TV-CHILD É UMA DESIGNAÇÃO QUE SE PODE DAR À MINHA GERAÇÃO, QUE CRESCEU
A VER TV. ESTE BLOG É 90% SOBRE TV, 10% SOBRE OUTRAS COISAS.

03 dezembro 2009

Adeus Grissom


Fez algum sentido, quase como o fechar de um ciclo, coincidir na mesma semana em que o TV-Child fez mais um ano (já não sei a quantos anda...) Gil Grissom ter deixado (no AXN) o CSI. É que foi com CSI que dei início a este blog, quando andava completamente entusiasmada com o misto de ciência e história de detectives da série e com o carisma de Grissom, que chegou a dar lugar a William Peterson mais que uma vez no meu top dos 5 Gajos Bons.

O certo, e já o manifestei aqui no blog, é que continuo algo saturada das séries norte-americanas, mas apesar de tudo ainda sigo algumas com uma certa fidelidade, estando o CSI no topo da lista (as outras são NCIS - gosto da dose de parvoíce que esta série acrescenta -, Medium - Patricia Arquette, sem dúvida -, Criminal Minds - geeks em acção! - e, às vezes, Damages - que não ando a conseguir seguir como deve ser a 2ª série).

Apesar de ainda adorar a personagem, não foi com pesar que vi Grissom ir se embora. Não foi pois a série já tinha chegado a um certo nível de saturação, a precisar de uma boa reviravolta ou de sangue fresco, que veio da parte de Laurence Fishburne, uma espécie de Morpheus, versão professor universitário mas novato nestas lides, uma personagem que foi introduzida durante o canto do cisne de Grissom, de forma inteligente e sem ser forçada. Já não sendo fã fervorosa de CSI e grande parte do meu entusiasmo já ter esmorecido, Fishburne tem trazido à série novamente aquelas primeiras impressões de quem não está 100% familiarizado com o universo e as regras dos CSI e portanto renovando ou reavivando alguns dos conceitos iniciais da série.

Vou continuar a ver moderadamente o CSI, a saída de Grissom foi convincente, se bem que nos "livrou" de um certo melodrama que se infiltrou lentamente numa série e numa personagem onde inicialmente isso não tinha lugar. Vamos ver no que dá o CSI renovado, pelo menos o humor negro mantém-se e Laurence Fishburne é mais do que competente para manter a série de pé e em boa saúde!

03 novembro 2009

*séptico

A palavra séptico existe em português e o erro desta vez não é tão aberrante quanto os que costumo encontrar, mas neste caso as consequências a nível de significado (portanto do domínio da língua portuguesa) são graves.

No episódio de ontem da série Medium, o procurador Manuel Devalos procurava tranquilizar a sua assistente e médium Allison Dubois dizendo que ainda se sentia um pouco séptico em relação às ameaças de que ela era vítima e a sua relação com os seus sonhos premonitórios.

O problema é que séptico não quer dizer incrédulo ou descrente, o significado da palavra céptico, derivada da doutrina chamada cepticismo. Séptico é algo relativo a putrefacção... é preciso explicar mais?

céptico
cepticismo
séptico

17 outubro 2009

Futilidade

Sim, o anúncio do Pingo Doce é horrível e para além disso uma enorme decepção... volta Rita Blanco, estás perdoada! Quero voltar ao "sítio do costume" e "de Janeiro a Janeiro" apenas se me apetecer...

Mas não é acerca do anúncio do Pingo Doce em concreto que me apetece escrever agora, é acerca do modo como as pessoas agora dão demasiada importância a coisas sem importância e cada vez menos se fala das coisas verdadeiramente importantes. É claro que este é um assunto subjectivo, mas de qualquer forma deveria implicar algum raciocínio e sentido de oportunidade.

A minha irritação vem dos recentes escândalos televisivos/internéticos que começam como pequeníssimos nadas, pequenas parvoíces ou futilidades, mas que rapidamente porque alguém se sente indirectamente ofendido chegam a escândalo nacional. Foi assim com os caroços da Carolina Patrocínio, está a ser com o anúncio do Pingo Doce (se bem que esse é MESMO MAU!) e com o vídeo de Maitê Proença em Portugal.

Carolina Patrocínio não passa de uma menina mimada com uma empregada sobrevalorizada e Maitê Proença não passa de uma actriz brasileira um tanto ignorante, mas mesmo assim com perspicácia suficiente para descobrir alguns dos nossos defeitos nacionais. Só é pena não ter ironia, inteligência ou sentido de humor suficiente para fazer uma critica engraçada que afinal não passou de uma mera parvoíce.

Para muitos a futilidade é gastar rios de dinheiro em compras, jogar conversa fora, fazer um pouco de má-língua inofensiva. Para mim a futilidade é isto, é perder-se tempo e a paciência de algumas pessoas (a minha!) a dissertar por coisas destas sem importância. Ao exagerarem desta forma acerca de futilidades assim, as pessoas que o fazem estão a colocar-se ao mesmo nível dos criticados, ao dar-lhes uma importância e protagonismo que eles não merecem, pois o que apenas merecem é a nossa indiferença. Cada vez mais sinto que a idiotice, a burrice e a ignorância são sobrevalorizados em detrimento do raciocínio, da inteligência e do bom senso... vão cuidar das vossas vidinhas, façam má-língua inofensiva com os vossos amigos, pois sabe muito bem, mas não me encham a paciência com idiotices destas!

Ah sim! O anúncio do Pingo Doce é realmente mau!

09 outubro 2009

*tinta acrílica

Oh meu Deus! Quando é que esta gente aprende a fazer traduções como deve ser? Ainda por cima enganam-se nas coisas mais simples!

A tragédia desta vez deu-se nos olhos de uma vítima de make-overs, no programa Tim Gunn's Style Guide na SIC-Mulher. Estava a dita senhora já na fase em que lhe ensinam a pintar os olhos e a maquilhadora a explicar que as cores devem se interligar como aguarelas. Qual foi a tradução de watercolour para português? Tinta acrílica!!! Quem pseudo-traduziu este programa das duas uma:
1. naturalmente não percebe patavina de tintas, mas também não é a isso obrigada;
2. também não percebe inglês: water=água + colour=cor;
3. e também não percebe português: aguarela;
4. não percebe rigorosamente nada de maquilhagem, mas também não é obrigada a saber;
5. não viu o programa para verificar a tradução;
6. não tem um dicionário Inglês-Português;
7. ou nem sequer saber para o que serve um dicionário ou sequer que eles existem!!

Para além de que, se estivesse com atenção, o/a "tradutor/a", bem, e se soubesse ou pesquisasse alguma coisa sobre tintas, que as aguarelas têm tradicionalmente cores pastel, mais claras, e com frequência são feitas aguadas, que são efeitos com o papel molhado que fazem um gradiente de cor sem linhas delimitadoras. E também saberia que tintas acrílicas são tintas mais espessas e opacas,com cores mais vivas e mais eficazes em superfícies lisas de cor. Mas como eu disse antes, ninguém é obrigado a saber estas coisas, mas um tradutor é sim obrigado a, no mínimo, saber usar o dicionário em caso de dúvida! Não me parece que a ideia de estilo e elegância de Tim Gunn nos olhos de uma mulher sejam sombras tipo desenho animado, com cores vivas e sólidas tipo Malvina Cruela (Cruella De Vil, no orginal)!

watercolour
aguarela | aguarela (Wikipedia)
tinta acrílica (Wikipedia)

23 setembro 2009

Adeus Emília!


Dirce Migliaccio 1933 - 2009

17 setembro 2009

A grande Dama



Passei praticamente o Verão inteiro numa fase baixa do vício, a televisão. Durante a semana vi cerca de uma hora de televisão por dia e ao fim de semana por vezes nem a ligava! [espanto!] Posto isto parece que essa fase está a passar lentamente e ando a tentar colocar-me a par das novidades, que na maior parte dos casos são as estreias de novas temporadas de séries que já seguia, C.S.I., NCIS, True Blood, Gossip Girl agora na SIC, etc.

Mas não é acerca disso este post. Num zapping recente apanhei um programa Mátria, da famosa e polémica Natália Correia e tive um momento de nostalgia. Mas atenção que não foi uma nostalgia melancólica e saudosista, mas sim porque quando o programa era emitido regularmente eu era uma fiel seguidora, facto que constatei agora com muitas razões bem válidas. Lembro-me de começar a ver o Mátria cerca dos 13 anos e de parar de o ver perto dos 17, quando o programa terminou sem nunca perder as suas qualidades excepcionais.

