Confesso que estava desejosa de postar novamente para "limpar" a aura MJ, mas infelizmente é novamente por um motivo triste: hoje foi a vez de Pina Bausch nos deixar.
Não foi das participações televisivas mais evidentes, mas a RTP2 ainda passou com uma certa regularidade muitos dos seus bailados filmados, que são muito mais que meros bailados, são performances que apelam a todos os sentidos, dignos trabalhos cinematográficos, que felizmente a imortalizam no seu melhor.
Tive o privilégio de ver dois dos seus espectáculos que vieram a Lisboa (um no CCB, outro na Gulbenkian) que até hoje me deixam memórias fortes e vívidas que creio nunca mais vou esquecer. Pina Bausch não era apenas uma bailarina e coreógrafa, ela rompeu barreiras, transformando a sua arte num híbrido extremamente abrangente e universal, em que o melhor de tudo era a sua acessibilidade dentro da abstracção. Os seus espectáculos não eram densos nem pesados, apesar de as suas temáticas muitas vezes o serem, transmitiam-nos emoções com uma facilidade que poucas vezes a dança o fez.
Pina Bausch já não dançava ela própria há uns anos, mas os seus espectáculos continuavam a ser completamente pessoais, diria até "da tripa"! Noutro registo fica-me também para sempre a memória da sua participação no filme E la Nave Va do meu querido Federico Fellini. Espero que ela seja recebida por gente como ele...
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