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23 novembro 2013

50 Primaveras

Strawberry Fields, a minha Blythe,
veste o fato do 10º Doctor em frente à TARDIS,
tudo feito por mim.

Não é todos os dias que uma série de televisão comemora 50 anos, menos ainda uma de ficção-científica. Hoje é o 50º Aniversário de Doctor Who e mesmo não sendo 50 anos seguidos é um feito e pêras!

Não fora também o Doctor Who uma das minhas séries preferidas, que alia ficção-científica pura a uma permissa simples e um protagonista muito bem construído e sedimentado, afinal são 50 anos e 11 actores, mais um monte de argumentistas, realizadores e técnicos.

Vivendo em Portugal, (infelizmente) não tendo crescido com a série, só comecei a vê-la decentemente na nova era, iniciada em 2005 com o 9º Doctor, Christopher Eccleston. Nestes 8 anos já muito espaço e tempo percorreu a TARDIS e os fãs mais novos nem querem saber de Eccleston, a meu ver injustamente menosprezado. Recentemente foi anunciado Peter Capaldi como o 12º Doctor, que iniciará os trabalhos para o ano, melhor, no Especial de Natal. Mal posso esperar!

O especial de aniversário de hoje será transmitido em directo para 70 e tal países, que inclui países como o Myanmar ou o Burquina Faso, e que me faz perguntar o que anda a BBC Entertainment a fazer?? Na Europa, contam-se pelos dedos o número de países que este canal transmite o episódio e, para variar, Portugal não está incluído. Gostava de poder ver o The Day of the Doctor em directo, de forma legal e juntar-me em sintonia à horda de fãs pelo mundo. Mas Portugal não existe, e tal como o governo, a BBC incentiva-nos à ilegalidade... Era tão simples!

Não quero terminar este post num tom negativo, não quando se trata de uma das minhas séries favoritas, é claro que vou ver o episódio, não na minha televisãozão, mas no ecrã do PC e vou regalar-me com o regresso do Ten, da Rose e com o maravilhoso John Hurt, que finalmente se juntou ao clã Whovian.

HAPPY 50th BIRTHDAY, DOCTOR WHO!

18 outubro 2013

Recado

Caros locutores da SIC,

Por favor PAREM de fazer spoilers imediatamente antes dos episódios das novelas do dia! Desmancha-prazeres!

Se eu quiser saber alguma informação antecipadamente, é para isso que servem os vários sites das respectivas novelas, nomeadamente na Globo e afins.

Obrigada.


PS: Já agora, parem também de falar em cima dos genéricos, para vocês podem ser repetitivos, mas há quem aprecie vê-los sem um chato a falar por cima.

23 agosto 2013

RTD apanhou-me outra vez

Russel T Davies (RTD), um dos meus heróis, apanhou-me novamente e eu não me importo! Há cerca de um ano andava completamente agarrada à sua série Queer as Folk, que vi quase num dia de tal forma não a conseguia largar. É verdade que não é longa, mas mesmo assim, há outras coisas a fazer, tais como comer ou dormir...

Quando andava nas maratonas Doctor Who acabei por abandonar as suas duas séries satélite, criadas por Russel T Davies, Torchwood e The Sarah Jane Adventures. O tempo e a disponibilidade são tramados! The Sarah Jane Adventures foi criada para o público infanto-juvenil e continuou a ser produzida por Russel T Davies, mesmo depois dele passar o testemunho de Doctor Who a Steven Moffat, e só parou devido à morte da actriz Elizabeth Sladen, que interpretava a protagonista Sarah Jane. Ainda cheguei a ver uns 3 ou 4 episódios de Torchwood, mas na altura, talvez por comparação a Doctor Who, achei a série pesada e densa e acabei por deixá-la para outra oportunidade. Também tinha duas séries inteiras de Doctor Who, mais uns tantos especiais para ver.

Já tinha percebido que o AXN Black, desde a sua criação, andava a passar Torchwood, mas mais uma vez fui adiando ver a série até que a apanhei na semana passada exactamente num dos episódios que vira, portanto foi desta. Comecei a vê-la com uma certa displicência, mas às tantas dei por mim ansiosa pelo próximo episódio e desejosa de desvendar uma série de pequenas pistas que Russel vai deixando em cada episódio.