Mátria era um exemplo raríssimo de televisão progressista e vanguardista, no seu conjugar de todas as artes mais nobres, num ecletismo avant-garde, mantendo sempre um ritmo leve e acessível que captou o meu interesse ainda pré-adolescente. A personagem de Natália Correia impunha respeito e até algum temor, à partida os seus programas pareciam ensaios de uma densidade intelectual inatingível a uma miúda, mas revelavam-se num segundo visionamento o absoluto oposto, eram imensamente cativantes. Nessa conjugação da poesia (o forte de Natália), história (de Portugal), pintura, música, teatro e cinema criava-se, através da televisão numa linguagem acessível e divertida, conteúdos pedagógicos e informativos, transformando assuntos e temas à partida chatos em experiências sensoriais que muito me deram a nível de formação intelectual, artística e histórica, mais que muitas aulas do ensino secundário. Esses sim eram tempos em que a RTP fazia serviço público.

Depois de tudo isto, só tenho pena que Natália Correia já não esteja entre nós. Se o nosso país tivesse pelo menos uma pessoa com uma voz assim, talvez esta embrulhada onde nos encontramos fosse outra, onde a visão das pessoas não andasse tão toldada por peneiras mediáticas.

15 setembro 2009

Cozinheiro louco



Enquanto que quase todas as mulheres da minha geração estão chorosas de luto por causa de Patrick Swayze, eu fico por Keith Floyd, o primeiro cozinheiro arrojado a diferente que vi na televisão. Uma pessoa como Keith Floyd, apesar de ter entrado numa dolorosa e alcoólica decadência que o levou até à morte, nos últimos anos, abriu as portas da televisão a chefes mediáticos como Jamie Oliver e a uma série de programas culinários que deixaram de se resumir a uma senhora com ar de dona de casa atrás de um balcão de cozinha a enfiar as coisas cruas no forno e a tirar a sua réplica já pronta no momento seguinte.

Os especialistas na matéria hão de discordar do seu eventual interesse culinário, mas para nós, total ignorantes da matéria e completamente necessitados de um refrescamento em matéria de culinária televisiva, os programas de Floyd na BBC Prime, onde grelhava borrego rodeado dos mesmos num grelhador portátil ao ar livre são memoráveis! Era fã de Floyd há muitos anos, não tanto pela comida que cozinhava (nesse aspecto Jamie Oliver acertou na mouche!) mas por ser o primeiro cozinheiro-pop da minha história televisiva.

O que vais cozinhar nas nuvens agora Floyd?

13 setembro 2009

Já lá vão 10 anos que a Lua foi p'ró espaço...



Pois é, já se passaram 10 anos desde a tragédia na Base Lunar Alpha que fez com que a Lua saísse da órbita da Terra e passasse a vaguear no espaço sideral. Pergunto-me o que será feito do Comandante Koenig e dos seus companheiros de aventuras extraterrestres. Será que eles tinham um sistema de manutenção de vida que durasse 10 anos? Será que encontraram o planeta prometido?

Numa noite em que esteve quarto minguante, e portanto tornou realista o cenário da minha série de ficção-científica preferida de sempre, SPACE:1999, comemorei estes 10 anos da melhor maneira possível, com um jantar extremamente agradável em companhia de outros dois membros do núcleo duro de fãs do Espaço:1999 em Portugal e de uns trekkies em perfeita harmonia de fãs de ficção-científica a trocarmos histórias divertidas de como estas séries e filmes marcaram e transformaram as nossas vidas para todo o sempre.

O ponto alto (para mim) desta comemoração foi poder ver e tocar pela primeira vez em adereços e figurinos do Espaço:1999 ao vivo e a cores. Tirei fotografias, claro, mas por respeito ao coleccionador ficarão para todo o sempre para uso pessoal e não as publicarei jamais (a internet é um lugar perigoso...). Deixo aqui um enorme agradecimento público ao Nuno Miranda, cuja generosidade em partilhar connosco a sua maravilhosa colecção muito prazer me deu. Quero ser assim quando for grande! Quem tiver curiosidade em conhecer a sua colecção, pode vê-la no seu blog pessoal: Nuno Miranda's Original Film Prop and Memorabilia Collection. MUITO OBRIGADA NUNO!!

14 agosto 2009

bits & pieces



A 4ª série de Doctor Who é talvez a melhor das 3 de David Tennant. Não me interpretem mal, a minha companion preferida ainda é e será para sempre Rose Tyler, mas é inquestionável o aumento progressivo da qualidade dos argumentos e visível a paixão com que a série tem vindo a ser feita. E, convenhamos, Donna Noble é genial! Não tem papas na língua e coloca o Doctor imediatamente no seu lugar quando ele se deixa levar pela própria inteligência e uma certa dose de arrogância intergaláctica. "Oi, spaceman!"

Como não tenho muito mais a dizer, só um chorrilho de elogios palermas, resolvi compilar uma série de pedacinhos, que por alguma razão me chamaram a atenção. Deixas, impressões in loco (o que significa que este post há de ser escrito aos bocadinhos), etc.

Aos mais incautos leitores deixo a advertência que este post contém grandes spoilers. Se passarem deste parágrafo sem terem visto a série, vão ficar a saber coisas que provavelmente não gostariam de saber para já! FORAM AVISADOS!



  • A primeira reaparição de Rose, logo no primeiro episódio é, no mínimo, sinistra... brrr! Deu-me arrepios na espinha.......
  • "He... is too skinny for words. You give him a hug and you get a paper cut!"
    Donna Noble para Martha Jones [S04-E04]
  • O episódio 7, The Unicorn and the Wasp, é com Agatha Christie! No universo britânico que habita na minha cabeça Agatha Christie é um dos elementos vitais se bem que actualmente guardada numa estante esquecida e provavelmente cheia de pó. Como Doctor Who, apesar de não ter crescido a ver as séries antigas tenho memórias vagas de Tom Baker e o seu cachecol e dos Daleks, é outro desses elementos vitais, mesmo que menor que Agatha Christie, vê-los juntos é para mim uma pequena maravilha! Estou em pulgas para ver o episódio!!
  • "I am the Doctor and I just snogged Mme. de Pompadour!"
    Doctor [S02-E04]

    Eu sei que esta frase não é desta série, mas apareceu novamente num Confidential e não resisti!
  • O episódio de Agatha Christie é um whodunnit maravilhoso que conjuga habilmente ambos os universos. Lembra as gloriosas séries da BBC dos anos 80.
  • Alex Kingston anda a dar-me sérias razões para embirrar com ela!
  • Até tenho medo de ver o próximo episódio [E11, Turn Left]. Duas razões: o final que se aproxima e Rose Tyler. O trailer é assustador...
  • Faltam dois episódios... vou chorar tanto......
  • Russel T. Davies é um homem cruel! Cruel com as suas personagens e cruel com o público...
  • O último episódio, monumental como nunca, é surpreendentemente alegre, principalmente tendo em conta que a série tem se vindo a tornar progressivamente cada vez mais grave e negra de episódio a episódio. Mas não deixa de ser extremamente dramático e emocionante e com uma "family reunion" que provavelmente ficará para a história, aliás como John Barrowman (o Captain Jack Harness) o disse.
  • Last but not least, não me posso esquecer de elogiar a fantástica escolha de músicas dos Doctor Who Confidentials. Só para mencionar um exemplo, o último episódio começa com o Firestarter dos Prodigy!
  • Ah! Sim, chorei baba e ranho...
Há muitos anos que não via uma série ou programa de televisão assim, excitante, emocionante, com que empatizo e que me enchesse de tal forma as medidas, que parecesse que foi feito à medida para mim. Doctor Who tem os ingredientes certos na medida certa. Tem fantasia e realismo q.b. tem excelentes histórias e personagens e emoção, muuuuita emoção! O lado mau nisto tudo é que agora me sinto extremamente melancólica e não vai ser fácil ultrapassar esta melancolia de tal forma esta série é envolvente (mas eu tenho bom remédio em DVD: Monty Python's Flying Circus ). Ainda me faltam os specials com o David Tennant/10º Doctor, que são quatro, mas o último só estreia no Natal...

A seguir, em 2010, estreia a 5ª série, já com o 11º Doctor, Matt Smith, que vou continuar a ver, claro, mas não será a mesma coisa. Apesar da direcção de argumento passar para as brilhantes mãos de Steven Moffat, Russel T. Davies e David Tennant já lá não estão e mesmo sendo Moffat o 3º vértice do triângulo impusionador desta nova série, fica um triângulo muito manco. Sei que Doctor Who fica em mãos mais que capazes, algumas das melhores histórias das 4 primeiras séries eram dele, mas não vai ser mesmo a mesma coisa...

Ao ver Doctor Who neste momento, em que ando a ficar um bocado saturada ou desiludida com as séries norte-americanas de televisão, volta a dar-me fé na ficção televisiva, melhor, na ficção televisiva britânica, com a qual eu cresci e que se mantém uma referência imutável no meu léxico televisivo. Não que as séries norte-americanas sejam más, mas olhando à distância começam a tornar-se num aglomerado em tudo semelhante, como quando se mistura plasticina de várias cores, ao princípio dá um arco-íris bem interessante e excitante mas no fim acabamos com um pedaço de plasticina inevitavelmente castanha.

