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26 fevereiro 2007

79 Oscars, olé!

Este ano lá assisti fielmente à cerimónia dos Oscars, mas este ano foi um pouco diferente, contrariando a tendência para piorar, pós 11 de Setembro, a cerimónia foi melhorzinha.

Uma das coisas que tornou a cerimónia mais engraçada foi a nova apresentadora Ellen Degeneres. Ela é divertida, sem sarcasmos exagerados ou um humor demasiado provocador, mas simultâneamente colocando o dedo na ferida e mencionando coisas importantes. Ela consegue ser política sem ser políticamente incorrecta e interagiu com o ilustre público como ninguém antes o fizera. Ofereceu um argumento a Martin Scorcese, pediu a Steven Spielberg para a fotografar com Clint Eastwood, disse que era o grande sonho da vida dela apresentar os Oscars.

Outra coisa que normalmente torna a cerimónia mais sustentável é a grande variedade de filmes, sem um "grande" filme, açambarcador de Oscars. Mas o mais surpreendente foi a larga escolha de filmes e atribuição de prémios a latinos, nomeadamente O labirinto do Fauno, onde se nota que para além das ruas de Los Angeles, também já no cinema o castelhano começa a dominar. Foi uma boa cerimónia para desmascarar preconceitos de modo elegante. É bom ver que os americanos estão a mudar.

Dentro da apreciação da cerimónia em si, foram marcantes as apresentações da companhia de dança cujo-nome-não-apanhei-por-ser-demasiado-esquisito, genial nas suas figuras em silhueta, o Oscar honorário a Ennio Morricone, sendo raramente atribuido a um músico (dispensava-se Celine Dion), um clássico das bandas-sonoras de Hollywood, Peter O'Toole ainda estar vivo e recomendar-se, as divertidas imagens do "backstage", George Clooney mais magro, o aproveitar do filme de Al Gore (e a sua presença) para mostrar uma mensagem ecologista sem ser chata, os fantásticos smokings de Ellen, o Oscar de melhor guarda-roupa para Milena Canonero por Marie Antionette, o Oscar para Helen Mirren, o ar desapontado das personagens do filme A casa assombrada quando não ganhou o Oscar, a taxa de negros a vencer Oscars estar a aumentar exponencialmente, a quantidade de japoneses presentes na cerimónia, a quantidade de filmes com conteúdo político.


Foi curioso Martin Scorsese ter recebido o tão esperado primeiro Oscar das mãos dos "amiguinhos" Steven Spielberg, George Lucas e Francis Ford Coppola, quando, com Schindler's List, Spielberg recebeu o seu primeiro Oscar das mãos de Martin Scorsese, George Lucas e Francis Ford Coppola.

Nos vestidos das meninas notou-se mais uma vez uma clara tendência para uma determinada silhueta, a dos vestidos assimétricos, com uma só alça e justinhos. O melhor foi o vestido de Sherry Lansing, lindíssimo em chiffon preto e vermelho-sangue, mas também gostei do da miudinha, Abigail Breslin, adequado à idade, sem ser demasiado infantil. Nos meninos, o smoking clássico imperou, se bem que se viu um ou outro dentro do estilo dos de Ellen.

Os meus parabéns aos comentadores nacionais, que apenas comentaram nos intervalos e ainda corrigiram os erros cinéfilos cometidos durante a cerimónia como por exemplo dizerem que The Departed foi uma adaptação de um filme japonês, quando que o filme era de Hong Kong e por apontarem que as imagens supostamente de Amarcord eram de E la Nave Va, ambos de Fellini.

OSCAR.com

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