Como um amigo meu uma vez disse: "Torchwood é Doctor Who com sexo" e tinha razão, mas está longe de ser porno ou de alguma forma gratuito, as personagens são encaradas de forma realista, como aliás Russel T Davies sempre o faz. Se Doctor Who se integra quase perfeitamente na nossa realidade, sendo o Doctor talvez a personagem de ficção científica mais passível de realmente andar entre nós, o elenco de Torchwood então anda mesmo. Gosto muito desse lado Alexandre Dumas de Russel T Davies, torna as suas histórias mais credíveis e faz-nos ter uma empatia gigantesca com as personagens. Nas histórias de Russel T Davies temos sempre dificuldade em detestar uma personagem, mesmo as completamente irritantes, de tão bem construídas que elas são. Tenho a certeza que se morasse em Cardiff andava sempre na rua a ver se via o jipe da Torchwood ou se me cruzava com Gwen Cooper, Ianto ou o Captain Jack num café ou pub, como se de celebridades se tratassem. O sexo só contextualiza mais as coisas numa sociedade moderna comum e humaniza as personagens.

Essa abordagem à criação de personagens, inspirada nas soap operas para as quais Russel T Davies escreveu durante anos, torna tudo o que venha das mãos dele empolgante e completamente viciante.

Não sei o que Russel T Davies anda a fazer agora, ele é um dos meus heróis mas não sou groupie, só espero que nos deleite com mais qualquer coisa assim. Até lá ainda tenho bastante material para ver, incluindo The Sarah Jane Adventures, claro.

Torchwood - BBC

28 maio 2013

Maeve

De todas as séries que costumo ver regularmente, essencialmente no AXN, Criminal Minds é claramente a minha preferida. É uma série muito cerebral, com personagens muito bem construídas, tão bem que quase parecem reais, e fora um ou outro aspecto mais "exótico" tudo é perfeitamente plausível.
Este post contém SPOILERS acerca da série 8 de Criminal Minds, recomendo a quem não quiser lê-los não continuar a ler a partir daqui ↓.

A série 8 de Criminal Minds é especial, mas não é especial pelas razões óbvias: a saída de Emily, a entrada de Alex Blake (Jeanne Triplehorn), mas porque a intriga se concentra neles, na equipa e, principalmente pelos episódios dedicados a Spencer Reid. De todos Reid é a personagem que parece mais impossível e perfeita. Ele é um génio, tem um QI altíssimo, uma memória prodigiosa, calcula probabilidades mais depressa que um computador, lê livros à velocidade da luz. Até agora as únicas fragilidades de Reid mostradas foram o receio da probabilidade de herdar a esquizofrenia da mãe e uma ou outra paranoia ocasional, mas eis que Reid, o eterno anti-social, arranja uma namorada.

Mas Reid não conhece a namorada num café ou na banca do jornal, nem sequer é uma colega de trabalho, logo nos primeiros episódios Reid faz uns telefonemas misteriosos de uma cabine telefónica para uma mulher misteriosa, na penumbra, de quem nunca vemos a cara. Aos poucos vimos a saber que ela o ajudou outrora num caso, que é geneticista e que está a ser perseguida, daí toda a cautela nos telefonemas de Reid. Também percebemos quase de imediato a empatia entre os dois e a trapalhação quase adolescente de Reid em relação a ela, mas todo o mistério em roda dela faz-nos querer a aproximação mas simultaneamente dá-nos uma sensação de medo enorme, não vá o ingénuo Reid estar a ser enganado por uma mulher espertalhona... Uma coisa é certa: Quem é essa mulher??

Os autores vão mantendo-nos curiosos durante uns cinco episódios, espicaçando-nos, dando a informação em curtas cenas e aos poucos. Quando chegamos aos episódios da resolução deste arco narrativo, sabemos muito pouco acerca dela. Reid marca um encontro, mas com medo do perseguidor e provavelmente algum receio de vê-la ao vivo, acaba por não esperar. Não Reid, devias ter ficado, é uma oportunidade única!

No episódio seguinte ambos esclarecem o mal-entendido e ficam bem. Mas o perseguidor revela-se, a BAU, a pedido de Reid, investiga e passamos um episódio angustiante a temer pela vida de Maeve, a querer que Reid a conheça e que tudo não seja um esquema do Replicator (o arco narrativo principal, o perseguidor da equipa da BAU). Mas não, Reid não tem direito à felicidade romântica banal e perde Maeve da pior forma possível e ainda por cima assiste a tudo de perto.