Doctor Who - Series Four

09 agosto 2009

Um tipo às direitas



Por mais que não me apetecesse tirar do topo do TV-Child a foto de David Tennant, também me é impossível deixar passar em branco a morte de Raúl Solnado.

Raúl Solnado é uma das minhas referências televisivas portuguesas, era um actor fenomenal que era tão bom em comédia como em drama e sempre um tipo simpático, quando estava à civil. Era uma figura que sempre que aparecia no pequeno ecrã, me deixava um boa sensação e me punha bem disposta.

Por mais que admire a sua carreira no seu todo, para mim Raúl Solnado estará para sempre directamente ligado ao concurso A Visita da Cornélia (primeira versão), onde foi um excelente apresentador, que facilmente alcançava todo o tipo de espectadores. Era engraçado, leve e simultaneamente inteligente sem entrar em humor barato ou em preguicite televisiva, tão comum hoje em dia. Infelizmente só consegui encontrar o vídeo acima no YouTube, gostava de colocar aqui mais...

Mais recentemente, já numa fase de menor popularidade e de outros mediatismos, impressionou-me o seu desempenho no telefilme Facas e Anjos, do invulgar projecto SIC-filmes, onde fazia o oposto daquela imagem de tipo simpático e engraçado a que estava habituada.

Descansa em paz, deixaste-nos muito Raúl!

01 agosto 2009

Confidências de David Tennant


hehee... nas minhas buscas pelo YouTube fiquei a saber que foi Billie Piper (Rose Tyler) quem deu esta T-shirt a David Tennant, quando começaram a gravar a 2ª série de Doctor Who

Por vezes ao arranjar as coisas pela net têm-se surpresas simpáticas (canais de TV: APRENDAM!). Como já disse, ando a seguir apaixonadamente a 3ª série de Doctor Who mais os Doctor Who Confidentials. Ainda não percebi se os Confidentials que encontrei são especiais de DVD ou os mesmos que passaram na BBC, uma coisa é certa: são mais longos que os que vi da 1ª e 2ª série na BBC-Prime, têm cerca de 50 min.

Para além de eu andar a babar litros por causa do David Tennant, o sotaque escocês natural dele, que não disfarça nos Confidentials deixa-me completamente derretida . Pois não é que ao 10º Confidential, Do You Remember the First Time?, tenho um episódio INTEIRINHO de David Tennant, realizado e conduzido por ele? (baba2). Bem, baba à parte, o episódio não é nada menos que excelente. Tudo isto porque se trata de uma busca de Tennant pelos profissionais que actualmente trabalham na série do Doctor Who e que cresceram a ver e foram influenciados nas suas escolhas de carreira exactamente pela longa série Doctor Who. Dá vontade de ter passado a infância no Reino Unido...

Ao longo do episódio temos testemunhos do fantástico argumentista Steven Moffat, também ele escocês e de uma cidade vizinha à de Tennant, Russel T. Davies e muitos outros profissionais da série, desde os Daleks (voz e corpo) às directoras de produção. Para além de um testemunho histórico interessantíssimo acerca da TV britânica de ficção, nomeadamente a BBC, e uma análise da influência sociológica que a televisão teve numa geração, é um episódio extremamente bem disposto e hilariante, que se eu já não fosse totalmente fã da série e não me importasse realmente nada de trabalhar com eles (se bem que ia babar tanto pelo Tennant que acho que não ia trabalhar nada ), com este Confidential ficava!

Doctor Who Confidential

PS - com tanta baba e o calor de Agosto, tenho de beber muita água!!!

23 julho 2009

Quando levar as coisas à letra...

Não sei porque será, mas ultimamente algumas publicidades têm tido a tendência para levar os seus conceitos de marketing à letra e isso resultar em publicidades más e deveras irritantes.


IKEA cozinhas

Já há uns tempos que tem passado a publicidade do IKEA (ou da IKEA, não sei que género será) cujo conceito será qualquer coisa como "cozinhas tão confortáveis, que nem parece que está na cozinha". Mas esta publicidade é ordinária, barulhenta, irritante e pouco abonatória a esse conceito de conforto que se quer transmitir... Uma verdadeira decepção para quem, como eu, acha que a IKEA (OK, desta vez utilizei o "a") deveria ser canonizada.


Optimus campanha de Verão

Mais recentemente apareceu este da Optimus, que normalmente tem publicidades decentes, às vezes até boas, mesmo que demasiado melancólicas, mas que exagerou no conceito de "pré-histórico". A publicidade não é somente parva como misógina da pior espécie...

Será que os criativos não têm noção de quando ultrapassam o risco? Adoro coisas arrojadas e provocadoras, mas tanto uma como a outra publicidades são tudo menos isso, chegando até a ser ordinárias.

20 julho 2009

Reclamação

OK, eu sei que a Rebelde Way (e seus congéneres) não são pérolas de argumento nem realização, aliás estão muito longe disso. É mesmo o facto de estas séries/novelas serem tão básicas que me atrai. É um bocado como gostar de música pimba, é pela piada de ser tão previsível e piroso.

Portanto, consciente da ausência de argumentos inteligentes e profundos, não estou à espera de ver em Rebelde Way um True Blood, uma Gossip Girl ou afins, estou à espera de uma novela palerma e exacerbadamente romântica, com tantas reviravoltas que até os argumentistas perdem a coerência e a plausibilidade. Mas uma "qualidade" têm estas novelas, os picos do argumento costumam ser emocionais e engraçados apesar de quase sempre previsíveis. Rebelde Way soube se manter mais ou menos constante, não tendo demasiados episódios para encher e mantendo equilibrada a distribuição desses picos emocionais... excepto no final! Sim, nos finais as conclusões das personagens principais precipitam-se em catadupa, e, nestes casos, quase sempre nos 2 ou 3 últimos episódios. Não faço a mínima ideia do que foi o último episódio, pois a SIC, na última semana, repetia 75% do episódio anterior antes de aparecerem cenas novas, portanto a cena pela qual me sinto na obrigação de pedir o Livro Amarelo foi repetida, que eu tenha dado por isso, três, sim três vezes. A cada vez que a via mais irritada ficava!

A sequência em questão foi a união mais-que-previsível dos dois casalinhos principais: Mia e Manuel e Lisa e Pedro. A primeira união que se deu foi a de Mia e Manuel, que já namoravam mas que a coitadinha da Mia se via frente a frente com o dilema de perder a virgindade em grande estilo (eu já disse coitadinha?). Até aí tudo bem, sem problema. Os dois finalmente lá se decidiram, quando Mia, sabe-se lá como, encontra Manuel à alvorada numa falésia (para uma rapariga que faz questão de usar saltos altos até a dormir, até que o encontrou bem facilmente). Segue-se a cena da reconciliação, sem nenhuns diálogos especiais ou marcantes (sim, por vezes houve uma ou outra deixa interessante durante a série) mas com uma actuação particularmente má, basicamente dois monos a debitar texto, mesmo para os padrões da Rebelde Way. A cena termina com o casal aos grandes beijos a "mergulhar" no enquadramento, ficando a paisagem da falésia e do mar para nos deixar completar a cena.

Eu até engolia esta cena não fosse a união de casalinho desavindo seguinte. A reaproximação de Pedro e Lisa nos episódios anteriores já tinha sido extremamente forçada, não havendo rigorosamente empatia nehuma entre o casal e entre as personagens e o espectador, portanto já não ia ficar natural a união que tinha forçosamente de acontecer entre os dois, pois o cronómetro estava a contar. E não é que a cena da união de Pedro e Lisa é praticamente igual à de Mia e Manuel? Desta vez foi Pedro que, vá se lá saber com que GPS, encontra Lisa à tarde numa falésia. Seguem-se os dois monos a debitar texto, ainda piores que o casal anterior. A cena termina com o casal aos beijos a "mergulhar" no enquadramento, ficando a falésia e o mar para contar a história. Descubra as diferenças!???? Está bem, está bem, era duas rochas para a esquerda.

Desde o início da série que imaginei que Pedro e Lisa iriam ser os primeiros a se entenderem, um ou dois episódios antes de Mia e Manuel, em parte porque os dilemas que os separavam eram bem menores e mais infantis, e com uma cena de sexo (mesmo que apenas implícito) mais ou menos escaldante. Atenção, não é preciso mostrar pele ou acto sexual propriamente dito para fazer uma cena de sexo escaldante, mas também não é preciso esconder tudo atrás de uma falésia! Em Gossip Girl já houve várias e nunca se viu mais que um ombro ou uma coxa, coisa que certamente as meninas de Rebelde Way não têm pudor nenhum em mostrar. Continuando com Pedro e Lisa, imaginava mais qualquer coisa como dentro do vagão abandonado, que lhes serviu tantas vezes de refúgio, ou então nos bastidores do palco onde iriam dar o concerto final. Ou até mesmo qualquer coisa mais soft, mas nunca, nunca mesmo uma repetição da cena do casal Mia e Manuel.

