TV-CHILD É UMA DESIGNAÇÃO QUE SE PODE DAR À MINHA GERAÇÃO, QUE CRESCEU
A VER TV. ESTE BLOG É 90% SOBRE TV, 10% SOBRE OUTRAS COISAS.

27 julho 2008

Fashion victim

Há uns 6 meses atrás papava tudo quanto eram os ante-e-depois do People & Arts e da SIC-Gaija, mas claro, sendo uma fase, comecei a fartar-me e deixei de ver (até porque eles repetem imenso). Desde há uns tempos para cá os únicos reality shows que vejo com regularidade têm sido o What Not To Wear (o original, versão BBC com a Trinny e a Susannah) e o Project Runway.

Project Runway é feito no mesmo formato que The Apprentice, de Donald Trump: um número de canditados ultrapassa, episódio a episódio, uma série de provas específicas naquela área de trabalho, sendo um deles eliminado a cada prova, ficando apenas um vencedor no final.

O interessante para mim de Project Runway é primeiro que tudo a área profissional onde se enquadra, a moda e o estilismo. Porque gosto muito de moda e roupas, porque também costuro (mas dificilmente conseguiria vencer um concurso destes) e também porque, convenhamos, o mundo da moda oferece mais "sumo" televisivo que o mundo empresarial. É mais colorido, os candidatos são mais ecléticos e visualmente apelativos, têm reacções mais exageradas e portanto mais televisivas e depois há o lado da cusquice, nada como o mundo da moda para ter cusquice a 100, 200, 300%!!!

Mas para além disto tudo, Project Runway revelou-se um programa bastante profissional, sóbrio, pouco alarmista ou exagerado, onde os exageros ficam apenas para alguns dos candidatos. Heidi Klum, a apresentadora, é sempre sóbria sem ser demasiado séria, Tim Gunn, o mentor dos candidatos, é uma bicha elegante com imensos conselhos sensatos para dar e o juri, Nina Garcia (ELLE) e Michael Kors mais um convidado, sendo os mais irritantes de todos, têm sempre algo de construtivo a dizer sem serem demasiado agressivos e brutos. No fim das contas, como as provas são difíceis, muito difíceis, quem se candidata ou é bom ou não entra!

Prova a prova eu imagino o que faria e chego sempre à conclusão, na maioria das vezes, que não seria capaz, ou por falta de tempo ou por falta de capacidades técnicas. Os candidatos, para além de terem de ser criativos e originais, têm de ser bons e rápidos tecnicamente (têm normalmente um a dois dias para criar e construir uma média de três peças!). Duvido que, semana seguida de semana, eu conseguisse sequer inventar mais que um bom conjunto de roupas, quanto mais construí-lo! O que muitas pessoas não sabem, é que muitas vezes os estilistas são muito criativos mas metem pouco as mãos na massa, principalmente para fazer algumas coisas que vejo e bem feitas no programa. Mas também já reparei que às vezes existe alguma aldrabice, há quem, na pressa, use cola para juntar as peças e não a máquina de costura... Mas ainda bem que não sou estilista, já sei disso há muitos anos, mas com este programa confirmei isso.

Project Runway

SIC-Mulher
sab. 22h45
dom. 20h00

19 julho 2008

Eccleston vs. Tennant

Tennant, claro!

Ah! Estou a falar de Doctor Who. Quanto mais vejo Doctor Who, mais apaixonada fico! É uma série com uma permissa muito simples e suficientemente aberta e flexível para que cada episódio seja literalmente uma aventura. Sem dúvida que esta série usufrui todo o excelente know-how da BBC!

É uma série de ficção-científica à antiga e às direitas, sem gore nem efeitos gratuitos, mas com histórias fortes, que não subestimam o espectador, mesmo sendo o público-alvo juvenil. É uma série que, no meio de toda a fantasia, é inteligente, carismática e ultra cativante!

