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04 abril 2020

Apaixonei-me por um Cowboy do Espaço


Se era preciso provar que para ter uma boa série ou filme, basta uma ideia simples mas bem executada, existe The Mandalorian.

The Mandalorian não é muito original, as inspirações são óbvias: os westerns, principalmente os western spaghetti, Lone Wolf and Cub, os filmes de samurais e, obviamente, o universo de Star Wars, onde se integra. Mas o modo como todas estas inspirações/citações foram mastigadas e cuspidas é o que torna The Mandalorian uma série divertida, interessante e muito viciante.

A realização é impecável e muito fluída, os argumentos são simples e resolvem um problema de cada vez, adicionando algo e mantendo a coerência com o arco principal, a fotografia está algures entre os sépias dos westerns e os azuis escuros das space operas. Somos levados a conhecer o universo dos Mandalorians, uma tribo de guerreiros que aparece pontualmente sem grande glória nos filmes de Star Wars, e, para isso, a armadura deste Mandalorian leva vários upgrades, a começar na ausência de pintura, dando-lhe o aço polido um ar mais sofisticado que a armadura gasta e batida de Boba Fett: temos aqui um Mandalorian mais competente. O guerreiro sorumbático e de poucas palavras gera empatia, com uma história de paternalidade inesperada, uma criança sossegada que não faz birras e ainda por cima tem superpoderes, tornam este Mandalorian num potagonista fácil e que queremos conhecer. A relação dele com A Criança (vulgo Baby Yoda) é fotocopiada de Lone Wolf and Cub, mas não faz mal, funciona lindamente neste contexto que, fora a tecnologia, não é muito diferente do dos ronins ou dos cowboys. Desde que não mintam sobre a inspiração e Kosuke Fujishima não se importe (quem sabe se não terá vendido mais um livrinho ou dois à pala de The Mandalorian?), estamos bem. A Criança é completamente adorável, sobretudo porque não chateia e intervém quando é necessário.

Adoro como o TIE Fighter de Moff Gideon aterra, e aquele lightsaber negro... ooooooh! Apesar de o achar mais um vilão de western, o clássico cowboy negro a aguardar o duelo ao pôr-do-sol, que um vilão digno do Império, não deixa de ser convincente, nem que seja na sua resiliência. Opá, os Stormtroopers a fazerem tiro ao alvo e a não acertarem nem um! Pew, pew, pew, pew, pew!

Por fim... ai a banda sonora! Há muitos anos que uma banda sonora original não me enchia tanto as medidas! É herdeira directa de Ennio Morricone, mas Ludwig Göransson dá-lhe uma modernidade que faz com que por um lado suporte lindamente a narrativa e seja épica e, por outro, possa perfeitamente ser ouvida separada da série.

Gostei do final em aberto, com o vilão vivo e espaço para aventuras muito diferentes das desta primeira temporada, mas, para o tipo de série que é, que tem tudo para poder ser muito longa, 8 episódiozinhos é muito pouco! T_T

Já percebi o hype todo à volta dos nomes Jon Favreau e Taika Waikiki, eles são BONS no que fazem!

Infelizmente em  tempos de Corona, a estreia da segunda temporada pode demorar, vamos ter de comer doses duplas de paciência ao pequeno-almoço. Até lá, espero que a Disney lance mais merchandising decente e de preferência baratuxo do The Child X'D

The Mandalorian

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