Será que os argumentistas de Rebelde Way baralharam os papéis da sinopse original de Cris Morena e perderam as páginas das cenas finais de Lisa e Pedro? Vendo o resultado, parece que sim!

E aqui termina Rebelde Way, infelizmente não em grande nem com estilo nem fogos de artifício, só muito artifício muito mal amanhado.

12 julho 2009

New New New New New New New New New New New New New New New York

Este é um post sobre um fim e um início. Continuando a minha decisão de deixar de esperar pelas TV's (neste caso a BBC-Prime), ao terminar de ver a 2ª série de Gossip Girl, a série que se segue é a 3ª de Doctor Who.

Não posso deixar de falar aqui do final da 2ª série de Gossip Girl, pois dentro deste tipo de séries de televisão, que muitas vezes acabam num cliff hanger mais ou menos vago, para dar a eventual possibilidade a uma continuação, muitas vezes ainda não assegurada, gostei muito do final quase fechado de Gossip Girl. Quase porque deixa o espaço necessário a uma 3ª série (que espero ansiosamente pela estreia em Setembro) mas sem deixar de rematar as histórias pessoais iniciadas na 1ª série. Sendo esta a série do ano de finalistas e uma mudança de vida para quase todas as personagens, foi inteligente terem agarrado nesse facto para não deixar as mesmas pontas soltas e ainda por cima darem um final feliz a uma série que por vezes é demasiado realista nas inconstâncias e incoerências das suas personagens, fazendo-as mudar de objectivo e direcção tantas vezes quantas por vezes nós fazemos no nosso dia-a-dia.

Na 2ª série de Gossip Girl, concentramo-nos mais no humanismo de todas as personagens, deixando qualquer uma delas os seus traços maniqueístas para trás (um Dan um pouco menos irritante, uma Serena não tão boazinha e redimida, uma Blair mais emocional e insegura, um Chuck com bom coração, um Nate inconstante, uma Jenny ambiciosa mas rebelde e uma Vanessa não tão fiel aos seus princípios como poderíamos crer), tornando a segunda série numa muito agradável surpresa em crescendo, não desvirtuando nem decepcionando. E pronto, não há dúvida que Chuck e Blair se merecem... vamos lá ver até quando.......

Gossip Girl


Como já disse anteriormente, não gosto de ver o Doctor Who com legendas, acho que distraem mais do que ajudam e tiram-me o prazer de me concentrar no british english que tanto adoro. Daí não ter acompanhado a 3ª série de Doctor Who na SIC-Radical, também por causa da ausência dos imprescindíveis Doctor Who Confidential.

Já tinha visto dois episódios com as ditas legendas e ao revê-los agora confirmo a minha convicção de que as legendas distraem. Em séries ou filmes rápidos, mas com bastantes diálogos e ainda por cima cheios de ironia, como em Doctor Who, muita da compreensão esvai-se ao ler, nem que seja por vício, as legendas e descobri que frequentemente me escapam os detalhes mais engraçados, exactamente porque estou distraída a ler. É muito difícil transmitir esse tipo de subtilezas para uma legendagem, mais ainda quando na grande maioria são feitas em cima do joelho e sem esse tipo de cuidados, portanto, volto a apostar em Doctor Who sem legendas e, claro, a adorar cada vez mais.

Claro que sinto imensa falta da Rose, Martha Jones é uma boa personagem, faz um bom par com o Doctor de David Tennant ( desmaia...), mas é demasiado inteligente e educada. Prefiro a corkiness da Rose, é mais terra a terra, mas uma personagem bem mais engraçada e empática! Ai deles se começarem a criar um clima romântico entre Matha e o Doctor!!!! Acho que me zango à séria!

PS - adoro, simplesmente adoro, quando o Doctor diz "New New New New New New New New New New New New New New New York"!!!

Doctor Who

08 julho 2009

Vestido a dobrar

Já aqui tinha mencionado que desisti de esperar pelas cadeias de TV para ver a 2ª temporada de Gossip Girl e também disse no mesmo post que das poucas coisas que ando actualmente a ver na TV é a novela juvenil da SIC (o meu guilty pleasure) Rebelde Way.


Jenny Humphrey em Gossip Girl

Mia Rossi em Rebelde Way

Não é que ao ver Gossip Girl me deparei com Jenny Humphrey (uma aspirante a designer de moda) a vestir o mesmo vestido que Mia Rossi (uma aspirante a socialite fashionista) vestiu no seu aniversário? Pesquisando na net (excusado será dizer nos sites de Gossip Girl, pois os de Rebelde Way não têm informação útil de jeito) descobri que o dito vestido é da H&M. Ora se em Rebelde Way o vestido foi "vendido" como sendo de um designer ascendente, que na realidade seria a costureira de Sónia Valentino (actriz), em Gossip Girl é o vestido que Jenny usa para o seu Guerrilla Fashion Show, dentro do mesmo estilo dos vestidos que desenha, mas sem menção da marca/designer.

O que tem piada no meio disto tudo é que, ao ver Mia envergando o vestido no seu aniversário (com umas meias de ligas pretas com fitas muito engraçadas e um saiote preto bem rodado), situação onde o vi primeiro (nem na loja o tinha visto) pensei: "ora, vá lá que de vez em quando alguém tem ideias de moda arrojadas nesta série!". Mia estava muito coquette, muito a condizer com o lado mais aparente da sua personalidade, o vestido (ao contrário do da Lisa, que era horroroso! - aliás acho que quem veste a Lisa não tem muita noção do que são roupas punk) funcionou às mil maravilhas! Depois disto vê-lo em Gossip Girl, que na minha opinião é uma referência em termos de tendências de moda, e, melhor, numa conjugação semelhante (Jenny usou-o com collants pretas e um penteado semelhante) e numa situação de festa, só me deixou com orgulho nos nossos profissionais, que pelo menos de vez em quando acertam na mouche, pois o vestido é lindo!

Também acredito que muitas vezes as asas criativas de quem trabalha nestes produtos a metro para a televisão por cá sejam cortadas de raiz antes mesmo de as séries, etc. começarem a ser gravadas...

Apesar de cá "oficialmente" o vestido ter aparecido primeiro em Rebelde Way (Gossip Girl está a dar/deu no SET, mas estreou algum tempo depois dos Estados Unidos), em relação à cronologia e a quem "copiou" quem, o episódio de Rebelde Way deu a 29 de Abril deste ano mas o de Gossip Girl, o 9º, There Might Be Blood, estreou a 3 de Novembro do ano passado... acho que não preciso dizer mais nada...

Escusado será dizer que a imagem de Jenny, arranjei no site oficial de Gossip Girl com toda a facilidade (não sem alguma paciência) e que para a de Mia, incomparavelmente de pior qualidade, tive de garimpar imenso e mesmo assim acabei por ter de fazer um print screen do vídeo no site oficial de Rebelde Way, de onde também veio a outra foto apesar de não ter sido nada fácil encontrá-la. Os sites das séries populares nacionais continuam a ser deficientes mentais e físicos, como se explica que um acontecimento tão importante como o duplo aniversário das duas protagonistas não tenha uma galeria decente de imagens??

30 junho 2009

Bailarina é pouco...



Confesso que estava desejosa de postar novamente para "limpar" a aura MJ, mas infelizmente é novamente por um motivo triste: hoje foi a vez de Pina Bausch nos deixar.

Não foi das participações televisivas mais evidentes, mas a RTP2 ainda passou com uma certa regularidade muitos dos seus bailados filmados, que são muito mais que meros bailados, são performances que apelam a todos os sentidos, dignos trabalhos cinematográficos, que felizmente a imortalizam no seu melhor.

Tive o privilégio de ver dois dos seus espectáculos que vieram a Lisboa (um no CCB, outro na Gulbenkian) que até hoje me deixam memórias fortes e vívidas que creio nunca mais vou esquecer. Pina Bausch não era apenas uma bailarina e coreógrafa, ela rompeu barreiras, transformando a sua arte num híbrido extremamente abrangente e universal, em que o melhor de tudo era a sua acessibilidade dentro da abstracção. Os seus espectáculos não eram densos nem pesados, apesar de as suas temáticas muitas vezes o serem, transmitiam-nos emoções com uma facilidade que poucas vezes a dança o fez.

Pina Bausch já não dançava ela própria há uns anos, mas os seus espectáculos continuavam a ser completamente pessoais, diria até "da tripa"! Noutro registo fica-me também para sempre a memória da sua participação no filme E la Nave Va do meu querido Federico Fellini. Espero que ela seja recebida por gente como ele...

26 junho 2009

R.I.P. part II

Pois... é como costumo dizer, uma morte nunca vem só...

Michael Jackson era daquelas celebridades que na minha cabeça são imortais, de certa forma é verdade, mas saber que Michael Jackson morreu (mesmo que ele tivesse 80 anos e não 50) foi e seria sempre um choque!

