TV-CHILD É UMA DESIGNAÇÃO QUE SE PODE DAR À MINHA GERAÇÃO, QUE CRESCEU
A VER TV. ESTE BLOG É 90% SOBRE TV, 10% SOBRE OUTRAS COISAS.

28 dezembro 2012

Sol Negro



Se há pessoa televisiva que mudou a minha vida foi Gerry Anderson. Vi pela primeira vez Space: 1999 (Espaço: 1999) com seis anos e fiquei apaixonada. Space: 1999 fez-me adorar ficção-científica, decoração modernista, moda dos anos 60-70 (Rudi Gernreich). Em suma, foi parte fundamental na formação da pessoa  que sou hoje, portanto a morte de Gerry Anderson, embora previsível dado que se encontrava doente há algum tempo, não pode de forma alguma passar em branco neste blog. Mais tarde vi outras séries produzidas por Anderson e, mesmo permanecendo o Space: 1999 a minha preferida (de todas, criadas por Anderson ou não), não me importava nada viver numa das casas dos Thunderbirds.

Deixo a sequência do Black Sun, de Space: 1999, em que Koenig e Bergman atravessam o sol negro numa cena algo mística ou transcendental, talvez seja assim  para Gerry Anderson.

Fanderson

17 dezembro 2012

*súper herói

Esta é do mais triste que há... ARRANJEM UM CORRECTOR ORTOGRÁFICO!! Se não recebem o suficiente para comprar um (não é propriamente software caro) vão a: http://www.flip.pt/FLiP-On-line/Corrector-ortografico-e-sintactico.aspx, é grátis! É limitado mas faz o básico e essencial.

É que... súper herói??? Com tanto acordo ortográfico até a pessoa que nunca errou na vida tem hoje em dia dúvidas existenciais, mas esta é de bradar aos céus. Neste caso, num episódio de Perception, até podia ter sido uma gralha, se o erro não aparecesse DUAS vezes! Pior, segundo a definição abaixo, se a palavra super estiver antes de uma palavra começada por H ou R tem de ser hifenizada: super-herói.

super
súper

24 novembro 2012

8!!!

Nem consigo acreditar que mantenho este blog, o meu primeiro, há OITO anos! Ultimamente tenho andado um bocado sossegada, mas estes últimos 2 anos têm sido de pouca disponibilidade, onde cheguei a ter de controlar as horas de televisão por nem tempo para ver TV ter. De qualquer modo, e com mais 3 blogs, não-sei-quantas redes sociais e pseudo redes sociais e o fim das emissões aéreas de TV desde então, o TV-Child ainda está vivo e recomenda-se!

Ultimamente o meu tempo de televisão tem-se dividido entre a televisão por si própria e pelos visionamentos no computador, pois os canais televisivos ainda não programam as séries mais recentes com a agilidade devida, "obrigando-me" a recorrer a outros meios para as ver . Um excelente exemplo disso é Gossip Girl, actualmente a exibir a 6ª série nos EUA e cá nem sequer a 5ª ainda passou! O mesmo com Doctor Who, se eu fosse esperar pela BBC Entertainment ou pelo Sy-fy apanhava com um monte de spoilers, mesmo que evitasse o tumblr ou o twitter durante meses, e teria de esperar quase um ano ou mais para a ver... Por outro lado tenho estado a ver Downton Abbey na Fox Life, quase em simultâneo com a sua estreia no Reino Unido e apanhei um ou outro episódio de Don't Trust That Bitch in Apartment 23, que adorei e irei ver a eito em breve. Também vi uma série, Jane by Design, por curiosidade. Bonitinha, mas nada mais que mais uma série de adolescentes sem grande coisa a apontar (para variar cancelada com um cliffhanger) e de repente fiquei um bocado agarrada a Castle. Gosto do humor mordaz da série . Para além destas séries vou sempre vendo Criminal Minds, dando um olhinho a The Mentalist, C.S.I, C.S.I NY, às vezes No Reservations (Anthony Bourdain põe-me bem disposta... sempre!), os programas de Jamie Oliver e Nigella Lawson (cabra! ), pondo alguns filmes em dia nas madrugadas da RTP1, Fox Movies, AXN White ou Hollywood e acompanhando as novelas da Globo do momento: Fina Estampa, Gabriela e Avenida Brasil.

