Marion Cotillard, em Dior e Lupita Nyongo, em Calvin Klein |
Acho que ontem foi a primeira vez que vi um programa da SIC Caras (produção própria - Passadeira Vermelha) do princípio ao fim e posso dizer que foi cedo demais! As alarvidades que aquela gente diz, não fazem o mínimo de pesquisa, não sabem nada dos filmes e menos ainda de cinema... argh! Charade não é realizado por Hitchcock, Emma Stone é uma loira natural (apesar de ficar melhor ruiva), Ana Marques: Ralph Fiennes pronuncia-se 'Reif Faines', Salma Hayek, e não Penelope Cruz, interpretou Frida e coisas bem piores! Já para não falar que o gosto deles por moda é clássico, aborrecido e previsível.
A passadeira vermelha, versão SIC Caras, foi aborrecida e incompleta. Não percebi o que andava a fazer Rita Seguro em Los Angeles, não adiantou rigorosamente nada ao serviço, ela claramente não tinha autorização para nada. Ou Carolina Patrocínio a comentar mal e porcamente, sem profissionalismo nenhum, as vestimentas das meninas nos intervalos. Por mais histriónico que seja o canal, e irritantes que sejam os apresentadores, dêm-me o E! sempre! Aliás a diferença é gritante, de cerca de uma hora para 3 horas e meia...
Vá, vamos ao que interessa, as farpelas.
Gostei muito do Dior de Marion Cotillard, muito Balenciaga, anos 60. Esta menina nunca desilude. Adorei o fato grená de David Oyewolo, pontos para uma cor invulgar nos homens que fica lindamente no tom de pele dele. As perolas de Lupita Nyongo (Calvin Klein!!). Da simplicidade de Cate Blanchett (we're not worthy!). Do salmão muito Halston de Anna Kendrick. Margot Robbie, quem quer que seja ela, muito elegância anos 70 x anos 30. Do veludo azul de Common (não faço ideia). Do rosa-algodão-doce assimétrico de Gwyneth Paltrow. O verde diáfano de America Ferrera (a quilómetros da Ugly Betty). E o vestido de Rita Ora durante a cerimónia.
Não gostei da "parede de tijolos suja" (citando uma blogger do tumblr) de Naomi Watts, daquela coisa de Lady Gaga, pois não era nem carne nem peixe. Se ela vai "aparecer" é melhor que use algo mesmo extravagante do que aquilo que não era nem extravagante nem elegante. O lenço de assoar bordado de Keira Nightley. Laura Dern, onde foste buscar essa franja?? Aos anos 80? O vestido era giro.
Demasiados nudes (argh!), muitos brancos, muitos vermelhos, homens em cor, verdes, mas no geral nada verdadeiramente marcante.
Tinha algumas expectativas para Neil Patrick Harris, ele tem trabalhado muito em musicais, ganhou vários Tonys, apresentou vários Tonys, mas a cerimónia, fora a ocasional piada atrevida e apresentar um prémio de cuecas (citação de Birdman), foi muito aborrecida. Ellen, volta, que estás perdoada!
Mas gostei muito do cenário de pirilampos e da homenagem ao Sound of Music, mesmo achando que também deviam ter trazido os Von Trapp do filme ao palco, Lady Gaga tem voz para aquelas canções e foi engraçado vê-la tão emocionada abraçar Julie Andrews.
Tantos Brits nos Oscars! Nomeados, apresentadores, convidados, equipas técnicas: Benedict Cumberbatch, Eddie Redmayne, Rosamund Pike, Felicity Jones, Julie Andrews, David Oyewolo, and so on, and so on. É impressionante como o British accent está na moda nos EUA e como muitos filmes nos Oscars ou são produção britânica ou europeia. Parabéns Milena Canonero, mereces sempre o Oscar! The Grand Budapest Hotel ainda é "fora" demais para receber mais que Oscars de design de produção, mas mesmo assim fico contente. Os Oscars para Actor, Eddie Redmayne, Actriz, Julieanne Moore, Realizador, Alejandro Gonzalez Iñárritu e Filme, Birdman, foram completamente previsíveis. Se tivesse apostado, tinha ganho qualquer coisinha.
Pois é, este ano os Oscars foram um bocado meh... para o ano têm de apimentar um bocado a coisa.
Oscar.com
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