Nunca fui grande fã de Michael Jackson, excepto da sua fase infantil-Jackson Five que ainda adoro. Na sua fase Thriller, que lhe deu protagonismo nos anos 80, adorei o videoclip, altamente arrojado para a época, mas o pouco que eu possa ter gostado dele passou imediatamente com a moda e também ao descobrir que Michael Jackson no passado fez/cantou música muito mais intressante.

Agora ele é verdadeiramente imortal, era sem dúvida um ícone, e já estou com raiva por estar a escrever mais sobre ele quando gostava muito mais da Farrah Fawcett! GRRRR!

25 junho 2009

Goodbye Angel!



Agora que Os Anjos de Charlie estão a dar novamente na RTP-Memória (actualmente na fase pós-Farrah), o Anjo Farrah Fawcett deixa-nos... Sempre achei que precisava de óculos escuros para ver aquele sorriso Pepsodent.

20 junho 2009

Gossip2

Tenho visto muito pouca televisão... eu tenho destas fases "down" no vício e as razões são várias, mas as principais são que ando a seguir com regularidade muito pouca coisa (Rebelde Way, Três Irmãs - tem de haver sempre uma novela da Globo, Criminal Minds e mal e porcamente Kyle XY). Ainda caí no engano de achar que a 2ª série de True Blood iria estrear esta semana, mas é apenas a reposição da primeira e nem sequer era a estreia...

Entretanto devido à estranha estratégia do AXN, que passou a 1ª season de Gossip Girl mas aparentemente não irá passar a 2ª (e eu não tenho o Sony Entertainment Television) e de a BBC Prime nunca mais se decidir a passar a 3ª série do Doctor Who (perdi os primeiros episódios na SIC-Radical e gosto de ver sem legendas e com o extra Doctor Who Confidential), até eu, fiel devota do aquário~, ando a desistir da TV em prol da internet...

Chegando onde queria, comecei a ver a 2ª série de Gossip Girl e relembrei-me das razões porque me apaixonei por esta série (é fresca, sarcástica, tem deixas magníficas, belas paisagens, excelente guarda-roupa...). Adorei rever aquela gente bonita de novo, ver a Serena mais serena (passe a redundância), a Blair cada vez mais bitchy e cada vez mais bem vestida, o Chuck cada vez mais extravagante, a Jenny a utilizar os seus talentos com mais inteligência e, last but not least, ver o Dan menos pateta e a fazer merda.

Como o 1º episódio se centra nos Hamptons, tem um ambiente e é visualmente diferente, deixando aquele ar quente veranil e menos cosmopolita. Afinal eles também merecem férias! Uma coisa é certa: com a temperatura que está lá fora e o Verão a aproximar-se a passos largos (demasiado largos, até) é engraçado ver este episódio de Gossip Girl.

E, caramba, JÁ TINHA SAUDADES!

Gossip Girl

04 junho 2009

Adeus Grasshopper...

Isto definitivamente dá-lhe em série.

Hoje foi a vez de David Carradine, o eterno Kwai Chan "Grasshopper" Caine da série Kung Fu e também o Bill de Kill Bill.

Carradine era de tal forma uma figura mítica que até custa a crer a forma como morreu.

BBC NEWS

*sequências

Esta foi hilariante: Tyra Banks, no seu Tyra Show, acompanhava a cantora Beyoncé numa reportagem acerca do backstage dos seus concertos e tournées e, naturalmente um dos locais obrigatórios de passagem era o seu guarda-roupa.

Estavam as duas a enumerar os materiais de alguns figurinos e, entre tanta outra retrosaria de luxo, Tyra disse sequins, que foi brilhantemente traduzido por sequências. Lindo! Um disparate destes já não lia desde a Martha Stuart! É verdade que podem ser cosidas em sequência, mas daí a serem chamadas de sequências... Meninos e meninas tradutores: sequins são lantejoulas ou, para aqueles com costela brasileira, paetês.

sequins
sequências

13 maio 2009

Fashion Video


H&M - Summer 2009

Acabei de apanhar isto na TV, que publicidade mais fashion! Faz-me lembrar os gloriosos anos 90, das top-top models, em que ser fashion victim era um estilo de vida!

04 maio 2009

Amiguinho

Se fiquei triste com a morte de J.G. Ballard, fico triste ao cubo com a morte de Vasco Granja.

Vasco Granja foi um dos meus heróis de infância e adolescência, tive o privilégio de me ter cruzado pessoalmente com ele mais que uma vez e é e há de ser para sempre a minha referência máxima para cinema, televisão, cinema de animação e banda-desenhada, artes que fazem parte da minha vida e da minha existência. Se ele não tivesse existido, talvez não me tivesse interessado tão cedo por estas artes que se tornariam determinantes para mim. Ainda guardo (e agora guardarei com mais carinho) muitos dos artigos que publicou para a TV-Guia, que deveriam, junto com outros artigos e textos dele, ser publicados dignamente em livro, pois acho que ele teve muito para nos ensinar e dessa forma poderá continuar a fazê-lo!

Espero que Vasco Granja se tenha juntado ao seu herói Norman McLaren, que foi ele que nos apresentou, num paraíso cheio de animação...

19 abril 2009

Voo...

Há cerca de mais de um ano falei aqui da morte de um dos meus escritores de ficção-científica preferidos: Kurt Vonnegut. Hoje foi a vez de outro grande escritor de ficção-científica partir para outros voos: J. G. Ballard.

Apenas li três livros dele: O Mundo de Cristal, Olá América e Aparelho Voador a Baixa Altitude, mas nunca li, e quero ler há muito, os seus dois livros semi-autobiográficos que deram origem a dois excelentes filmes e alguma notoriedade fora dos círculos da escrita de ficção-científica: O Império do Sol (realizado por Steven Spielberg) e Crash (realizado por David Cronenberg).

É um escritor de que gosto bastante pela sua escrita simples e directa, paixão por aviões e capacidade de transformar situações áridas e catastróficas em histórias envolventes, românticas e cheias de humanidade.

Hoje é um dia triste para o mundo...

jgballard.com

15 abril 2009

um pouquinho de nostalgia (ainda) dos 70s...


Lene Lovich - Bird Song

Lene Lovich, nascida nos Estados Unidos mas que sempre conheci como residente em Inglaterra, de origem sérvia e inglesa, foi a primeira cantora/banda musical de que fui fã na vida. Um amigo recordou-me este vídeo fabuloso que agora coloco aqui!

Ela surgiu com o a decadência do punk e o início da new wave e foi muitas vezes algo injustamente comparada a Nina Hagen (por causa do exotismo e da voz treinada) e a Kate Bush (apenas por causa do exotismo). Infelizmente acabou por ter um papel mais secundário na história da música popular, à sombra destas duas cantoras.

Lene Lovich veio a Portugal pela primeira vez dar um concerto em 1978 e voltou o ano passado. Infelizmente não vi nenhum dos concertos, o primeiro por os meus pais não me deixarem, o último por falta de t€mpo...

Apesar de há bastante tempo já não ser a minha cantora preferida, até porque a sua carreira musical abrandou consideravelmente, ainda me sabe muito bem ouvir as suas canções que, em parte, definiram muito do que eu sou!

Lene Lovich

10 abril 2009

making of - separadores RTP1



Já aqui tinha mostrado e mencionado a originalidade dos novos separadores da RTP1, pois deixo aqui um mini-making of, que me escapou na altura que deu, aparentemente no Telejornal.

*casa verde

Sexta-feira santa, 10 de Abril, tarde de ronha em frente à TV... Na versão dobrada de O Segredo de Terabithia, que me pus a ver por um amigo meu me ter recomendado múltiplas vezes o filme, aparece-me esta pérola da má tradução de filmes para português: a irmã mais nova de Jesse irrompe pela sala com a maravilhosa deixa: "pai, pai, anda ver na casa verde!" Claro que a dita casa verde não era nada mais que uma estufa!

Se já não fosse grave o/a tradutor(a) do filme não saber inglês como deve ser (e não sabe topar false friends), também não tem olhos na cara! E, pior ainda, os actores e director(a) de dobragem também não!!! Ainda por cima greenhouse é uma palavra só, bastava ir ao dicionário... é mesmo triste...

greenhouse

30 março 2009

Gralha

Da primeira vez que ouvi, mal podia acreditar e descartei a ideia pensando que tinha ouvido mal... mas entretanto confirmei: o AXN anda a anunciar o filme Mulherzinhas para o próximo domingo, como sendo adaptado de um romance de Charles Dickens!!!!!

1. O livro é escrito por Louisa May Alcott e não se fala mais no assunto!
2. A acção passa-se nos Estados Unidos durante a Guerra da Secessão;
3. Charles Dickens era inglês e que eu saiba nunca escreveu nenhum romance passado nos Estados Unidos;
4. Louisa May Alcott era norte-americana e As Mulherzinhas é semi-autobiográfico;
5. A única coisa que Charles Dickens e Louisa May Alcott tiveram em comum, para além de serem ambos escritores, é que foram contemporâneos. A escrita de um e de outro não tem semelhanças algumas, o 1º escreve grandes épicos, romances intemporais, a 2ª escreve dramas familiares.