Sim, ultimamente até tenho visto bastante televisão, vá lá!

PS - foi há 4 anos que também chegou a minha primeira boneca Blythe, algo que agarrou pelas orelhas parte do meu mundo criativo. Parabéns a ela também!

23 novembro 2012

Já só falta um, Doctor


Hoje o Doctor está mais uma vez de parabéns, 49 aninhos desde An Unearthly Child, o primeiro episódio de Doctor Who a ser exibido, a 23 de Novembro de 1963 na BBC. CONGRATULATIONS!

Por acaso acabei de ver há pouco, não graças às emissões na TV, a primeira metade da sétima série de Doctor Who, com o Eleventh Doctor. Para variar com as séries dirigidas por Steven Moffat, adorei o primeiro episódio (DALEKS! ), adorei a promessa que deixou, mas o resto esmoreceu um bocado. Gostei da introdução de Brian, o pai de Rory (Mark Williams, o actor que fez de Arthur Weasley nos filmes de Harry Potter) mas, apesar do potencial interessante, achei a saída de Amy e Rory um bocado forçada. Não sei, durante quase toda esta metade da série já dava claramente a entender que eles iam acabar por se afastar e depois ter acontecido como aconteceu, pareceu uma tentativa de despedida tipo Ten e Rose, mas sem 1/10 do drama e tensão emocional...

De qualquer modo a nova companheira promete, e muito e estou entusiasmada com o especial de Natal e depois com a segunda metade da série. Espero que a nova companheira refresque o ar na TARDIS .

Doctor Who

26 outubro 2012

Pensar, Professor, pensar...

Francisco Lombardi como Professor Astro/Herculano Quintanilha
Para comemorar os seus 60 anos a TV-Globo resolveu investir em dois remakes de luxo de duas novelas de sucesso: O Astro e Gabriela. Quanto a Gabriela já me pronunciei acerca da escolha no post anterior e hei-de me pronunciar eventualmente quando terminar. Só posso dizer que continuo a concordar com o que disse antes. Levei tempo a comentar O Astro pois queria que a série terminasse (tem consideravelmente menos episódios para considerar uma novela à escala da Globo) e também estava muito atarefada com o mundo real.

Janete Clair é, para mim, uma das grandes autoras de melodrama, junto com o maior ainda Douglas Sirk, mas sempre achei que o formato telenovela e a época em que foram produzidas não fazia justiça ao texto por adicionar demasiado lixo visual e fazer render o peixe. Um remake de luxo, com a condensação da história, poderia ser uma boa aposta e, para mim, n'O Astro foi um sucesso.

Lembro-me razoavelmente bem da primeira versão d'O Astro, com Francisco Cuoco no papel de Professor Herculano Quintanilha e com Tony Ramos na época em que por sabe-se lá porquê era considerado um galã... Acho Tony Ramos um bom actor e gosto particularmente de o ver a fazer comédia, mas galã? Dificilmente... No geral O Astro dos anos 70 era uma novela pirosa, cheia de maneirismos e canastões. A intriga era empolgante, as personagens, embora um pouco exageradas, convincentes, mas a qualidade da produção demasiado datada e colada a uma estética popularucha que facilmente cansa até mesmo o maior fã do kitsch. No geral, muito devido à narrativa e o bom desempenho de alguns actores, acabou sendo uma novela que levou-me a querer vê-la até ao fim, desenrolar toda a intriga, mesmo que o "mocinho", como os brasileiros dizem, não correspondesse de todo à imagem ideal do galã.

