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29 fevereiro 2016

88 Oscars Politicamente Correctos - Parte II?

Para variar não vi quase nenhum dos filmes nomeados e muito provavelmente não irei ver a grande maioria, a não ser que passem na TV num sábado à tarde de ronha. Portanto, comecemos com o Red Carpet.

Saoirse Ronan
Este ano nenhum vestidinho me deixou de queixo caído, não houve grandes extravagâncias. As tendências foram, entre muitas, o bling da lantejoula, um bocado anos 70, e uma espécie da badana/folho horroroso, que fazia lembrar a cauda da Ariel, nalguns vestidos. Mas ao menos foi colorido. O meu preferido e o único que me saltou aos olhos, era simples, mas muito elegante: Saoirse Ronan, num dos blings de lantejoulas anos 70, em verde escuro. Os meninos sim, foram muito para o smoking de veludo. Também muito anos 70, mas com corte anos 60. Gosto.

Gostei do cenário dos Oscars, mais uma vez de inspiração Art Déco. Desta vez com muitos raios dourados e as estátuas do Oscar a fazer lembrar Budas dourados. A cerimónia está cada vez mais resumida, mas não mais curta, e os agradecimentos em rodapé tiram-lhe espontaneidade. Mudaram a ordem de entrega dos prémios, para uma "suposta" ordem de produção de filmes. Tudo bem, é-me indiferente. As caixas de texto com os nomes e filmes dos vencedores eram demasiado pequenas,  principalmente para quem, como eu, tem uma TV de 15', que aliás a SIC Caras fez o favor de cortar, não fazendo resize para ecrãs 4x3. Há quem não tenha carcanhol para uma LCD toda xpto, OK? A Cavalgada das Valquírias numa orquestração delicodoce para calar os vencedores? Não gostei.

Chris Rock sempre anima um bocado as coisas e a cerimónia foi menos aborrecida que o ano passado. Neil Patrick Harris até teve direito a uma boca relativa a isso. As piadas foram passando pela ausência de nomeados negros e, para compensar e ser politicamente correcta, a Academia lá pespegou muitos apresentadores negros. Os números musicais perderam o brilho de então e como, também para variar as canções nomeadas não me dizem nada... meh.

Nas nomeações só torci por Sandy Powell, nomeada duas vezes para Melhor Guarda-Roupa, mas mesmo assim não ganhou. Mad Max Fury Road ganhou uma catrefada de prémios, mas fugiram-lhe os grandes: Melhor Actriz, Melhor Actor, Melhor Realizador e Melhor Filme. Para variar a longa de animação foi para um filme em 3D, de quem? Da Pixar! Foi preciso estar em vias de bater a bota para finalmente darem um Oscar ao Maestro Ennio Morricone. Vergonha! Foi singelo o In Memoriam, com Dave Grohl na guitarra acústica, mas esqueceram-se do Oliveira e do Rivette... e gostei do discurso de DiCaprio, mas acho que só gostei mesmo dele no primeiro filme que vi: Gilbert Grape.

E lá se passou mais uma cerimónia de entrega dos Oscars, onde cada vez mais parece tudo encenado e comprado. Nem os discursos ou apresentações mais engraçados o são o suficiente para disfarçar a falta de idoneidade. Enfim, para o ano cá estarei, mas o nível de atenção é directamente proporcional ao nível de artificialismo da produção. Tenho a certeza que os Oscars andam a perder público mais depressa que o Doc Lisboa. Os Golden Globes são tão mais interessantes!

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