Que cada vez menos as pessoas nos media fazem o trabalho de casa, eu sabia, mas dizerem tal enormidade sem, pelo menos olharem para a ficha técnica do filme é TOTAL E COMPLETA INCOMPETÊNCIA!!!!!!

19 março 2009

Blythe a caminho das Índias...


Maria Maya (Inês) com a Frida
foto: Marcelo Cravero


Não tenho acompanhado a novela da Globo, Caminho das Índias, pois apesar da produção impecável como sempre, ao ver os primeiros episódios pareceu-me um clone d'O Clone mas mais folclórico e mais foleiro. Não tenho paciência para tanto berro e tanto maneirismo. Não percebo quase nada da cultura indiana, mas tanto quanto sei devem ser pessoas normais e não passam a vida naqueles histerismos. Aliás saber que esta novela é de Glória Perez ainda desaponta mais, será que as ideias se esgotaram?

Os actores, um verdadeiro rol de vedetas de primeira, foram escolhidos pelo tom mais bronzeado da pele, mas mesmo assim pouco convincentes como indianos. Eles esforçam-se tanto em manter um sotaque da Índia que se transformam em personagens caricatas e ridículas. Assim, tudo quanto é actor mais declaradamente de descendência índia (não indiana) ou de emigrantes líbios, turcos e afins, teve direito a entrada garantida na novela. Mas dificilmente encontramos alguém claramente com traços verdadeiramente indianos. Discordo completamente com a escolha de Márcio Garcia para o papel de Bahuan, pois para um "intocável" o rapaz é demasiado branquinho... Não é suposto as castas mais altas serem mais branquinhas e as mais baixas as mais escuras?

Algumas das coisas que achei apelativas na novela foram Débora Bloch, de quem sou fã, e a personagem rebelde-chique Inês, interpretada por Maria Maya. Inês ouve Pitty, que descobri através das novelas e de que gosto bastante, é toda punk e tem uma colecção de bonecas. Entre essas bonecas, foi introduzida uma Blythe customizada, por uma questão de direitos de imagem, pois um dos directores de arte, Marcelo Cravero, é justamente fã e coleccionador das mesmas. A dita menina chama-se Frida e é customizada pelo Studio Zellig. Eu já tinha aqui mencionado que sou fã destas bonecas e a orgulhosa dona de uma desde Novembro passado, portanto não podia deixar passar em branco este detalhe que tem deixado a comunidade de fãs da Blythe brasileiras em polvorosa!

Caminho das Índias

08 março 2009

5 gajos bons 2009

Continuando o meu costumeiro post do Top 5 de gajos bons em exibição na televisão, para comemorar o Dia da Mulher, aqui está o deste ano.

Desta vez tive dificuldade em escolher, especialmente porque não tenho andado a ver muita televisão (ando um bocado saturada das mesmas séries de sempre) e, pela primeira vez, William Petersen não está no top porque, sim, até do CSI ando um bocado farta... Ainda por cima, do que ando a ver com regularidade, saem poucos gajos bons...

1. David Tennant
O claro vencedor, este não tive dificuldade nenhuma em escolher por variadíssimas razões: é escocês, é o carismático protagonista de uma das minhas actuais séries favoritas, Doctor Who, e é lindo! Não está propriamente no ar, mas ontem vi-o no 4º filme do Harry Potter na RTP1.


2. Patrick Dempsey
Não costumo ver A Anatomia de Grey, mas pelo cantinho do olho lá vou vendo Patrick Dempsey e vou gostando bastante do que vejo. Merece!





3. Hugh Jackman
Só não está no 2º lugar porque até agora só o vi uma vez na televisão, exceptuando, claro está, os filmes onde entra. Mas apesar de não ter feito um trabalho estrondoso, gostei bastante de o ver a apresentar os Oscars e a embalagem (que é disso que falo nestes posts) é tudo menos de se jogar fora!


4. Julian McMahon
É um tipo estranho, nem sempre gosto do que vejo, mas gosto do olhar sedutor e frio (qual frio, gelado!) com que interpreta as suas personagens Dr. Christian Troy em Nip/Tuck (Fox Life) e Cole Turner em Charmed (AXN).




5. ?
A indecisão foi tão grande e de todos os prováveis candidatos (tentar arranjar um brasileiro que se qualificasse...) nenhum atingia todos os requisitos necessários, portanto entre colocar aqui um candidato meio-meio, preferi deixar a 5ª posição em branco este ano... Sou exigente, o que posso eu fazer...

28 fevereiro 2009

*Channel

Já aqui tinha feito um desabafo em relação a este erro ortográfico e de falta de cultura geral (para não dizer cultura fashion) neste post. Mas enquanto que ver esse erro seja na TV Guia, seja no vídeo daquela criatura é mau (sim, é!), é ridículo (sim, é!), é falta de esmero (sem dúvida), é triste (oh sim!), mas, dando o devido desconto, é infelizmente previsível...

Agora só digo: o nome da senhora é CHANEL, com um (sim, 1) N e não channel de "canal" em inglês!

Mas (e desta vez o erro não está na televisão, pois é!) ver na entrevista de rua da revista Time Out (nº 74, 25 de Fevereiro de 2009, tema: "88 Coisas que Você Não Sabe Sobre Lisboa" | rúbrica "De olho na rua", pag. 12, último parágrafo), de que tanto gosto, que leio avidamente todas as semanas desde o primeiro número e que respeito imenso, tamanho erro é bem grave! Juro que dentro do decadente panorama jornalístico português respeito, e muito, os jornalistas da Time Out que não têm papas na língua, escrevem bem, fazem o trabalho de casa, estão em cima do acontecimento e, principalmente, têm um sentido de humor corrosivo sabendo apontar o dedo quando é preciso. Ah se Portugal tivesse mais gente assim!

Mas este erro é mais grave ainda (pois dada a temática da revista os jornalistas da Time Out têm obrigação de saber estas coisas) porque foi escrito não uma, mas duas vezes! Isto leva-me a questionar mais uma vez os critérios de escolha das "figuras" em street fashion que fotografam, pois invariavelmente quase todas as semanas as pessoas têm menos de 25 anos, de original costumam ter pouco e de fashion menos ainda, e são fotografadas na mesma esquina da Baixa. Fazem plantão é? Ainda por cima desta vez a rapariga era realmente gira e estava bem vestida!

23 fevereiro 2009

81 Oscars de (B)ollywood?



Este ano a cerimónia dos Oscars foi diferente em quase tudo, até nas tendências das fatiotas, que neste ano não encontrei nenhuma. Havia de tudo: vestidos sereia, drapeados, vestidos princesa, vestidos tubo, assimétricos, com cauda, sem cauda, rendas, cetins, sedas, chiffons, lantejoulas, plumas... De todos eles, os vestidos acima foram os que mais me chamaram a atenção, por isso este ano não há desenho. O de Viola Davis pelo seu ar clássico de Hollywood anos 30, no corte e no plissado dourado, muito bonito e elegante. O de Sarah Jessica Parker pelo seu ar diáfano (todos os vestidos de princesa deveriam ter este ar diáfano) e pelos maravilhosos acabamentos. Nos homens ainda menos tendência vi, apenas que cada um vai como quer e que o fraque clássico está mais que em desuso. Isso sentiu-se especialmente quando Hugh Jackman, a dada altura da cerimónia, aparece assim vestido (mas já lá vamos). Amei ver o maravilhoso Tim Gunn na passadeira vermelha a fazer os costumeiros comentários acerca dos vestidos e dos fatos. Nada como um verdadeiro conoisseur para o fazer como ninguém! É pena os comentadores portugueses e a TVI ainda acharem esta uma parte menor da cerimónia, não passando o programa Red Carpet na íntegra e comentando SEMPRE em cima do que eles estão a dizer, não deixando ouvir os comentários fúteis sobre a roupa. É para isso que vemos o Red Carpet!

Hugh Jackman não foi o apresentador mais notável ou brilhante de uma cerimónia dos Oscars, mas como este ano a estrutura mudou radicalmente, foi um apresentador à medida. Gostei muito de o ver cantar e dançar no estilo musical clássico e o número de abertura em estilo "Oscar-crise deux mil et neuf" foi engraçado.