Eu passei uma semana traumatizada com tudo isto. Reid é dos meus preferidos desde que comecei a ver Criminal Minds, é um geek delicioso e ainda por cima é giro! É tão adorável que introduzirem uma potencial namorada perfeita para ele e matarem-na logo a seguir de forma tão terrível é a maior crueldade para o espectador (e para ele)! Pobre Reid! O arco foi tão bem escrito que até ao último episódio estivemos sempre com um misto de curiosidade e desconfiança de Maeve e só mesmo quando vemos a sua cara pela primeira vez essa desconfiança se desvanece. Maeve não podia ter morrido, o próprio Reid calculará que as probabilidades de ele voltar a conhecer alguém assim são quase nulas... É isso que faz uma boa escrita de ficção e os autores de Criminal Minds surpreenderam-me e tornaram-me ainda maior fã da série.

Um facto curioso que me fez empatizar mais ainda com Maeve é que a actriz que a interpreta é a mesma de Parker de Leverage (Beth Riesgraf), a minha personagem preferida da série e também com uma personalidade àparte. Como estava a ver as duas séries ao mesmo tempo, tive dificuldade em dissociar Maeve de Parker o que me fez torcer ainda mais para que ambos ficassem juntos, até porque a reconheci antes dos episódios finais, ela tem um sorriso peculiar. O Reid deveria ter ficado com a Parker!

Quis rever o episódio e não consegui. É verdade que factores externos contribuíram para isso, mas ainda tenho o episódio gravado na box, talvez volte a revê-lo quando terminar a série, que para além de ainda não ter acabado também não tem desiludido.
ZUGZWANG

Criminal Minds

07 maio 2013

Gosto de Anti-Heróis

Dentro dos arquétipos da narrativa o meu preferido é sem dúvida o anti-herói (imediatamente seguido do vilão). Os heróis são demasiado bonzinhos, obedientes e previsíveis, o interesse amoroso às vezes pode ser interessante ou destabilizador (Eva) mas como a maioria das vezes é uma mulher (por oposição a um herói masculino) só está lá para fazer figura, o mentor é isso mesmo, o mentor, serve para fornecer informação útil mais tarde e o vilão, quando bem construído (Darth Vader), pode salvar uma história. O anti-herói está confortavelmente algures entre o herói e o vilão, conduz a história mas não é bonzinho e previsível, mas, mesmo que na maioria das vezes contrariado, está lá para salvar o mundo, tal como o herói. Às vezes temos ambos, herói e anti-herói, outras vezes apenas o anti-herói. Confesso que prefiro a primeira situação, normalmente é quando o anti-herói se revela no seu melhor (Han Solo).

Isto tudo para chegar a Leverage (Jogo de Audazes, na versão portuguesa), uma série em que todas as personagens principais são anti-heróis e todas simples mas bem construídas. É assim de presonagens multifacetadas que gosto! A história também é simples, o grupo é uma espécie de Robin Hood e os seus Merry Men moderno, mas com o protagonismo mais distribuído e com um grande buraco no argumento: de onde vem o dinheiro para eles montarem as suas operações sofisticadas ao nível de Mission: Impossible? Não vi as duas primeiras séries, só comecei a ver no início deste ano, quando estava com mais tempo livre, portanto talvez a explicação esteja aí. Mas se não estiver, é um bocado indiferente, pois Leverage é uma série que vive mais das personagens e planos rocambolescos. Venha a "suspension of disbelief"!