O remake tem logo um trunfo, a possibilidade de fazer uma produção mais refinada, com uma realização apurada e sofisticada que a Globo foi aprendendo e conquistando. Nesse aspecto funcionou às mil maravilhas! Os meios de produção e a estética urbano-sofisticada adoptados servem na perfeição a narrativa mega-dramática, cheia de peripécias e acontecimentos marcantes. O ruído visual da novela dos anos 70 acabava por camuflar a narrativa, definitivamente brilhante de Janete Clair. A escolha do elenco foi perfeita, colocaram muitos actores, todos eles muito bons, em personagens atípicas, como Alinne Moraes a fazer Lili, uma rapariga suburbana e pouco erudita, tipo de personagem que acho que nunca fizera antes, ou Marco Ricca, que normalmente faz personagens simples, duras ou boazinhas para o sofisticado vilão Samir Hayalla, ou ainda irem buscar Regina Duarte para fazer uma Clô Hayalla magnífica. As outras escolhas, Rodrigo Lombardi, como Herculano, num desempenho surpreendente, Carolina Ferraz, uma escolha quase óbvia para Amanda, já que Dina Sfat é tão difícil de substituir que nem a filha Bel Kutner tem coragem para lhe calçar os sapatos, Thiago Fragoso, um bom actor com o aspecto físico certo para Márcio Hayalla, suficientemente bonito para ser o galã mas com o ar frágil e sensível de Márcio e o regresso de Daniel Filho, que nos últimos anos se tem dedicado essencialmente à realização, como um excelente e assustador Salomão Hayalla.

Gostei imenso do subterfúgio usado para os encontros de Herculano com Amanda, tornando a relação deles intensa e mística, que, correndo o risco de não funcionar e ficar artificial, teve o resultado oposto e o artificialismo da "transmissão de pensamento" resultou numa empatia muito íntima entre os dois. A meio da série, talvez de forma premeditada, o efeito foi diminuído para no final voltar maior que nunca, enfatizando as fases da relação de ambos e o facto que são destinados um ao outro para todo o sempre.

Todo o lado fantástico da série, as visões de Herculano com o seu mentor Ferragus (Francisco Cuoco), os "encontros" telepáticos de Herculano e Amanda e o ocasional poder mágico de Herculano, foram tão bem doseados e integrados na intriga que me pareceram plausíveis. Gosto quando as novelas da Globo usam tão bem o "suspension of disbelief", coisa que é raro ver bem feito em televisão, muito menos em telenovelas.

A única coisa que me enervou um bocado foi a aparente dificuldade em condensar a história num formato de série. Muitas vezes parecia que acontecimentos chave se sucediam uns aos outros, que as elipses eram mal resolvidas. Um exemplo: num dia Salomão Hayalla é assassinado e aparentemente logo no dia seguinte Clô é cortejada e casa-se com Samir. Essas elipses mal resolvidas fizeram com que as intenções de algumas personagens nunca fossem muito claras, pois pareciam demasiado volúveis. Senti isso com Clô, com Amanda, com Márcio, Lili e Valéria. Também houve poucas pausas narrativas e as pausas e silêncios são extremamente importantes para o ritmo de uma narrativa.

Gostei muito de ver este Astro e gosto de pensar que Janete Clair iria gostar também. Só tive realmente pena de nunca ter ouvido a frase: "Pensar, Professor, pensar..." por Valéria, a assistente de palco do Professor Astro.

O Astro

13 junho 2012

Oh não, remakes!

Acabei de saber que ainda este mês estreia no Brasil um remake da novela Gabriela, adaptada do livro de Jorge Amado e um clássico televisivo.

Em geral sou contra remakes, o que não significa que não dê o braço a torcer e admita que nalguns casos valeu a pena. Um deles foi outra novela, a Ti Ti Ti. Mas se em Ti Ti Ti a novela beneficiou com a actualização, a Gabriela dos anos 70 é uma novela perfeita.

A razão porque sou contra remakes, sejam eles televisivos ou em cinema, é porque com o hype que se cria à volta do novo produto, nestes tempos de divulgação a 100 à hora, a obra original perde-se e cai muitas vezes no esquecimento. Aconteceu por exemplo com O Sítio do Picapau Amarelo, cuja versão dos anos 70/80 era claramente superior à dos anos 2000, com o filme The Thing, de que só se fala da versão de John Carpenter, a Guerra dos Mundos, The Haunting (o meu filme de terror preferido), cujo remake é medíocre apesar dos bons actores, e muitos outros remakes de filmes de culto série B, quem nem uma miserável edição em DVD mereceram após terem sido sobrepostos pelos remakes. Outra razão é que infelizmente na grande maioria dos casos os remakes ficam aquém dos originais, muitas vezes perdem em história, ganham em exagero de efeitos especiais e maus actores contratados porque são vedetas.

