TV-CHILD É UMA DESIGNAÇÃO QUE SE PODE DAR À MINHA GERAÇÃO, QUE CRESCEU
A VER TV. ESTE BLOG É 90% SOBRE TV, 10% SOBRE OUTRAS COISAS.

12 fevereiro 2008

Futilidades frescas

Começar a ver Gossip Girl deu-me a mesma sensação que começar a ver Beverly Hills 90210 há valentes anos atrás. Ver uma série que é politicamente incorrecta, baseada nas vidas de gente branca cheia de papel e futilidades, é, no mínimo refrescante. Não que eu seja racista, não me considero uma pessoa racista, mas gosto do lado transgressor e glamouroso da futilidade. Ah, esperem! Há uma negra, uma oriental e uma latina, deve ser para cumprir as exigências da lei... Mas Gossip Girl é melhor que Beverly Hills. É melhor porque não é produzida por Aaron Spelling, é melhor porque dentro de tanta futilidade temos pessoas reais, nem boas nem más, é melhor porque se passa em Nova Iorque e é melhor porque esta é uma verdadeira upperclass e não apenas gente com dinheiro.

O episódio de ontem fez-me relembrar quando vi um dos primeiros episódios de Beverly Hills e passou a música-pop-psicadélico-do-momento:
Betty Boo (não confundir com a personagem do desenho animado Betty Boop). Relembrei-me pois na fabulosa festa clandestina na piscina do colégio, de repente começam a passar LCD Soundsystem e ainda por cima a minha música preferida. Mas até nisso Gossip Girl é melhor, Betty Boo era apenas engraçada, com videos muito kitsch mas LCD Soundsystem é muitíssimo mais do que isso, é uma das melhores bandas do momento e já tem mais do que um êxito.

Para além de tudo isto, ligação de todo o universo ser feita através de um blog de coscuvilhice, que toda a gente envolvida lê e cuja autora permanece incógnita é bem pensada. Permite uma narração externa facilmente integrada na narrativa (há coisas que seria impossível a Gossip Girl saber, mas que são narradas) e usar os telemóveis luxuosos (mais do que a internet) como mais um veículo de comunicação e fonte de mal-entendidos.

Claro que temos ricos-bons, ricos-maus, ricos-mais-ou-menos, menos-ricos-(não se pode dizer que são pobres, só não são assim tão ricos)-bons, menos-ricos-maus, etc. Mas a história é suficientemente bem escrita, episódio a episódio, para nos deixar com aquela pontinha de curiosidade sobre o que mais irá acontecer.

E bem, temos um guarda-roupa cheio de estilo (não há uma única pessoa mal vestida), mansões, apartamentos, o colégio e hotéis fabulosos, para não mencionar o filme-fetiche de Blair (a pobre menina rica) ser um dos meus favoritos: Breakfast at Tiffany's (cuja fachada já vimos na série).

Gossip Girl

0 zappings:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

false

false