Então venham as personagens!
Nate Ford
O cabecilha, "o cérebro", do grupo e quem em geral dá a ordem de avançar. É um tipo muito inteligente, com muita experiência mas nunca temos a certeza se o que o motiva são as boas intenções ou se tem interesses secundários. Apesar de criar planos mirabolantes e intrincados, quando o lado emocional surge ele fica sempre muito perto de falhar. Também é extremamente vaidoso e simultaneamente inseguro, o que o torna imprevisível.
Sophie Devereaux
Uma das variadas identidades da "aldrabona" de serviço, e ninguém sabe se a verdadeira, com um passado obscuro que envolve multimilionários, fortunas, peças de arte lendárias e uma vida glamourosa internacional. Sophie domina a análise comportamental e é extremamente versátil e boa a improvisar. Tal como Nate é demasiado vaidosa para seu próprio bem, mas tem uma noção melhor que a dele das próprias capacidades. O seu calcanhar de aquiles é o mesmo passado obscuro que volta por vezes para a assombrar.
Eliot Spencer
"O músculos" é também um gourmet e chef cuja ambição de reforma é abrir um restaurante. Como manda o figurino, é um coração de manteiga por baixo da figura truculenta. É o que mais facilmente se envolve emocionalmente com os casos, mas sabe bem usar isso a seu favor quando necessário. Eliot é uma espécie de Chewbacca para Nate ou Hardison (e eu a dar-lhe nas referências a Star Wars!).
Parker
É a "cat burglar" com um passado intrigante de uma educação fora dos padrões comuns, roubos impossíveis e um conhecimento enciclopédico de obras de arte valiosas e alarmes e cofres impossíveis de arrombar. Parker é quem tem a personalidade mais fora, não se rege pelo senso comum normal, mas tem um raciocínio extremamente lógico. Ela é como uma espécie de criança grande com uma memória, inteligência e agilidade acima da média. O seu calcanhar de aquiles é a ignorância quase total das regras da sociedade comum ocidental - ela acredita no Pai Natal!
Alec Hardison
O "hacker" quase infalível. Sempre que as suas capacidades são postas em causa amua mas tenta imediatamente superar-se. É caprichoso e anda sempre às turras com Eliot, apesar de serem melhores amigos mas não o admitirem nem sob tortura.

Cada episódio de Leverage é divertido, intrigante e entusiasmante, mesmo quando a fórmula: chega cliente - elabora-se estratégia - coloca-se o plano em prática - lida-se com os imprevistos - saída estratégica - recompensa do cliente injustiçado; se repita em quase todos. É nos pormenores, nos detalhes de cada plano, nos tiques de Parker, nos disfarces de Sophie, nas reviravoltas dos planos de Nate, na brutalidade eficaz de Eliot ou no software infalível de Hardison que está a riqueza de cada episódio. Ao longo das séries vamos tendo arcos narrativos menos previsíveis, em geral ligados ao passado de um deles, mas cada episódio pode ser visto individualmente sem necessidade de ver os primeiros.

Leverage é uma série à antiga, simples, infinita, com um elenco fixo bem construído. É daquelas séries que se vê repetidas vezes, fora de ordem, mas que se quer ver inteira e mais ainda. Numa época de séries sofisticadas mas que perdem o rumo com facilidade no excesso de intriga ou personagens adicionais, prefiro ver Leverage que se mantém simples, divertida e fiel à permissa incial: uma espécie de cruzamento de Robin Hood com  Mission: Impossible.

TNT - Leverage

12 abril 2013

Vida de Empreguete


Ultimamente as novelas brasileiras da Globo têm seguido duas tendências: uma que não gosto, popularucha, que depende de sotaques exóticos e chavões forçados para manter o interesse; e outra que ando a gostar bastante, onde os brasileiros se satirizam no seu lado popular e brejeiro, fazendo o que me parece um retrato mais fiel do Brasil real. Gabriela ou os clones d'O Clone, são bons exemplos da primeira tendência.

Fina Estampa, retratando uma humilde e trabalhadora descendente de portugueses, já seguia um pouco a segunda tendência. Avenida Brasil é um bom exemplo onde os papéis dos ricos, dramáticos,trágicos e vis contra pobres bons, honestos e cómicos também foram invertidos e os verdadeiros milionários sofisticados são um dos núcleos mais cómicos. A história de Nina, Carminha e das pessoas do "lixão" é quase uma tragédia grega com requintes de malvadez. Sim, ainda temos "pobres" cómicos, a família de Tufão em geral, apesar de terem dinheiro, e as pessoas do Divino. Mas o foco da novela está praticamente todo nos núcleos populares e a trama principal não é de ambição de poder, mas de vingança.

Eis que chegamos a Cheias de Charme cujo tema principal é a música e os cantores populares, o "electro forró", as empregadas domésticas, "empreguetes", a rádio, o Nordeste e todo um universo com que certamente a grande maioria do público brasileiro que "assiste novela" se identifica. Há universo mais brasileiro que este, que mostra os podres de ricos, uma minoria, mas priveligia na narrativa a massa das empregadas que os servem? Há que dizer que Cheias de Charme é uma novela cómica, leve e divertida, portanto não estou à espera de grandes tragédias ou de verdadeiros vilões, mas o certo é que é uma abordagem que me agrada muito, o sentido de humor dos brasileiros está bem de saúde e as músicas chegam a ser bem engraçadas! A frase "vida de empreguete, pego às sete", da canção Vida de Empreguete, fica no ouvido e o vídeo é muito divertido (ver em cima).

