Saoirse Ronan |
Gostei do cenário dos Oscars, mais uma vez de inspiração Art Déco. Desta vez com muitos raios dourados e as estátuas do Oscar a fazer lembrar Budas dourados. A cerimónia está cada vez mais resumida, mas não mais curta, e os agradecimentos em rodapé tiram-lhe espontaneidade. Mudaram a ordem de entrega dos prémios, para uma "suposta" ordem de produção de filmes. Tudo bem, é-me indiferente. As caixas de texto com os nomes e filmes dos vencedores eram demasiado pequenas, principalmente para quem, como eu, tem uma TV de 15', que aliás a SIC Caras fez o favor de cortar, não fazendo resize para ecrãs 4x3. Há quem não tenha carcanhol para uma LCD toda xpto, OK? A Cavalgada das Valquírias numa orquestração delicodoce para calar os vencedores? Não gostei.
Chris Rock sempre anima um bocado as coisas e a cerimónia foi menos aborrecida que o ano passado. Neil Patrick Harris até teve direito a uma boca relativa a isso. As piadas foram passando pela ausência de nomeados negros e, para compensar e ser politicamente correcta, a Academia lá pespegou muitos apresentadores negros. Os números musicais perderam o brilho de então e como, também para variar as canções nomeadas não me dizem nada... meh.
Nas nomeações só torci por Sandy Powell, nomeada duas vezes para Melhor Guarda-Roupa, mas mesmo assim não ganhou. Mad Max Fury Road ganhou uma catrefada de prémios, mas fugiram-lhe os grandes: Melhor Actriz, Melhor Actor, Melhor Realizador e Melhor Filme. Para variar a longa de animação foi para um filme em 3D, de quem? Da Pixar! Foi preciso estar em vias de bater a bota para finalmente darem um Oscar ao Maestro Ennio Morricone. Vergonha! Foi singelo o In Memoriam, com Dave Grohl na guitarra acústica, mas esqueceram-se do Oliveira e do Rivette... e gostei do discurso de DiCaprio, mas acho que só gostei mesmo dele no primeiro filme que vi: Gilbert Grape.
E lá se passou mais uma cerimónia de entrega dos Oscars, onde cada vez mais parece tudo encenado e comprado. Nem os discursos ou apresentações mais engraçados o são o suficiente para disfarçar a falta de idoneidade. Enfim, para o ano cá estarei, mas o nível de atenção é directamente proporcional ao nível de artificialismo da produção. Tenho a certeza que os Oscars andam a perder público mais depressa que o Doc Lisboa. Os Golden Globes são tão mais interessantes!
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