Em Gabriela, que revi há poucos anos em cor gloriosa e não perdi um episódio, tudo é perfeito: a história, o modo como está dividida entre os episódios, o número de episódios que não é exagerado, a ausência de "palha", os actores, muitos deles actualmente grandes veteranos com imenso sucesso, a fotografia, a banda-sonora, os figurinos, as piadas, tudo!

É mais que óbvio que vou ver se estrear, provavelmente vai, em Portugal, mas vou ter saudades da Sónia Braga, da Dina Sfat, do Armando Bogus, da Elisabeth Savalla (ai a Malvina!), do Paulo Gracindo, do Fúlvio Stefanini (o Tonico Bastos) e tantos outros actores, um casting perfeito para os seus papéis. Gabriela é uma novela tão bem feita que não envelheceu, tão bem escrita que quase 40 anos depois uma pessoa ainda se empolga com o decorrer dos episódios, mesmo sabendo o que vai acontecer, tão bem encenada que não sentimos nos actores maneirismos artificiais ou datados. Não duvido que esta versão seja uma produção cuidada, a Globo raramente falha nesses parâmetros, mas o modo como as novelas se produzem actualmente tira a coesão e uma certa pureza que tinha a produção dos anos 70, faz render o peixe e valoriza aspectos pouco importantes por razões exteriores à narrativa.

A grande diferença de ver a versão dos anos 70, a primeiríssima novela brasileira a estrear em Portugal, que foi descobrir uma máquina de produção magnífica, ainda por cima na nossa língua. Rever a novela foi redescobrir actores, que entretanto se tornaram caras conhecidas e perceber que merecem o sucesso obtido, foi perceber que a novela tem excelente qualidade, é, de certa forma, intocável. Ver esta nova versão vai ser inevitavelmente decepcionante, seja porque as expectativas são muito altas, seja porque se embirra com determinado actor, a comparação será sempre injusta e dificilmente, por melhor que esta adaptação seja, chegará aos calcanhares da anterior.

Gabriela - TV Globo

09 junho 2012

Crónica Marciana


Ray Bradbury, o escritor de ficção-científica que me viciou em ficção-científica deixou-nos há uns dias.

Ray Bradbury não é apenas importante como escritor, mas também pela sua contribuição para cinema e televisão. Nas décadas de 50 e 60 era comum autores de ficção-científica contribuírem com contos ou adaptações para as inúmeras séries de TV de ficção-cientifica existentes, tais como Hitchcock Presents ou  Twilight Zone, onde Bradbury foi dos mais prolíficos. Foi quando tinha acabado de ler As Crónicas Marcianas (The Martian Cronicles, edição da Caminho Ficção-Científica) que me apercebi disso, pois repunha na RTP2 a Quinta Dimensão. Era muito nova para ter visto a série quando estreou, mas já era adolescente quando repôs e a engolir ficção-científica aos magotes. Naturalmente que reconheci diversas vezes autores das histórias da Twilight Zone, entre eles o meu preferido de então, Ray Bradbury.

Alguns anos mais tarde estreou, acho que na RTP1, o Ray Bradbury Theater, onde o próprio adaptava e apresentava cada episódio. Nessa altura já era o seu nome que me levava a ver a série. Anos antes, antes de saber quem era esse autor chamado Ray Bradbury, vi o filme de François Truffaut, Fahrenheit 451, adaptado de um livro de Bradbury com o mesmo nome, que me impressionou muito. Até hoje e infelizmente ainda não li o livro.

São inúmeras as adaptações a TV e cinema, não vou sequer enumerar as que vi, mas é de salientar a enorme importância que Bradbury teve no desenvolvimento e popularização da ficção-científica a sério nestes meios. Para mim, mesmo sendo fã incondicional da ficção-científica em qualquer meio, é na literatura que o género se revela no seu melhor e foi com literatura de ficção-científica que cresci a ler.