Apesar de ser dirigir a uma camada mais popular e menos culta, Cheias de Charme tem um humor inteligente, não imbeciliza e conta uma história simples de um modo muito divertido. Sempre gostei mais de novelas de comédia, portanto, que esta segunda tendência cresça!

Cheias de Charme

08 março 2013

5 Gajos Bons 2013

É curioso, como este ano não pensei muito no Top 5 antecipadamente, e também não ando a ver muita TV com pessoas (mais desenhos animados ou outros no PC), pensava que teria alguma dificuldade em preenchê-lo, mas afinal até foi fácil. Eis os 5 escolhidos para 2013:


1. David Tennant
Sim, sim, está a dar o Doctor Who, série 4, na BBC Entertainment, o 1º lugar é fácil!






2. Gary Sinise
Resolvi repetir o 2º lugar do ano passado, no papel de Mac Taylor. Definitivamente o CSI: NY é o CSI com a melhor média de gajos bons, portanto...




3. Eddie Cahill
Que para além de entrar em CSI: NY como Detective Flack, também tem entrado em NCIS, como agente da CIA e namorado de Ziva David.




4. Chace Crawford
Em honra de Gossip Girl, que no AXN White está na série 5, mas que já terminou. Chace sofreu um acidente que lhe desfigurou um pouco o lábio, mas mesmo assim ainda é todo bom e merece um lugar neste top!



5. Colin O'Donoghue
Já se sabe que Once Upon a Time não é mais que um desfilar de actores e actrizes bonitos em guarda-roupa estilosamente sumptuoso. Mas, pelo canto do olho avistei este moço que satisfaz bastante.

26 fevereiro 2013

85 Oscars - O Musical ♪

Este ano vi mais uma vezos Oscars em directo mas não pude blogar logo de seguida pois tive um dia cheio, mas este ano valeu a pena ficar acordada (depois da seca do ano passado).


Mas vamos ao que interessa: os vestidos! Em geral não vi nenhum horror ou daqueles vestidos que nos fazem pensar mas que raio lhe passou pela cabeça? Eram todos bastante elegantes, com alguns exemplares mais chamativos até que... surge Anne Hathaway na Passadeira Vermelha. O seu vestido Prada em cetim rosa pálido, discreto à frente, atrevido atrás era um espanto. Já percebi que pelos vistos a recepção "internética" do dito vestido foi polémica, mas quero lá saber! Mal vi o vestido todos os outros ficaram na sombra, mesmo o de Jennifer Lawrence, em Dior Haute Couture, que, como uma blogger do tumblr disse, é um vestido digno dos Oscars (gostei do tropeção ao receber o Oscar ). Não deixando a blogger de ter razão, pessoalmente gostei da elegância do vestido Prada de Anne Hathaway e pensei para os meus botões: por isto é que gosto da Prada!. E Anne Hathaway ficou magnífica nele com o seu cabelo curtinho. Calem-se as más-línguas~

A cerimónia foi muito boa , prestando homenagem aos musicais voltou a alguma da glória das cerimónias dos Oscars antes das Twin Towers caírem e animou uma noite que nos últimos anos foi ficando cada vez mais secante. Não houve momentos constrangedores de mudanças técnicas, como entregas de Oscars em diferido ou a orquestra demasiado implacável a cortar os discursos mais longos e houve números musicais, sim plural: NÚMEROS. Logo o número inicial pelo apresentador Seth Macfarlane incuiu quatro quadros, todos com convidados e todos com um bom sentido de humor e a cerimónia (I Saw Your Boobs, William Shatner como Captain Kirk) foi sendo pontuada com mais números, seja por causa da homenagem aos 50 anos de James Bond no cinema (5 de Outubro de 2012), com a poderosa Shirley Bassey a arrasar mais uma vez com 'Goldfinger' ou seja noutras canções premiadas, 'Skyfall', por Adele ou 'Everybody Needs a Best Friend", por Norah Jones, ou ainda pelos números musicais de Chicago, Dreamgirls ou Les Miserables. Seth Macfarlane é competente, politicamente incorrecto q.b. e canta e dança melhor que muitos apresentadores anteriores. Sinceramente espero que volte para o ano.