Tenho tido alguma dificuldade em vê-la. Primeiro vi o primeiro episódio, ainda sacado da net, em casa de um amigo, mas não pude ver o resto. Depois começou a dar na BBC-Prime e não sei bem porquê só vi (e sempre) os mesmos episódios. Só quando comecou a dar a segunda série, também na BBC-Prime, é que finalmente me consegui fidelizar e a vi praticamente completa. Recentemente, quase em simultâneo com a estreia de Doctor Who na SIC-Radical, a BBC-Prime, ao acabar a 2ª série, recomeçou a dar a primeira e em pacotes de dois episódios. No meio disto tudo, aparentemente apenas perdi um episódio, o 2º da 1ª série.

Se já gostei de Christopher Eccleston, como o 9º Doctor, por causa do sotaque, da sua ironia britânica, do seu ar desengonçado, a mudança para o 10º Doctor, David Tennant, não podia ser mais feliz. Primeiro, o estratagema arranjado para a mudança de actor foi muito interessante, aproveitou um episódio duplo muito importante e emocionante (Daleks - 2ª volta), e não foi nada gratuito, para além de que o Doctor finalmente beijou a "sua" Rose (se bem que em circunstâncias excepcionais). Mas David Tennant faz um Doctor mais divertido, cheio de charme e sexy, sem perder a ironia e inteligência. A empatia com Rose parece aumentar e, convenhamos, é BEM mais bonito! E bem mais bem vestido, aquele fatinho dá-lhe um ar tãããão british!

Um dos grandes trunfos nesta série é a partenaire do Doctor, Rose, ser um elemento extremamente activo e um love interest muito bem resolvido ficcionalmente. Eles não namoram, não são amantes, marido e mulher, etc. Há uma ligação extremamente forte entre ambos, quiçá eterna, que ninguém parece conseguir romper, mas apesar de, como espectadora, desejar mais, é nesse desejo que está o grande atractivo da relação deles e que torna a série ainda mais empolgante. Rose é uma rapariga simples, até um pouco saloia, mas com uma enorme curiosidade, desejo de aventura e acima do que a vida lhe colocou à frente até ao encontro com o Doctor. O Doctor mudou tudo e ela nunca mais será a mesma. Nem ele!

Vou rever a 2ª série e morrer de curiosidade apra ver a 3ª e a 4ª, pois na 2ª a Rose "morre".

Uma dica: Na BBC-Prime, para quem não se importa com a ausência de legendas, dão dois episódios de cada vez, mais extras. Isto é, Doctor Who Confidential, um making of, episódio a episódio, onde agradavelmente percebemos que ainda se faz boa ficção-científica sem recorrer única e exclusivamente a efeitos digitais ou 3D.

Doctor Who
Doctor Who Confidential

BBC-Prime
sab. 18h00 - 20h00

O episódio-catástrofe

Estava a ver o episódio de hoje de ER, onde acontece um acidente que envolver carros, fogo, muito sangue, feridos muita porcaria e os médicos numa azáfama ainda maior, mas só me conseguia lembrar do hilariante filme HELP!!!, de Johnnie To.

Há uma coisa nas comédias, principalmente quando são críticas: abrem-nos os olhos. HELP!!! é uma paródia às séries de hospitais, se bem que pressuponho que a mesma paródia se dirija mais a séries tipo General Hospital do que propriamente o ER. Mas uma coisa todas têm em comum e isso é usado como o clímax de HELP!!!, o episódio-catástrofe. O episódio-catástrofe serve como catalizador de emoções, pretexto para tomadas de decisão e oportunidade para mostrar os nossos médicos preferidos como verdadeiros heróis. Visto o episódio de ER de uma maneira fria e com estes parâmetros em mente, o interesse perde-se.

ER é daquelas séries cuja ideia base é muito boa, mas que não consigo ver muitos episódios seguidos, é por fases. Neste momento ando numa fase não, calhou ver o episódio.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

false

false