Sr. Bradbury, tiveste uma vida muito rica, partilhaste-a com o mundo inteiro, foste uma das grandes influências desta modesta blogger. Espero que te divirtas na Cidade Fantástica.

Ray Bradbury

09 abril 2012

O mistério de Downton Abbey


A SIC foi elogiada pelo jornal Público por finalmente apostar em séries de qualidade ao anunciar a exibição de Downton Abbey. Creio que a maioria dos espectadores portugueses se perguntou intrigada porque não na RTP2, o canal que em geral passa este tipo de séries.

Pois a SIC claramente nunca soube o que tinha em mãos, comprovou-o com uma sucessão de erros:
- estreou a série cerca da meia-noite coisa que, por exemplo,  para a minha mãe, que adora este tipo de séries, foi um sacrifício;
- anunciou pouco Downton Abbey, uma das séries mais elogiadas no mundo;
- anunciou a série, como "as divertidas intrigas de Downton Abbey", qual é a parte da palavra drama que eles não percebem?;
- rapidamente passou Downton Abbey para a 1h da manhã, cujos episódios têm mais que uma hora e é uma série curta, de 7 episódios.

O que é realmente uma pena!

Downton Abbey fez renascer um tipo de séries muito popular nos anos 70 e 80 a que em geral se chamavam as "séries da BBC" em Portugal. Séries essas, A Família Bellamy (Upstairs Downstairs), Reviver o Passado em Brideshead (Brideshead Revisited), entre outras, que marcaram para sempre o público de então. Produções de época que abrangem a Era Victoriana até à II Guerra Mundial, de um rigor histórico sem igual, que pontuavam entre a intriga do dia-a-dia e escândalos sociais até questões mais sérias como ambas as Guerras Mundiais ou grandes mudanças sociais. Estas séries revelaram imensos actores britânicos, agora sobejamente conhecidos tais como Jeremy Irons ou mesmo a Dowager Countess de Downton Abbey, Dame Maggie Smith, mais conhecida como Professor McGonagall de Harry Potter.

Isto tudo leva-me a acolher de braços abertos Downton Abbey, torcer pelo Mr. Bates, pelo Cousin Matthew, achar Daisy deliciosa, rir-me com as magníficas deixas da Dowager Countess e deleitar-me com todos aqueles rituais de um mundo que já não existe prestes a enfrentar mudanças sem volta. Como sempre, apesar de ser produzida pela ITV e não pela BBC, a produção é sem mácula, o guarda-roupa impressionante, a história viciante e o desempenho dos actores intocável.

Felizmente que actualmente já não se tem de depender de canais a meia-haste como a SIC para ver estas maravilhas da televisão de forma legal e consegui gravar a 2ª série na FOX Life da qual já vi 5 episódios desde sábado. A única transição da primeira para a segunda série é o rebentamento da I Guerra Mundial, de resto podia ser tudo uma única série pois claramente foram planeadas como um todo.

Downton Abbey

26 março 2012

Robert Fuest & Moebius

Soube por portas travessas, através deste post: Brontë Blog: Robert Fuest. In Memoriam, que infelizmente Robert Fuest morreu.

O nome pode ser um tanto obscuro, mas trata-se do relizador de alguns dos filmes com Vincent Price que mais me marcaram, The Abominable Dr. Phibes e Dr. Phibes Rises Again. O que eu não sabia e soube através do post acima, é que Robert Fuest também assina uma adaptação dos anos 70 do meu livro preferido, Wuthering Heights. Tendo em conta a ambiência e o estilo barroco anos 60 dos Dr. Phibes, a realização algo psicadélica e as críticas citadas no post do Brontë Blog, que provavelmente dão uma adaptação no mínimo insólita do livro, é um filme completamente A VER!

IMDb - Robert Fuest

Fica também a pena pela perda de Moebius, Jean Giraud, o conhecido e excelente autor francês de banda desenhada que também muito contribuiu para o cinema.