Sim, a estrutura mudou muito e, apesar de ter muito menos intervenção do apresentador principal, acabaram com as redundantes apresentações dos apresentadores e se resumiram a três intervenções brilhantes e muito hollywoodescas. Gostei mais deste estilo de cerimónia, foi mais ágil, com mais ritmo, a encenação de cada apresentação foi diferente para cada categoria, sem repetir fórmulas (excepto para os actores), juntaram em blocos categorias da mesma família (mais uma vez com excepção para os actores), não houve discurso do Presidente da Academia. Foi mais aquilo que eu sempre esperei de uma cerimónia dos Oscars (desde há uns 10 ou mais anos que sempre fiquei um pouco insatisfeita), não dependendo tanto das "supresas" ou intensidade com que o público vibra com a escolha dos premiados, e toda a gente se pareceu divertir mais. E a cerimónia não foi mais curta como apregoado, pareceu mais curta porque nos manteve sempre atentos ao ecrã, mas não foi. Nos últimos anos, ao ritmo que as coisas iam, qualquer dia a cerimónia teria apenas uma hora, mas este ano acabou na zona confortável das 5h da manhã (já acabou perto das 4h e já acabou depois das 6h).

Mas o grande clímax e melhor parte da cerimónia foi o fabuloso número de homenagem ao Musical cantado e dançado por Hugh Jackman (de cartola e a começar por Top Hat) e Beyoncé Knowles e coreografado por Baz Luhrman. O número começava ao bom estilo de velha Hollywood, relembrando os números nos filmes de Busby Berkeley ou de Fred Astaire (cá está, Top Hat), transitando para melodias mais modernas sem quebras e sem perder a graça. A-DO-REI!

Gostei dos discurso de Penelope Cruz, talvez a maior surpresa da noite, adorei ver Eva Marie Saint ainda com excelente aspecto a apresentar, tenho de ver In Bruges, pois quero ver Ralph Fiennes a falar cockney, fiquei triste por os candidatos à Longa de Animação serem todos em animação 3D, fiquei satisfeita por os unicos dois filmes japonese candidatos terem ganho o Oscar na respectiva categoria (La Maison en Petits Cubes, de Kunio Kato e Departures, de Yojiko Takita), adorei a homenagem merecida a Jerry Lewis, se bem que "desviada", ri-me com a gaffe do ano, pois apresentaram Sir Ben Kingsley e esqueceram-se do "Sir" de Anthony Hopkins e gostei da postura de Mickey Rourke e do carinho com que a maioria dos colegas se referiu ao seu regresso.

Então e Bollywood? Pois, é muito curioso pensar que Slumdog Millionaire, um filme inglês filmado na Índia com actores indianos, tenha sido o grande vencedor da noite. Parece que não foi só Barack Obama que mudou nos Estados Unidos, a mentalidade geral também!

Espero que mantenham o estilo da cerimónia para o ano, em termos de espectáculo foi das melhores do últimos tempos, verdadeiramente encenada, sem quebras de ritmo, sem a sensação de partes redundantes ou inúteis focada no principal, no cinema e nos prémios.

OSCAR.com

22 fevereiro 2009

Paris de estúdio



Uma das coisas boas da vizinhança dos Oscars é a programação especial que a RTP, mais até a RTP2, costuma fazer todos os anos com antigos filmes oscarizados.

Ontem à noite apanhei dois dos filmes que constam no meu top 10 de filmes, Um Americano em Paris (já a meio, mas sem perder as minhas cenas favoritas) e Tudo o Vento Levou, em que adormeci (começou à meia noite, tem 4 horas!), mas não faz mal pois já vi o filme centenas de vezes e tenho em DVD.

Para mim Um Americano em Paris, mais do que o muito e devidamente reconhecido Serenata à Chuva, representa o arquétipo do musical de Hollywood: é 100% filmado em estúdio, os actores que o protagonizam estavam entre os melhores actores de musical, o realizador, Vincente Minelli, idem, é comédia, é melodrama, é romântico, tem canções, dança, cenas fantasiadas, cenas memoráveis, deixas imortais, é technicolor, tem uma produção artística entre a pintura moderna de Toulouse Lautrec e Chirico e o clássico multicolorido de Hollywood, tem uma realização minuciosa e tudo embalado num George Gershwin no seu melhor (a Rapsódia em Azul, por exemplo).

Um dos melhores ingredientes de Um Americano em Paris é a ideia de uma Paris romântica, utópica e irreal, mas que nem a própria Paris real, já bem interessante e mágica por si só, não consegue apagar. É uma Paris de sonhadores e amantes, de paisagens belas e imaculadas, de pessoas bonitas e interessantes. Uma Paris da recriação da estética da arte moderna no início do séc.XX, uma Paris onde ser um artista pelintra, como Jerry, a personagem de Gene Kelly, a viver numa caixinha de fósforos não é um problema, vive a sua vida com um sorriso entre vender os seus quadros em Monmartre e beber um cafézinho a por conta com o seu amigo céptico no café em frente.

As personagens também são arquétipos no seu melhor: o protagonista alegre, sonhador, bon vivant e sempre optimista, a heróina doce e romântica envolvida num mistério que a torna carismática, o melhor amigo céptico mas também sonhador, a milionária chique e bela com interesse no protagonista, o outro amigo bem sucedido que também está apaixonado pela menina. Apesar destas características, as personagens não são previsíveis e vivem os seus dilemas com intensidade e honestidade, onde as, por vezes longas, cenas de fantasia ou sonho se integram maravilhosamente bem, sem se tornarem gratuitas ou fastidiosas. Num filme como Um Americano em Paris, que à partida poderia ser o filme mais de plástico entre os filmes de plástico, aceitamos os códigos de imediato e somos "sugados" para aquele universo maravilhoso como se fizesse parte do nosso dia-a-dia.

Ontem à noite emocionei-me. Lembrei-me de como Um Americano em Paris é um excelente filme e de porque gosto tanto dele. Cantei as canções, empatizei com as personagens, deixei-me levar! Já vi este filme tantas vezes, que seria de imaginar que já o saberia de cor. Realmente as partes mais óbvias, as canções, certas deixas, a sequência de eventos, eu sei de cor, mas mais uma vez vi coisas novas e senti este universo maravilhoso desta Paris de estúdio, uma Paris da imaginação, mas que bebe muito do real, dando razão ao mito de cidade dos amantes. Se nada mais valesse este filme, a sequência de dança final vale! É comprida, aparentemente despropositada, mas demonstra os sentimentos de perda e paixão de Jerry como umas linhas de diálogo nunca o fariam e faz a transição perfeita para o remate final.

Agora só falta ter o filme em DVD, de preferência uma edição especial, cheia de extras, no estilo das edições da Criterion!

20 fevereiro 2009

O lado South Park da vitória de Obama

Boas notícias: o site oficial de South Park disponibilizou os episódios e gratuitamente sem restrições de países e afins.

Estive a ver o episódio "About Last Night", a visão South Park da noite da vitória de Barack Obama para presidente dos Estados Unidos e posso declarar que foi das melhores experiências em vídeo que já tive na net. OK o episódio é super divertido como sempre, não vou contar nada para não fazer spoilers a ninguém, mas recomendo!

O bom da experiência foi:
1. não haver restrições por país, coisa que me tem vindo a acontecer em playlists oficiais do YouTube;
2. o streaming do episódio (cerca de 20min) decorreu sem sobressaltos, engasgos, esperas ou interrupções (excepto para dois ecrãs negros/intervalos, devidamente assinalados na linha de tempo), como também me tem vindo a acontecer com vídeos bem menores no YouTube;
3. a qualidade de som e imagem em full screen é razoável, sem demasiada degradação de jpg nem engasgos de movimento.

Em suma: POSSO VOLTAR A VER SOUTH PARK!

obrigada Lu pela dica!

19 fevereiro 2009

Simpsons HD

Tinha de o pôr aqui...


obrigada Deuxieme!

17 fevereiro 2009

R2-D2 de trazer por casa



Graças ao Twitter cheguei a este R2-D2 em crochet! Dá realmente vontade de pegar nas agulhas e lãs! Adorei!
Para ver mais fotos, é só ir aqui:
Artoo Star Wars Craft: Lovable Crochet R2D2 Plush

Um verdadeiro fã de Star Wars devia ter sempre um a seu lado!

09 fevereiro 2009

*eremita perverso

Nunca ligo muito às legendas de Naruto (na SIC-Radical) pois é daquelas séries de anime em que normalmente estou mais a ouvir e a fazer qualquer outra coisa ao mesmo tempo. Mas como ultimamente a acção tem estado um pouco mais emocionante, os meus olhos viram-se mais para o ecrã e, como consequência, acabo por ler as legendas.

Não podia deixar de reparar que ero sennin, alcunha que Naruto dá a Jiraya, o seu terceiro mestre, está traduzida como eremita perverso. Ora bem, primeiro está ERRADO, segundo é óbvio que foi traduzido do inglês pervert master, terceiro quem traduziu não sabe o significado da palavra pervert em inglês neste contexto!

Passo a explicar: ero sennin em japonês pode-se traduzir como eremita tarado pois sennin quer dizer eremita ou, num sentido mais lato, mestre; ero há de vir do inglês erotic e pode ser traduzido como erótico ou, concretamente neste caso, porque se refere à pessoa do mestre Jiraya, tarado (ele anda SEMPRE atrás de mulheres). Portanto se em inglês estava pervert hermit, a tradução está adequada e mantém o significado.

