários níveis, seja com saltos temporais, a problemática da implementação de novas tecnologias, relações diplomáticas com outros planetas, o conflito das boas intenções da SG-1 e do General Hammond contra a burocracia e os interesses menos éticos militares, espionagem industrial e até conflitos pessoais das personagens principais. Portanto não temos apenas uma narrativa aborrecida de um David (a SG-1) contra um Golias (os Goa'uld), o que explica facilmente a durabilidade da série.

O que gosto mais? O pseudo-ateísmo da série, onde a grande maioria dos deuses das culturas pagãs da Terra teriam sido invasores extraterrestres com intenções menos boas. Pena que, sendo americanos, não conseguiram confrontar a sua cultura judaico-cristã-presbitana e essa acaba por ser a única religião menos posta em causa por esse ateísmo, daí o "pseudo". Mais tarde virão os Ori, mas quando lá chegar hei-de pronunciar-me em relação ao modo como lidaram com a coisa. Lembro-me razoavelmente bem dessas temporadas, mas prefiro manifestar-me depois de ver tudo como deve ser, sem soluços.

Tenho de falar dos protagonistas, que não seguem os clássicos cânones maniqueístas de elencos de grupo à risca:
Coronel O'Neill de Richard Dean Anderson, é um militar algo insolente, bastante distante do rígido e traumatizado O'Neill de Kurt Russel, contorna frequentemente as regras em prol da equipa e dos amigos.
Daniel Jackson peca por Michael Shanks não ser tão bom actor como James Spader, portanto não sustenta tão bem a personagem, e rapidamente passou de um arqueólogo trapalhão a um homem de acção que até fica com o papel de pegar em armas, em detrimento da Major Carter, ela sim, militar.
Major Carter, militar disciplinada e cientista (essencialmente astrofísica), que começa um bocado deslumbrada, mas é quem resolve a grande maioria dos problemas com a sua inteligência.
Teal'C, o extraterrestre obrigatório, rebelde no seu povo, muitas vezes irritante, a força bruta, mas que tem um sentido de humor interessante.
General Hammond, o mentor e paizinho da equipa SG-1, um general bonzinho.
Acrescento o homem que provavelmente entrou em quase todos os episódios da série, sem dúvida em todas as temporadas e até nalguns episódios de Atlantis, o técnico do Stargate, que basicamente não é mais que um telefonista espacial, mas que parece o cãozinho do Dune, está sempre presente X'D

Voltando atrás, a boa estruturação da série, uma grande maioria de episódios bem escritos, o aliar de uma estrutura militar com equipas que são sobretudo de exploradores e por vezes diplomatas, e um elenco principal bastante carismático, fazem desta serie uma das melhores séries de ficção-cientifica que já vi, contextualizando os alienígenas no nosso mundo terrestre de uma forma bastante original e criativa. Eu sei, havia já muitas teorias da conspiração semelhantes antes da criação do filme, mas o modo como a coisa foi resolvida, no filme e depois esticada na série, é sem dúvida uma qualidade na escrita de argumento. Talvez a sua longevidade tenha sido demasiada, mas uma pessoa envolve-se com aquelas personagens e não quer deixar de conviver com elas.

Stargate Command

04 março 2019

To Boldly Go...


Com os banhos de Star Wars nos últimos anos, mesmo com 3 novos filmes nos cinemas, Star Trek tem andado um bocado esquecido. Por isso, sem grande razão aparente, o ciclo dedicado aos filmes pelo AXN Black no mês de Fevereiro foi muito bem-vindo.

Sou daquelas pessoas que não pertence a nenhuma das facções: Star Wars x Star Trek. A minha primeira série de ficção-científica, e ainda a minha preferida, é o Space: 1999! Vi Star Trek mais ou menos na mesma altura em que estreou Star Wars e o Mr. Spock foi e será sempre uma das minhas paixonites televisivas. Portanto aproveitei para ver os filmes de Star Trek que não tinha visto, pois eram realmente poucos: os 3 primeiros (noutra vida) e os 2 primeiros do reboot.

Fiquei um pouco chocada (já não me lembrava) com a fraquíssima qualidade do primeiro filme. Claramente tinha um bom orçamento, mas falhou nas coisas mais evidentes. Os establishing shots de 5 minutos sempre que aparece a Enterprise são chaaaatos! Pior, por serem tão longos, percebem-se todas as falhas, sendo a mais flagrante a diferença de escala entre o shuttle e a Enterprise, que me fez perguntar onde estavam os bons técnicos de efeitos com miniaturas da época. Provavelmente todos recrutados para outros projectos. A história é tão boa que já me esqueci e a maioria dos actores principais parece que também se tinham esquecido de encarnar as personagens. William Shatner, sim, falo de ti, mas não só. Mas, por mais fraquinho que seja o primeiro filme, nada bate o erro que é a personagem do Khan nos segundos filmes. Aqueles peitorais do Ricardo Montalbán fazem-me sempre pensar se não terá passado demasiado tempo na Fantasy Island e, por muito que goste de Benedict Cumberbatch e se tenham esforçado em fazer um upgrade à personagem, o Khan também no reboot foi um erro.

Dos três filmes novos, gostei muito do primeiro (que vi no cinema) e do terceiro. Aliás gostei muito da história do terceiro. Mas obviamente no geral é o melhor pacote dos 3 pacotes de Star Trek, 1, a equipa original; 2, The Next Generation, com uma participaçãozinha de Kirk e outra de Janeway e o reboot. As histórias são todas bastante sólidas, os filmes bem produzidos, as interpretações ágeis.

Dos outros filmes com a equipa original e depois The Next Generation, achei sempre as histórias boazinhas, mas muito datadas, um pouco melhores nos TNG, não me lembrava do Picard tão severo dos 2 primeiros filmes. Ah, os Borg são Cybermen que se enganaram na série! Bem que podiam ser um bocadinho mais originais... Mas uma coisa achei um exagero: se não me engano, de todos os 13 filmes, só num a Enterprise não é completamente destruída... Uma, duas, talvez três vezes ainda se aceita, mas quase sempre? Parece "Oh my God, I killed Kenny!", mas em vez disso seria: "Oh my God, I destroyed the Enterprise!" E ninguém da Starfleet manda a factura a Kirk, o responsável pela destruição em quase todos os casos?

O que era giro agora, era um desses canais de cabo passar todas as séries de Star Trek de fio a pavio, a começar do início e por ordem cronológica. Mas esperem um pouquinho, agora estou a rever Stargate SG-1 e com esperança de darem SG Universe, que nunca vi.

Star Trek Movies (Wikipedia)
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