Wikipedia - Moebius

08 março 2012

5 gajos bons 2012

Ui, quase que me ia esquecendo!!! Mas não, os gajos bons da TV continuam a ser escrutinados no dia da mulher. Este ano volta a não haver 5ª posição. Não queria repetir séries, nas séries novas há poucos gajos que se qualifiquem, apesar de haver bastantes candidatos, e, apesar de achar que o C.S.I. NY tem a melhor média de gajos bons, pelo menos nos C.S.I.s, não queria repetir mais um.

1. David Tennant
Sim, Doctor Who continua a dar na BBC Entertainment, portanto, cá está ele. Este ano decidi colocar uma foto de como o vi pela primeira vez: quando o Doctor regenerou e eu comentei: "Mmm, este é giro!"



2. Gary Sinise
Sim, mais um repetente. Estou a gostar bastante dele como Mac Taylor nas novas séries de C.S.I. NY, especialmente da relação com Sela Ward (Jo), que também adoro (tanto a actriz como a personagem)! E sim, Gary Sinise fica melhor sério ou com aquele meio sorriso matreiro.

3. Mateus Solano
Já lhe tinha achado (muita) piada na novela Viver a Vida, como os gémeos Miguel e Jorge. Confesso que gosto mais dele com um ar desmazelado, portanto, apesar de o seu Ícaro em Morde e Assopra ter recebido um make over, a foto é da sua fase anterior de cientista louco.

4. Fernando Roncato
Renato, o enfermeiro de Alice em Morde e Assopra, chegou para trazer um rival para Guilherme e love interest para Alice. Mas sinceramente acho-o muitíssimo melhor actor que o rapaz que faz de Guilherme, que parece um autómato, e ainda por cima é muito mais giro! Mas eles lá sabem e aparentemente o final de Alice é previsivelmente ao lado de Guilherme e não de Renato. Tinham de ter a sua história de redenção... dupla.

5. ?
Pois é, este ano voltei a ficar indecisa quanto à quinta posição. Nas séries que ando a ver, os C.S.I.s, Criminal Minds, Once Upon a Time, Downton Abbey e as novelas da Globo, há vários candidatos, mas nenhum me deixa verdadeiramente babada. Portanto optei por não colocar ninguém na 5ª posição.

27 fevereiro 2012

84 Oscars - A Amnésia

 

Este ano não me apressei em comentar os Oscars por vários factores, mas essencialmente pelo desinteresse crescente desta cerimónia que, apesar de tudo, ainda gosto de assistir.

Nos últimos anos cada vez tenho menos disponibilidade de tempo e finanças para ver os filmes candidatos e este ano apenas tinha visto um: Midnight in Paris de Woody Allen, que naturalmente venceu a categoria de Argumento Original. Sacrilégio seria Woody Allen candidatar-se a esta categoria, não ganhar e aparecer em Los Angeles. Aqui começa a ausência de surpresas...

Os premiados foram aparentemente merecidos e pacíficos, não houve discursos polémicos, nem muitos agradecimentos a Deus ou à mãe. A Melhor Actriz Secundária, Octavia Spencer, fez a choradeira da noite, o Melhor Actor, o francês Jean Dujardin, o discurso emocionado/trapalhão e lá decorreu a cerimónia. Billy Crystal foi apagado, a sua performance de abertura foi uma sombra de anos anteriores e nem sequer houve piadas engraçadas para as celebridades no público. Tudo demasiado previsível. Cada vez mais o lado espectáculo é reduzido, as entregas de prémios múltiplas e apenas houve a participação especial do Cirque du Soleil. A GAFFE gigantesca do ano foi no In Memoriam terem-se esquecido de Eiko Ishioka, falecida há menos de um mês e vencedora de um Oscar pelo Guarda-Roupa de Bram Stoker's Dracula, de Francis Ford Coppola e nomeada por mais uns tantos. Por mais imperdoável que seja o esquecimento de Farrah Fawcett no ano passado, o de Eiko é bem pior, pois tinha sido galardoada e a sua morte está fresca na memória. Mesmo que só contem as mortes de 2011 é estúpido, pois os Oscars não são propriamente a 1 de Janeiro.

