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12 setembro 2007

Loja das Meias



Ontem apercebi-me (infelizmente tarde demais) que a emblemática Loja das Meias do Rossio tem hoje o seu último dia de vida.

Há coisas que não se percebem, esta loja era a sede da marca, o seu logotipo é a praça do Rossio, tinha mais de 100 anos de actividade no mesmo local, é uma das lojas mais simbólicas da Baixa e de Lisboa, senão também Portugal, aparece no filme On Her Majesty's Secret Service (007 ao serviço de Sua Mejestade) e, aparentemente por razões económicas, os donos resolvem fechá-la para abrir novas lojas no estrangeiro. Por mais que seja defensora de exportar o que é nosso, nunca em detrimento do pouco e muito bom que ainda há cá.

Em notícias que li, os donos alegam que a vida na Baixa foi morrendo depois do incêndio do Chiado (verdade, mas que tem sido revertida) e que já não se justifica manter lá uma loja desta dimensão. Tretas, digo eu! A Loja das Meias do Rossio ainda se manteve mais de 10 anos sem alegar recessão, logo agora que finalmente temos uma Baixa que, a custo, se tenta reerguer é que a loja, símbolo máximo do comércio no local, fecha??? Realmente a Baixa nunca recuperou o bulício de antigamente, mas recuperou algum, nem a Loja das Meias dificilmente voltaria a ser o que me lembro de ser nos anos 70, cujos famosos saldos pareciam tirados de uma cena de banda desenhada, com o mulherio a lutar por uma peça de roupa que tinha de imprescindivelmente ter, mesmo que não lhe servisse. Mas a partir dos anos 90 com a diversificação do comércio e a abertura (finalmente) de marcas de prestígio internacionais justamente na zona, a justificação dos donos da Loja das Meias não faz sentido algum. O volume de vendas de uma loja como esta, naturalmente que decresce, mas também tem a ganhar com a concorrência saudável.

A primeira coisa que me veio à cabeça quando me apercebi foi: "se até a Loja das Meias fecha, é desta que a Baixa morre de vez!". Ao longo dos últimos 10 anos, tenho vindo a ver as grandes capelinhas da Baixa fechar, entre elas algumas lojas que davam vida e carisma às ruas e comércio local, sem elas outras lojas de ramos semelhantes tiveram e têm dificuldade em sobreviver, apenas lhes resta fechar as portas. A Baixa é o sítio onde ainda se encontram tesouros que tendem a entrar em extinção. E o que vai ser da loja? Uma megastore de chineses?

Visto isto tudo, a mim parece-me que o que falta à Baixa é uma estratégia de animação e comercio, pois à medida que lojas de qualidade e davam boa fama como o Celeiro (não o de dieta), a Loja das Meias, o Castelo Branco, etc. vêm a ser substituídos por comércio de qualidade inferior, a única coisa que sucede é o prestígio da Baixa, ter deixado de existir e dado lugar a um ambiente inseguro e chunga sem lojas diferentes com artigos que não se encontram em mais parte nenhuma. Fala-se muito na defesa do comércio tradicional mas, uma vez que num sábado à tarde até os cafés da baixa estão fechados, como esperam eles fazer negócio? Uma vez que, principalmente no verão, os cafés mais tradicionais e antigos da Baixa já estão fechados uns às 19h outros às 20h, como esperam manter uma dinâmica comercial e sacar dinheiro ao turista ou ao Lisboeta com necessidade de petiscar algo antes de um espectáculo?

Sem o apoio dos grandes antigos comerciantes da Baixa, é claro que os pequeninos não conseguem sobreviver.

08 setembro 2007

MOTELx


Como gosto desde sempre de filmes de terror, o meu realizador e escritor preferidos são ambos especialistas na matéria, lá fui eu testar o MOTELx.

Como em todos os festivais há secções diferentes, a série Masters of Horror, os filmes de Guillermo del Toro, os filmes de Ivan Cardoso, os documentários e as curtas. Apesar de algumas boas escolhas, o festival é, no geral, muito desequilibrado, dependendo, quase na totalidade da série Masters of Horror para preencher a programação menos vista em Portugal. De resto, foi interessante trazer Ivan Cardoso e a sua cinematografia, pois para além de virtualmente desconhecida do grande público é, no mínimo, invulgar.

Aproveitei para ver mais alguns filmes de um dos meus preferidos, Dario Argento, voltei a chegar à conclusão de que detesto Carpenter (acho os filmes dele cheios de clichés, com histórias pouco interessantes e mal desenvolvidas e, o pior de tudo, nem sequer me pregam um sustozinho aqui e ali), ver alguns dos filmes de Guillermo del Toro e o que mais viesse à rede. Senti a falta de alguns grandes como David Cronenberg, Roger Corman, e alguns clássicos, mas em 5 dias não seria fácil, por isso compreendo.

Tenho pena de, mesmo num festival do género, à grande excepção de Ivan Cardoso, os filmes de terror ainda pertencerem a um universo quase exclusivamente norte-americano (os meninos do CTLX já tinham demonstrado na sessão de Dog Soldiers que na Europa também se faz muito bom cinema de terror) ou então a nova moda do cinema oriental, de que of estival apresenta apenas um exemplo do já muito conhecido Takashi Miike. Com o apoio do Cinedie Ásia é mesmo uma pena que não se vejam filmes de outros realizadores menos exibidos em Portugal (como por exemplo Kiyoshi Kurosawa) ou outros menos conhecidos.

Também é pena haver algumas falhas quase imperdoáveis como a, que já se começa a tornar clássica, de projectarem os vídeos no formato errado, ou seja, esticadinhos, trocas de sessões (acontece), falhas na informação ou atrasos sem uma explicação a quem está à espera.

As duas exposições são interessantes, mas sabem a pouco, os objectos exibidos também são interessantes, mas talvez devessem estar identificados (por filme, etc.) e haver uma explicação de que não são originais, mas sim réplicas para venda. Gostei da decoração do espaço (mobília antiga, objectos com sangue, etc.), podiam ter abusado mais.


MOTELx

06 setembro 2007

Tenor de peso

Depois do post sobre a Divine, parece coincidência a mais... (eu sei que a comparação é estranha, mas...)

Lá se foi o Pavarotti, que já andava a ameaçá-las há tempo. Nunca fui grande fã dele, mas a sua importância na divulgação e uma certa popularização da ópera é fundamental. Claro que a sua presença televisiva era muito frequente, seja nos especiais dos 3 Tenores ou seja nos inúmeros programas, recitais, eventos, encenações televisivas de ópera em que participou.

Era presença frequente nas nossas televisões (em especial a RTP2), vai fazer falta.

04 setembro 2007

Divina laca

A propósito da estreia do remake do remake de Hairspray, de John Waters, e de estar a falar de drag queens famosas com um colega de trabalho, lembrei-me de como adorava este clip da minha preferida, mas também a mais sórdida, de todas: Divine.


Divine - Walk Like a Man

Apenas recomendo a quem se entusiasmar com o novo Hairspray, que veja o original, que de blockbuster não tem nada e de subversivo e kitsch tem tudo!
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