Ao chegar à bilheteira da exposição de Star Wars (a qual eu TINHA de ver) vi que havia desconto até aos 7 anos de idade ao que perguntei: "e nós os fãs de pedra e cal, desde os anos 70, que estamos fartos de dar dinheirinho ao George Lucas?". Mal sabia eu quão sábia e premonitória era esta pergunta...
Mesmo que fosse de graça, a exposição está mal montada, os objectos/obras em exposição vêm-se muito mal, não existe uma ordem lógica para expor os objectos e há excesso de objectos dos 3 filmes mais recentes (Episode I, II e III) em detrimento de memorabilia fundamental na saga, em especial dos 3 primeiros filmes (Episode IV, V e VI). Millenium Falcon: nem um cheirinho, Star Destroyers: apenas uma torre, Death Star: apenas um holograma de uma empresa (aparentemente portuguesa) de meios de publicidade, sabre laser: só o de Darth Maul e muito mais faltas...
Uma das coisas que mais me entusiasmou ver (se é que se pode chamar ver ao que aconteceu) foram dois exemplos de matte paintings expostos, mas ambos estão TÃO mal iluminados que um deles práticamente não se vê. Passo a explicar: matte paintings são umas pinturas, feitas inteiramente à mão, com técnicas especiais, que se usam como cenários, como por exemplo o poço onde Luke Skywalker fica pendurado em Império Contra-Ataca, com uma pequena área pintada de preto onde a acção, filmada em escala real com os actores numa réplica desse pedaço de cenário, é posteriormente sobreposta opticamente (hoje-em-dia são feitos essencialmente em 3D). Este trabalho é altamente especializado, e a saga Star Wars foi responsável por alguns dos melhores matte paintings da história do cinema e os profissionais que trabalham nesta área são e sempre foram raros. É realmente um crime que duas obras de arte que são aquelas pinturas sejam tão menosprezadas em tal exposição.
Mas se fosse apenas isso... infelizmente quase todos os objectos encontravam-se iluminados em contra-luz (muito provávelmente para evitar que sejam tiradas fotografias decentes - preferia que fossem proibidas fotografias mas as coisas se vissem como deve ser), o que faz com que nem ao vivo seja possível vê-los em condições. Infelizmente também muitos dos modelos/maquetes só podiam ser vistos de um ou 2 ângulos, em particular todas as peças de guarda-roupa que se encontravam em vitrines, onde não se podiam ver as costas ou certo tipo de pormenores.
Mais infelizmente ainda, para além da fraca qualidade dos textos originais ainda temos que apanhar com traduções feitas em cima do joelho, quem sabe se não num tradutor automático, tipo babelfish. Felizmente que a versão em inglês também lá estava, onde cotton swabs são cotonetes e não tufos de algodão...
Mesmo assim, apesar de a relação qualidade-preço ser desequilibrada, é daquelas oportunidades únicas e para ver aquelas peças decentemente só muito provávelmente num museu no Skywalker Ranch ou coisa parecida.
Há 9 anos
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