Baby Take a Bow, de Stand Up and Cheer
Na faculdade tivemos de fazer um trabalho acerca das estrelas de cinema. Havia uma lista, entre estrelas como Elizabeth Taylor ou Joan Crawford, senti-me atraída pela peculiaridade de uma estrela infantil, da qual sabia pouco mais que o nome, Shirley Temple.
Ao familiarizar-me com Shirley, ler a sua biografia e perceber a sua importância histórica, nenhuma menina era tão conhecida nos anos 30, excepto as princesas reais inglesas Isabel e Margarida, um pequeno acontecimento como um simples trabalho para a faculdade transformou-se em admiração e paixão por uma mulher que, como muito poucas pessoas, teve uma vida riquíssima e variada.
Shirley começou como actriz e bailarina aos 3 anos, impelida pela mãe, numa sociedade e numa Hollywood com valores bem diferentes dos actuais. Felizmente para ela, Shirley era uma criança sobre-dotada, não era apenas o charme de uma menina com cara de querubim, e se aprendeu algo com essa longa experiência de mais de 15 anos, foi a desenrascar-se num mundo onde poucos faziam o que queriam. A dimensão do seu sucesso é gigantesca, Shirley era mais apreciada que quase todos os seus colegas adultos, gerou toneladas de merchandising, que variavam desde a clássica fotografia autografada às bonecas à sua semelhança. A sua imagem foi a origem da imagem icónica da menina pespineta com "ar de boneca", recebeu homenagens tão variadas como um quadro de Salvador Dali ou um cocktail (sem álcool) com o seu nome. É também impressionante como o que ficou dela é uma figura de tal forma universal que as pessoas já não identificam directamente com ela. Mas uma coisa é certa, e o vídeo acima comprova-o, o seu sucesso não era vazio, Shirley Temple era uma menina cheia de talento e charme, capaz de cativar qualquer um, mesmo hoje em dia.
Mas Shirley não se ficou por aqui, após um casamento falhado na difícil fase de transição de actriz infantil para jovem adulta, casamento esse para obter alguma independência da mãe, Shirley continuou a sua carreira de actriz a meio-gás e envergou por uma área mais social e política, onde foi Embaixadora da Boa-Vontade das Nações Unidas. Há uns anos foi uma das homenageadas pela Academia das Artes de Hollywood e foi a primeira actriz infantil a receber um mini Oscar, com seis anos, atribuído na época a menores de 18, pelo seu trabalho durante o ano de 1934.
Ao contrário do que é costume, onde aprecio a obra dos meus artistas preferidos em detrimento de querer saber da sua vida privada, com Shirley, ao pesquisar acerca dela, aprendi muito acerca de uma mulher admirável que sobreviveu uma infância difícil e intensa, prodígio que mesmo as actuais estrelas infantis, com a flexibilidade que a sociedade actual permite, têm dificuldade em fazer. O único outro caso de semelhante sucesso que me lembro é Jodie Foster.
Shirley Temple é uma inspiração para mim e continuará a sê-lo, "Bebé, faz uma vénia"!
Shirley Temple
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