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15 agosto 2005

Nova Gallactica

Depois de ter revisto parte dos episódios da primeira série da Battlestar Gallactica, fartei-me e cheguei à confirmação de que só via a série nos anos 80 porque não havia mais nada e tudo o que vinha à rede era peixe. A série antiga, dos anos 80, é a maior seca não tem personagens interessantes e a intriga é demasiado moralista, demasiado 'preto no branco' e cheíssima de incoerências tanto dentro do próprio universo, como na suposta relação com a nossa realidade actual.

Mas... mais uma vez um dos melhores produtos televisivos da actualidade foi maltratado e "empurrado" para uma tarde de feriado, na falta de conteúdo para uma tarde de semana habitualmente preenchida com horas seguidas de novelas. Falo do filme/episódio piloto da nova série Battlestar Gallactica, da qual já tinha ouvido imenso falar e visto os primeiros minutinhos em casa de um amigo que o tirou da net.

Eu estava bastante céptica, principalmente depois do baque, maior do que o esperado, ao rever a série antiga, não tinha a mínima vontade de ver. Mas, como estava em casa a fugir do calorão, aproveitei o "preenchimento" da tarde deste feriado na SIC para ver o filme de que tanto já ouvira falar.

A história, intriga, personagens e universo com que me deparei não têm comparação com a pirosada da série original fora as pequenas homenagens (a música da série original num evento oficial, as cartas de jogar e as placas metálicas ao pescoço de Starbuck hexagonais, entre outros) que de vez em quando pontuavam o filme.

Os Cylons já não são, como diz Baltar "torradeiras cromadas ambulantes" e sim androides quase humanos à semelhança dos replicants em Blade Runner. Ainda existem robôs mas a sua estética é mais interessante que a anterior, mantêm o olho ciclópico vermelho de um lado para o outro (convenhamos que era engraçado) mas nas mãos têm garras e parecem menos um tipo qualquer dentro de uma armadura cromada e mais uma máquina de guerra.

Starbuck e Boomer, desta vez, são mulheres. Starbuck mantém o temperamento rufia simpática mas com bastante mais densidade emocional e Boomer, aparentemente é uma espiã Cylon sem o saber (ainda). A relação entre o Comandante Adama e Apolo (Apolo, Starbuck e Boomer não são os nomes próprios deles mas sim cognomes de uso militar) não é aquela coisa melosa e simpática, sem conflitos que víamos na outra série, mas sim uma relação conflituosa principalmente devido à morte prematura do irmão de Apolo, que culpa o pai. Não há cãezinhos cibernéticos, para nosso enorme alívio!!!

Grande parte da intriga vive de conflitos tanto de poder militar como político e não há misticismo exacerbado na procura da Terra Santa (ufa!). Aliás a suposta Terra Santa não existe, ninguém acredita verdadeiramente nela, é simplesmente uma manobra emocional que o Comandante usa para que os populares não entrem em pânico e colaborem na fuga.

O vilão, Baltar, não é verdadeiramente um vilão, mas sim um homem inteligente cheio de dúvidas éticas e os Cylons são extremamente sedutores e têm uma grande curiosidade sobre nós humanos, apesar de não hesitarem quando chega a hora do massacre.

Ninguém é invencível e ninguém é estanque, demasiado bonzinho ou demasiado mau. São boas personagens com grande potencial para evoluir.

Pena que o filme acaba num cliff hanger, portanto era bom que isto fosse um prelúdio para a transmissão da série, de preferência na SIC-Radical onde os horários são respeitados e cada episódio é transmitido mais que uma vez por semana, dando a oportunidade a quem gosta de não perder pitada.

http://www.scifi.com/battlestar/

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