Mas a piada da noite foi a da Família Von Trapp a preceder a entrada de Christopher Plummer. O que eu me ri!


(peço desculpa a qualidade do vídeo, foi o melhor que se pode arranjar)

Como eu já calculava, Steven Spielberg não ganhou nenhum Oscar com Lincoln. Por mais que o filme apelasse ao espírito patriótico dos americanos, a Academia não gosta de dar Oscars a Spielberg (mas deve gostar de o ter na plateia, pois está quase sempre lá), sendo Schindler's List uma gloriosa excepção. Aliás nesse ano, numa das melhores cerimónias dos Oscars que me lembro de ver, foi o Ano de Spielberg nos Oscars, para não mais se repetir. Felizmente os Oscars nunca foram e agora cada vez menos são, um barómetro para medir a qualidade do cinema (comercial) que se faz, são apenas uma cerimónia de prémios, que pouco significado tem para além do seu lado de espectáculo, pois os lobbies, como se sabe, são mais que muitos.

Desta vez não se esqueceram de Eiko Ishioka na homenagem aos falecidos. Está bem, apesar de antes da cerimónia de 2012, ela tecnicamente morreu em 2012, portanto este ano é que devia ser homenageada. Foi triste perceber que entre os que se foram o ano passado estavam tantos que dedicaram as suas carreiras aos efeitos especiais ou à ficção-científica, como Ralph McQuarry, Chris Marker, Carlo Rambaldi, Eiko Ishioka, Ray Bradbury. Foi esquecido Gerry Anderson e, entre muitos outros, Larry Hagman, que antes de se tornar o JR de Dallas teve uma longa carreira no cinema. Mas parece que há sempre destes esquecimentos, talvez os pesquisadores devessem mudar um pouco a abordagem?

No fim, Seth Macfarlane dedica uma canção, juntamente com Kristin Chenoweth (Glee) aos derrotados da cerimónia, fechando com chave de ouro.

Oscar.com

24 janeiro 2013

Gabriela é... ♪

Gabriela, o remake, lá terminou na SIC e infelizmente tudo o que temia confirmou-se. Há cerca de 1 mês, tal era a minha irritação com a "inspiração" de Gabriela, que pedi o livro emprestado à biblioteca e o li. Há motivos melhores para ler um livro, principalmente tratando-se de um livro e escritor tão importantes, mas finalmente li Gabriela, Cravo e Canela.

A equipa da Globo foi muito esperta, no genérico não escreveu "adaptado de" mas "inspirado em". Isso descartou-os de toda e qualquer obrigação a uma fidelidade para com o livro e deu-lhes carta branca para fazerem o que lhes apetecesse. Infelizmente no caso de Gabriela o resultado foi medíocre, comparando primeiro com o livro e depois também com a novela dos anos 70. Mas vamos por partes.

O elenco. Infelizmente o elenco não foi dos mais felizes apesar de contar com nomes de peso nos actores televisivos brasileiros. Os únicos, mesmo os unicos que achei bem escolhidos e que tiveram um bom desempenho foram Juliana Paes, como Gabriela e Matheus Solano, como Mundinho Falcão [ai Matheus, se te apanhasse à minha frente...]. Habitualmente gosto de Humberto Martins, mas ele é demasiado bronco para fazer de Nacib, o Nacib dele aborreceu-me e achei-o uma personagem desinteressante (ao contrário do livro e da 1ª novela). Armando Bógus, volta que estás perdoado! Armando Bógus, o Nacib dos anos 70, para além de corresponder melhor à descrição do livro, era um actor com "A" grande. Já António Fagundes é demasiado novo para fazer de Coronel Ramiro Bastos (com 80 anos no livro) e, pior, tentou emular Paulo Gracindo, ficando a léguas do Coronel original. Paulo Gracindo metia medo, Fagundes foi ridículo. O Tonico Bastos de Marcelo Serrado não chegou nem por sombras aos calcanhares de Fúlvio Stefanini. Todos os maneirismos que em Stefanini eram curiosos e engraçados ("manequim de porta de loja"), no exagero de Marcelo Serrado, provavelmente a querer desligar-se de Crô de Fina Estampa, tornou Tonico num palhaço. Outro palhaço foi o Professor Josué (de Anderson di Rizzi), ao contrário do tímido e desengonçado de Marco Nanini. Muito diferente do livro e da versão dos anos 70, Malvina (a minha personagem preferida por tudo o que ela representa) é uma rapariga brejeira e respondona e não uma rapariga sensível, inteligente, intelectual, ingénua e revoltada. Ao colocarem Vanessa Giácomo, já de si muito brejeira, a fazer a personagem estragaram tudo. A única que está mais próxima do livro é Jerusa, apesar de no livro ela ser menos mosquinha-morta e um pouco mais pespineta. E nem vou falar de Zarolha, tenho IMENSAS saudades da maravilhosa Dina Sfat.

