TV-CHILD É UMA DESIGNAÇÃO QUE SE PODE DAR À MINHA GERAÇÃO, QUE CRESCEU
A VER TV. ESTE BLOG É 90% SOBRE TV, 10% SOBRE OUTRAS COISAS.

17 julho 2005

Golden Globe Awards

Vi, pela primeira vez, a transmissão dos Golden Globe Awards na RTP1 e fiquei com uma agradável sensação de simpatia pela cerimónia.

Ao contrário dos Oscars, que dividem as cetegorias por função/profissão dentro de uma equipa técnica e artística de um filme, os Golden Globes dividem as suas categorias por géneros e não fazem distinção entre televisão, telefilmes ou cinema, o que hoje-em-dia é pertinente.

Quanto à cerimónia em si, é bem mais simpática que os Oscars. É mais intimista, pois a sala é mais pequena e dá a sensação que as únicas pessoas que estão a assistir são os nomeados nas diversas cetegorias e que não há, para além da ocasional esposa, marido ou mãe, uma grande quantidade de anónimos. Outro aspecto simpático é os convidados estarem sentados em mesas redondas e não em cadeiras em filas. Dá um ar de quem está ali para se divertir um pouco e não só para apanhar uma seca de não-sei-quantas horas a ver os outros a ser galardoados. Mais ainda: os discursos não têm limite de tempo o que nos permitiu, na cerimónia a que assisti, ver Robin Williams no seu melhor, que é o improviso, durante quase 10 minutos! Também não há números musicais ou afins pelo meio, que antigamente eram o forte dos Oscars, mas que entretanto perderam a graça, a cerimónia decorre a um ritmo mais fluido, sem secas.

Para além disso, as vestimentas, principalmente das mulheres, têm a tendência de continuar a ser glamourosas (como manda o figurino) mas um pouco menos formais e barrocas que nos Oscars.

Acho que, em termos de cerimónias de entrega de prémios os Golden Globe Awards venceram!

http://www.hfpa.org/

14 julho 2005

História da minha TV


Era uma vez, nos anos 60, uma televisão SONY, portátil, que vivia numa loja algures no Oriente. Um belo dia, um engenheiro português, em viagem de trabalho, achou-lhe graça. Como não tinha televisão comprou-a, pois era fácil de transportar no avião.

Essa televisão foi a única televisão existente no meu dia-a-dia durante os meus primeiros 10-11 anos de vida. É a preto e branco (ainda nem se sonhava com TV a cores) e só sintoniza a banda de VHF, o que queria dizer que só se podia ver a RTP1, a RTP2 era na banda UHF. O aparelho tem cerca de 30x20x35cm. O botão grande serve para buscar os canais onde eu e o meu irmão buscávamos incessantemente, sempre na esperança de vermos a RTP2, mesmo que em fantasma, esperança essa em vão, não havia hipótese! O interruptor é igual a um interruptor da luz, ao lado do grande, e os outros botões eram o contraste, brilho, etc. Todo o design é similar ao design de um rádio portátil, a antena, o pézinho, a asa...

Os nossos amigos, vizinhos e alguns familiares surpreendiam-se sempre com o tamanho diminuto da nossa TV e perguntavam-nos como conseguiamos ler as legendas. "Uma questão de hábito", respondíamos Uma certa altura partiu-se a pontinha da antena, semelhante a uma antena de rádio, mas ela continuou a funcionar lindamente. Mais tarde fundiu-se um fusível, mas foi substituído e ela ainda funciona!

Esta foi provávelmente uma das primeiras TV's portáteis e da SONY em Portugal e está guardadinha para um dia eu a herdar (está prometida!).

Há uns 4 ou 5 anos encontrei esta foto na net, modelo igualzinho à minha TV, com a pequena diferença que a minha tem o painel da frente preto e não branco. Deixei ficar o nome do autor da foto na imagem, afinal não fui eu quem a tirou. Mais ou menos por acaso veio-me há poucos dias à cabeça que tinha cá essa foto, nada mais adequado para um blog chamado TV-Child, portanto a minha foto está oficialmente mudada!

11 julho 2005

Cinefilia no feminino

Como cinéfila que sou adorei na emissão desta semana do Saia Justa ver e ouvir as meninas falar de frases famosas de filmes. O que mais me encantou foi ver que a escolha tanto de frases como de filmes foi inteligente e pouco agarrada a clichés. Márcia Tiburi escolheu "O Gatopardo" de Visconti, Mônica Waldvogel escolheu "Some Like It Hot" de Billy Wilder, Luana Piovani escolheu [ups, sinceramente não me lembro] e Betty Lago escolheu "Exterminador Implacável II". O resto das "lines" que passaram, foram baseadas numa escolha/eleição das melhores "lines" de sempre do cinema feita por um organismo em Hollywood, e passaram algumas das minhas preferidas como "Frankly, my dear, I don't give a damn!" de Rhett Butler a Scarlett O'Hara em "Gone With the Wind".

A escolha das meninas e alguns dos outros filmes de que falaram (Alien, Blade Runner) apresenta uma excelente lição a quem faz as escolhas de programação para o canal SIC-Mulher, onde só passam filmes lamechas, programas chatinhos ou melosos e se vêm poucos cérebros a funcionar. As mulheres não vivem num universo cor-de-rosa em que as únicas preocupações para além das óbvias (não vou dizer) são questões sociais ou afins. Nós também gostamos de divertimento fútil, de piadas idiotas, de "ajavardar" e de coisas ditas mais masculinas como filmes de acção e ficção-científica. Não há uma televisão "mais feminina" ou "mais masculina" o que queremos é opção de escolha e, sinceramente, haver necessidade de um canal chamado SIC-Mulher é tão deprimente com haver necessidade de haver um dia da mulher...

http://globosat.globo.com/gnt/

GNT
5ª, 16:30
2ª, 13:30

Ad? Aid? Eight?

Tenho pouco a dizer sobre a emissão do Live Eight (8), vi muito pouquinho. A emissão foi confusa e pouco publicitada. O que me apercebi foi que, ao longo do dia, ia saltitar de canal em canal, começando na RTP1 (parte que vi) transitando depois entre a 2: e a RTP-N.

A coroa de glória da nossa emissão do Live Eight foi a dificuldade de Margarida Pinto Correia em pronunciar as palavras "aid" [eid] e "eight" [eit] em inglês, pronunciando em vez disso, respectivamente, "ad" [ad] e "aid" [eid]. Talvez tivesse sido boa ideia ensaiar um pouquinho de véspera, porque "Live Ad"(?) que eu saiba não faz parte dos planos de Bob Geldof e "Live Aid" já lá vai há 20 anos.

Apesar de detestar Elton John percebi, pela emissão do seu concerto, que a emissão não foi integral, sendo a escolha dos segmentos a mostrar, única e exclusivamente feita pela produção ou apresentadores portugueses, o que, a meu ver é pena. Mas como os dinheiros de edição em DVD irão na mesma para a causa da fome em África, eu perdoo.

Foi com prazer e alguma nostalgia que vi o concerto dos Duran Duran, banda que me marcou e marcou a minha geração, principalmente porque não pude ver o recente concerto que deram em Lisboa. Estão em boa forma e recomendam-se!

Só espero ter possibilidade de ver pelo menos parte dos concertos das outras bandas de que gosto e que participaram.
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