Na passadeira vermelha, o que realmente interessa, viram-se os vestidos deslumbrantes habituais com algum destaque para Angelina Jolie, com o meu vestido preferido da noite, ou Gwyneth Paltrow, com uma capinha que para além de resguardar da aragem ficava fabulosa num vestido despojado e poucos acessórios. Natalie Portman foi leve e elegante, Jennifer Lopez envergou um vestido que se não tivesse aquelas mangas seria perfeito, Penelope Cruz levou um vestido diáfano azul e cortou o cabelo (!), Glenn Close estava estupenda num  vestido verde escuro fabuloso e Rose Byrne estava quase irreconhecível num simples mas deslumbrante vestido tubo assimétrico em lantejoulas pretas. Viram-se bastantes braceletes largas como acessórios, cabelos soltos, alguns curtos ou apanhados em carrapito e os designers de sempre nestas andanças. Nos homens, Christopher Plummer, com ar fresco que nem uma alface em veludo (ahhh, homens de veludo!) e Sascha Baron Cohen que apareceu vestido de Dictator, personagem do seu último filme, rodeado de "dictatorettes" e que deixou cair as cinzas de Kim-Jong II em cima de Ryan Seacrest, apresentador de American Idol, na passadeira vermelha.

Este ano o espectáculo foi fora e antes da cerimónia propriamente dita, mas Sascha Baron Cohen ARRASOU!

Oscar.com

27 janeiro 2012

EIKO


A visão de Sally a descer a escadaria naquele magnífico vestido de noiva em renda, totalmente historicamente incorrecto para um século XIX victoriano, em Bram Soker's Dracula de Francis Ford Coppola, ficou marcada na minha memória até aos dias de hoje.

Conheci o trabalho de Eiko Ishioka a partir desse filme, onde ela oscila entre figurinos de época, historicamente correctos, exuberantes para o dia-a-dia e um misto medieval, renascentista, oriental (as sedas, as sedas!) e puramente fantasia da sua cabeça para o mundo de Drácula. Outros dois fatos que me marcaram desse filme foram o roupão do Drácula velho, de uma seda carmesim a lembrar-nos constantemente que se trata do maior sugador de sangue de sempre e, claro, a armadura muscular que Drácula usa enquanto Vlad Tepes.

Mais tarde Eiko Ishioka iniciou uma colaboração com Tarsem Singh, que durou quatro filmes e que foi cruelmente interrompida pela sua morte. A estética alegórica de Tarsem, liga na perfeição com a exuberância de Eiko. The Cell, o primeiro filme de Tarsem, divide-se entre um mundo real cinzento e sóbrio e um mundo psíquico que passa do erótico sado-masoquista barroco e sombrio do vilão à luz e beleza natural com um pouco de inspiração latino-americana da psicóloga interpretada por Jennifer Lopez. Em The Fall a colaboração de ambos antingiu uma simbiose quase perfeita onde havendo também a separação mundo real/mundo fantasia, o contraste é menor, reforçando mistura que a miúda vai fazendo entre realidade e ficção.

Ainda não vi os dois últimos, Immortals e Mirror Mirror, mas pelas sinopses e imagens que já vi, sei que me vou deleitar com ambos e lamentar a enorme perda que é Eiko Ishioka e o vazio criativo que deixa ao mundo. Felizmente Eiko deixou-nos uma obra bastante vasta e variada, só nos resta disfrutar dela o melhor que conseguirmos. É o que pretendo fazer!

Eiko Ishioka, Multifaceted Designer and Oscar Winner, Dies at 73 - NY Times

24 janeiro 2012

*anos 20

O programa What Not to Wear americano, do TLC, é insuportável, pois põe toda a gente a vestir-se da mesma maneira (iiik! a Stacy é do mais irritante que há), mas as traduções costumam meter mais os pés pelas mãos que as vítimas do programa!

Uma rapariga descrevia o seu estilo como hippie-ish vintage, que foi traduzido como hippie anos 20... será que o tradutor achou que vintage, palavra bastante utilizada para designar uma qualidade do vinho do Porto, era uma variante da palavra vinte? Será que não reparou que a rapariga estava a falar inglês?

vintage
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