A história. A novela dos anos 70 é uma adaptação bastante fiel ao livro de Jorge Amado, onde, por questões de formato e linguagem aglutinaram-se relações, eventos e mudou-se um pouco a cronologia. O livro é conduzido pelas personagens, como tal não é inteiramente linear, mas a adaptação dos anos 70 agarrou na história e contou-a de forma cronológica e linear, separando cada grande evento por um ou mais episódios. Uma das coisas que adorei quando revi a Gabriela dos anos 70 foi a economia narrativa. É um facto que quando se adapta um livro a cinema ou televisão normalmente é necessário cortar ou aglutinar partes, a Gabriela dos anos 70 cortou pouco e aglutinou um pouco, mas não houve necessidade de introduzir coisas ou personagens que não figuram no livro. Deu, sim, mais destaque a Maria Machadão, juntou a sua casa ao Bataclã, dois estabelecimentos separados no livro, tornou Jerusa amiga de Malvina, o que deu muito jeito na exposição das duas personagens, e deu algum destaque a histórias menores para dar densidade a personagens de Ilhéus. O peso da política e das relações amorosas é, tal como no livro, semelhante e equilibrado e, desta forma, conta-nos parte da história moderna do Brasil e da Bahia.

O rigor histórico. Normalmente aqui a Globo acerta, mas em Gabriela é pior que nos filmes medievais de Hollywood dos anos 30 e 40! Que desapontamento... Cloches do tamanho errado, no alto do cocoruto das senhoras, rendas de poliéster, sapatos de salto de 10 cm, vestidos de noiva actuais, decotes demasiado reveladores, tapa-sexo nos fatos das meninas do Bataclã e nudez constante. Quando a nudez é em demasia, demasiado óbvia e constante, torna-se aborrecida e deixa de cumprir a sua função de chocar (as personagens e o público) e de excitar.

A nova Gabriela é mais uma (má) adaptação da Gabriela dos anos 70 onde tiraram quase todo o contexto político e esmeraram-se em mostrar maminhas. Meus amigos, erotismo não é pornografia e infelizmente esta nova Gabriela está mais para pornográfica que para erótica. Não sei porquê, inventaram personagens e linhas narrativas onde não havia necessidade, algumas até descaracterizaram personagens e cortaram pedaços da narrativa que talvez tivessem tido maior relevância e dessem bem para fazer render o peixe, pois não encontro outra explicação para todas estas histórias novas. Esticaram, esticaram pelo meio e depois o final foi demasiado apressado. Muitas das personagens que metiam medo na primeira versão, Coronel Ramiro Bastos, Maria Machadão, Coronel Jesuíno e Coronel Melk, por exemplo, foram reduzidas a figuras ridículas e ridicularizadas, tirando a densidade dramática necessária aos vilões e, portanto, interesse. Trataram quase todas as personagens pelo lado de comédia, sem o realmente fazerem a sério do princípio ao fim, caíndo num lado pitoresco apalhaçado, com o uso exagerado de sotaques, expressões idiomáticas e maneirismos, que infelizmente tem sido cada vez mais presente nas novelas da Globo.

Eu bem disse que Gabriela não deveria ter tido um remake, se há novelas e histórias que ganham com isso, com os novos meios de produção (Ti-ti-ti ou O Astro), há outras, como Gabriela, que para além de imaculadas dependem muito de quem as fez e da época em que foram feitas. É uma pena, se tivessem tido mais cuidado com o elenco, feito uma série mais curta em vez de uma novela, cortado muita da palha e não ficado agarrados a um sucesso de há quase 40 anos, Gabriela poderia ter sido uma nova Gabriela, com conteúdo, emoções e qualidade. Tenho a certeza que daqui a 10-20 anos, quem tiver visto ambas as Gabrielas, vai lembrar-se é da primeira.

Gabriela
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