Agora quem traduziu isto logicamente não percebe patavina de japonês, não vê a série e não sabe o significado da palavra perverso em português ou então nunca ouviu falar de false friends. Perverso em português quer dizer mau ou muito mau, portanto não tem nada a ver com Jiraya, que até é um tipo simpático. Por outro lado pervert em inglês quer dizer tarado, rebarbado, uma pessoa que não consegue deixar de pensar em sexo, o que já tem mais a ver com Jiraya que não resiste a um rabo de saia (passe a expressão).

Eu sei que normalmente as traduções das séries de anime são más, os erros mais que muitos e o cuidado é muito pouco para além do facto de serem sempre traduzidas em segunda mão. Mas neste caso, se as minhas suspeitas estiverem correctas, o erro não está na tradução americana, mas sim na ignorância do/a tradutor/a português(a).

エロ [ero]
せんにん [sennin]
pervert
perverso [escrever a palavra "perverso" no campo de pesquisa]

07 fevereiro 2009

as coisas boas vêm em embalagens pequenas


RTP1 separador JAN 2009

Estou a AMAR♥ os novos separadores da RTP1, especialmente este! Lembra-me o tempo todo o Traffic ou o Playtime de Jacques Tati. A banda-sonora é especialmente feliz e dá o corpo que o separador precisava. Quem quer que for o autor, tem os meus maiores parabéns, isto está brilhante!

19 janeiro 2009

borboleta com bom senso

Será que o meu blog atingiu as altas instâncias da SIC? Tenho sérias dúvidas, mas que o bom senso apareceu para os lados do programa da Lucy, apareceu!

Pois é, este fim de semana, deitei um olhinho ao programa e já vi a moça mais composta (até estava de casaco pelo joelho!!!) e alguns intertítulos em português.

O programa continua a ser um pretexto para colocar Luciana Abreu a cantar em playback, e muito pouco pedagógico ou instrutivo, mas pelo menos está mais adequado ao horário em que passa!

Programa da Lucy | Luciana Abreu | SIC Online

14 janeiro 2009

Sangue pasteurizado

Tenho andado a seguir True Blood e Kyle XY pelo MOV e True Blood é daquelas séries estranhas, que aparentemente tem pouco para eu gostar (fora os vampiros, se bem que isso também não é decisivo), mas pela intensa e estranha sensação que me deixa após cada episódio, não quero perder.

Gostei de Sete Palmos, a anterior série de Alan Ball, mas o excesso de personagens importantes e interessantes era um bocado distractivo. Estava lá a presença de um autor inteligente, que sabe criar excelentes personagens e narrativas inteligentes e que reflectem a realidade de um modo interessante, mas não me conseguia concentrar numa personagem favorita e acabei por não ver a série com atenção.

True Blood muda completamente o universo, deixa de ser uma família branca, classe média alta, mas um pouco excêntrica com um negócio diferente, tudo muito limpo na aparência mas sórdido por baixo dela, para ser uma comunidade "white trash" onde a protagonista serve num bar local num futuro próximo ou alternativo onde os vampiros saíram do armário graças à invenção japonesa de sangue artificial (tru Blood).

Apesar de ser um tipo de vida e gente que não quero conhecer na realidade, gosto muito mais deste universo mais "porco" e menos linear, que me tem surpreendido a cada episódio. Começando por Sookie Stackhouse, a protagonista, uma rapariga aparentemente pateta mas com uma personalidade forte e inteligente e que consegue ler os pensamentos das pessoas. Sookie, maravilhosamente interpretada por Anna Paquin, parece parva mas é uma força da natureza e sabe se defender muito bem apesar de se colocar constantemente em situações de risco, um bocado por um apelo do desconhecido. Bill, o vampiro, parece um tipo banal, calmo, circunspecto e pouco falador, mas luta o tempo todo contra a sua natureza apesar de claramente gostar de Sookie e não lhe ir fazer mal. Os dois iniciam uma relação na base dessa atracção pelo desconhecido, Sookie porque não consegue ler os pensamentos de Bill e sempre teve curiosidade em relação aos vampiros e Bill porque Sookie já lhe salvou a vida umas vezes, não o julga e quer conhecê-lo.

A relação de ambos vive de uma tensão sexual brutal, parece que sempre que estão juntos os dois têm de se estar a tocar, é de um magnetismo irresistível que tem pouca comparação com outras séries onde tensão semelhante existia, mas que alimentava-se do facto de o casal não se poder unir (Maddie e David - Moonlighting, Mulder e Scully - X-Files). Aqui eles vão poder unir-se pois não é com sexo que o mistério será desvelado, mas claro que Alan Ball faz render essa sensação, senão também não tinha piada.

Depois os dois têm de lidar com o preconceito numa terra pequena onde quando alguém espirra, toda a gente fica a saber, no sul dos Estados Unidos e o facto de os vampiros não se quererem verdadeiramente integrar, a luta deles não é uma luta pela justiça, mas sim de sobrevivência. Os humanos representam um lado bruto e ignorante e os vampiros um lado selvagem e irresponsável. Ninguém é verdadeiramente bom ou verdadeiramente mau, mas os vampiros são perigosos num modo mais físico e os humanos num modo mais psicológico de maquinações e intriga. E depois há sexo... como Sookie muito bem disse no episódio de ontem (o 4º, se não me engano) "está toda a gente a pensar em sexo!" ao que Bill respondeu "não é preciso ler mentes para perceber isso".

Seja onde for que Sookie e Bill forem, não vão encontrar o paraíso e o sossego, mas mais uma vez citando Bill a Sookie: "os vampiros estão sempre a correr riscos, prefiro corrê-los contigo.". É da união deles que vive a série, uma união e pêras!

Sendo séries com universos opostos, o cunho de Alan Ball sente-se na coerência da escrita e em personagens ricas, cheias de personalidade, mesmo que essa se manifeste pouco. Cada episódio introduz uma nova peça ao puzzle e deixa-nos a pensar em que mais poderá acontecer.

HBO: True Blood

MOV
3ª: 22:00

10 janeiro 2009

Lumières


não... não é a Av. da Liberdade, são os Champs Elysées

Sempre tive uma relação de amor-ódio com as luzes de Natal. Acho que na grande maioria são um desperdício de electricidade, mas por outro lado até gosto de as ver em zonas seleccionadas das cidade, principalmente quando são bonitas. Portanto gosto de ver as iluminações de Natal na Baixa, no Chiado, no Terreiro do Paço, na Av. da Liberdade, na Av. de Roma e no eixo entre o Marquês de Pombal e o Campo Pequeno e, vá lá, talvez também em Entrecampos.

Mas nos últimos anos cada vez gosto menos das iluminações de Natal, andam a ficar cada vez mais feias e a espalhar-se, qual praga, a zonas da cidade, como por exemplo a minha rua, onde não faz rigorosamente sentido nenhum haver luzes de Natal, pois o único comércio existente são sapateiros, mercearias, tascas e um videoclube. Sim, a minha lógica diz que as iluminações de Natal são um atractivo turístico, portanto devem centrar-se nas veias principais da cidade, em particular nas de comércio.

Este ano foi a grande desilusão, praticamente todas as iluminações de Natal da zona da Baixa eram particularmente feias, sem mencionar o HORROR que estava no Rossio! Escapavam algumas transversais da Baixa, a zona da Av. de Roma e a Av. da Liberdade, da qual gostei particularmente. Qual não é o meu espanto e desilusão quando, no fim-de-ano, naquelas mini-reportagens na TV dos fins-de-ano pelo mundo fora, vejo que os Champs Elysées em Paris tinham iluminações exactamente igiais às da Av. da Liberdade! E verdade que a Av. da Liberdade já é uma espécie de cópia dos Champs Elysées, mas não precisavam de levar isso tanto à letra copiando as iluminações da Natal!!

O único aspecto positivo das iluminações de Natal deste ano foi que pelo menos não foram pagas pela Câmara Municipal, isto é, pelos seus habitantes/contribuintes, mas por patrocínio de empresas privadas. Mas a Câmara ainda tem uma enorme responsabilidade pelo aspecto visual da cidade e não devia ter aprovado certo tipo de manifestações em que a publicidade se sobrepunha ao bom gosto da decoração. No primeiro ano em que tal foi visto, a Av. da Liberdade tinha uma decoração com bolas da Volks Wagen, mas, apesar da publicidade inerente, era uma decoração agradável e bonita, que não feria a sensibilidade natalícia dos transeuntes. Para além disso continuo com sérias dúvidas de onde vem o dinheiro das iluminações de Natal de freguesias mais residenciais como a minha, onde continuo a achar que as iluminações de Natal são um disparate! Pelo menos não votei em quem lá está, portanto a minha consciência está tranquila, apesar de a carteira não estar.

Ao contrário dos anos anteriores, achei que a horrorosa maior árvore de Natal da Europa até ficava bem no alto do Parque Eduardo VII. Não parecia tão açambarcadora...
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