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22 julho 2019

Portais Estrelares - Parte II

Já fechei o círculo, já vi Stargate SG-1 inteira, mas ainda vou rever a 10ª temporada até ao fim, apenas para a ver em linearidade. Mas já posso fazer o meu comentário final.

Gostei bastante de rever a temporada do Parker Lewis, isto é, Corin Nemec, e apesar de achar a introdução da sua personagem, Jonah Quinn, bastante forçada, acabou por trazer alguns elementos para a narrativa, que foram desenvolvidos depois. Também forçado foi o retiro de Daniel Jackson, que volta e meia reaparecia, fosse em memórias, alucinações ou o próprio, sempre quando era mais conveniente. Prefero Corin Nemec como actor, apesar de ter melhorado ao longo da série, continuo a não achar o Michael Shanks grande coisa. Estas mudanças são os primeiros sinais do cansaço que se começava a notar em Stargate SG-1.

A mudança de arco, o retiro quase permanente de Jack O'Neill e do General Hammond, tornaram SG-1 numa versão algo previsível do que fora antes. Os Goa'uld, antes tão temíveis, não são realmente vencidos, tornam-se numa espécie de rivais caricatos dos Tau'ri, ora aliados, ora inimigos, mas nunca mais os inimigos de outrora. Sou só eu que achei o fim de Anubis anticlimático? Os Ori são deveras irritantes, a atitude quase sobranceira da equipa SG-1, que nos dá muito cedo a sensação que "OK, são poderosos, mas nós havemos de vencê-los", faz com que não haja sentido de urgência e que os episódios passem a ser vistos um bocado em piloto automático. Os episódios também se tornaram menos ricos em temática científica e variedade, seguem a fórmula do, "vão a planeta, encontram inimigo, resolvem problema, voltam para a Terra com mais algum dado para vencer os Ori." Apenas vão alternando entre Goa'uld e Ori, entre viajar através do Stargate ou de uma das naves que agora possuem, e perdeu-se aquela sensação de um David engenhoso contra um Golias sedento de poder. A introdução de alguma mitologia cristã, através da lenda do Rei Artur e os Cavaleiros da Távola Redonda, parece feita à pressa e esquivando-se o mais possível a comprometer os valores e crenças presbiterianos, a norma nos Estados Unidos. O agnosticismo, quase ateísmo, dos arcos narrativos anteriores perdeu-se e não conseguiram criar um enredo suficientemente inteligente. Será que os argumentistas principais mudaram? As mudanças, sobretudo de estilo, são imensas.

Stargate SG-1 aguentou razoavelmente bem as últimas temporadas, em parte graças ao outro inimigo, os Replicators, esses sim temíveis por serem impiedosos e com objectivos simples que desafiaram o intelecto dos protagonistas. Mas a corda foi sendo esticada, felizmente a série terminou antes dela quebrar. Ainda é uma das "minhas" séries de ficção-científica, a mistura de história e arqueologia com física e astronomia foi uma ideia genial, mas devia ter terminado mais cedo.

Só me falta a série Stargate Universe para terminar as Stargates todas, mas essa aparentemente não vai passar tão cedo no SyFy ou outro canal de cabo. É pena.

Stargate Command

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