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02 janeiro 2010

Pior que um beto é um beto bicha

No zapping de dia 1 de Janeiro (adoro maratonas televisivas/de filmes no dia 1!) esbarrei na SIC Mulher e numa série de make-overs que ainda não conhecia. Que a moda está cheia de bichas aspirantes a stylists é um facto, nacional e internacional, mas o que as bichas televisivas nacionais não conseguem é passar de betos bichas... Infelizmente a televisão portuguesa está nas mãos de betos e isso sente-se. Os betos (diga-se betos verdadeiros) são, felizmente, uma raça em extinção, mas infelizmente concentram-se todos nas televisões, monopolizando tudo quanto é o lado supostamente criativo e artístico, criando uma imagem, ela também ultra formatada, que não é realista e sempre igual, mimetizando o fenómeno que já observava nos betos com que fui forçada a conviver na minha infância e adolescência.

O princípio básico de um beto é pertencer ao grupo, portanto não destoar e ser como o vizinho do lado. Isso implica os clichés que todos conhecemos: o sapato de vela, a roupinha de marca tipo Quebramar ou Throttleman e outras marcas semelhantes, o cabelo à f***-se, a camisinha de riscas ou quadrados, o pullover por cima dos ombros, uma predominância de azuis, verdes e beijes, etc.... Um beto bicha é mais "criativo" o cabelo está lá (essa irredutível marca do beto) mas abandona os outros itens para adoptar um visual mais exuberante (bicha) cheio de preto e branco, calças mais justas, sapatinho afiambrado e o raio da écharpe ao pescoço!! O problema é que são todas iguais umas às outras com a agravante que são mais irritantes por serem bichas pedantes.

Como a SIC Mulher (melhor, SIC Gaija) anda a tentar imitar os programas de make-overs norte americanos e britânicos, com as suas qualidades e defeitos, mas integrados nas respectivas sociedades, e como boa televisão portuguesa que é, é gerida por betos, vai buscar o que o beto acha que é um especialista de moda (fashion): ex-modelitos que já não desfilam e o beto bicha. Escusado será dizer que o resultado são programas narcisistas, de auto-promoção, atolados de mau product placement, onde a "vítima" é completamente afogada nos seus conselhos tudo menos práticos, individualizados ou aplicáveis no dia-a-dia... Mas o pior de tudo é que são programas histéricos onde a câmara padece do mesmo mal, não pára quieta, e até nos sentimos enjoados só de olhar mais de dois minutos para o ecrã.

O que me assusta no meio disto tudo é a lavagem cerebral à beto com que levamos diariamente, que tenta formatar o imaginário visual e artístico nacional à sua imagem... EU NÃO QUERO!!! Viva o individualismo! Deixem-nos errar à vontade, não nos obriguem a ser como vocês pois não gosto do vosso mundo!

NOTA: por norma não sou uma pessoa preconceituosa e/ou xenófoba, excepto com betos que é "raça" que só tolero em doses reduzidas e em grande excepções (que as há, felizmente!).

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