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09 junho 2010

A máfia dos bolos



Imaginem se Os Sopranos abrissem uma pastelaria, qual seria o resultado? Cake Boss, o reality show mais delicioso da TV!

Desde que comecei a ver os teasers de Cake Boss no Discovery Travel & Living (anterior People & Arts) que percebi que este era um reality show que gostaria de ver e acertei, o programa é o máximo!

Porque é que este reality show, em tudo semelhante a todos os outros do Travel & Living, câmaras acompanham o dia-a-dia de uma família/negócio/pessoa invulgar (riscar o que não interessa) apenas mostrando aquilo que tem interesse/é escandaloso/puxa à lagriminha (riscar o que não interessa), é diferente ou me chamou a atenção?

1. Decoração de bolos. Tal como a personagem de Herman José, "eu sou mais bolos", gosto de fazer bolos e acho fascinante o ofício de decorador de bolos (já fiz umas tentativas tímidas onde não me saí nada mal).
2. Buddy, o Cake Boss. O homem é o típico italiano de New Jersey, a falar "new yorkeese" cerrado, exagerado, emocional, temperamental, mas, no fim das contas, um tipo simpático.
3. La Famiglia. Todos os elementos que trabalham na Carlo's Bakery se comportam como uma família de mafiosos, no seu lado mais pitoresco e engraçado. Berram, gritam, riem-se, espicaçam-se, divertem-se, discutem, comem.
4. O programa é divertido, os bolos são um espanto!

Ao contrário de praticamente todos os reality shows do género, este não puxa à lamechice, não vai buscar as tristes histórias do passado dos clientes, não pega nas discussões de forma alarmista de tablóide. Toda a narrativa e o tom da série é de comédia, em tudo semelhante à forma como n'Os Sopranos se pegou no "outro lado" de uma família de mafiosos, se mostrou que são gente, utilizando o humor como meio. Esta famiglia de pasteleiros funciona nuns moldes em tudo semelhantes à ideia que normalmente se tem da máfia. O chefe que ninguém quer contrariar, a mamma que é a única que o admoesta, as sorellas, que mesmo sendo mais velhas têm de andar (contrariadas e a refilar) a toque de caixa, a família toda envolvida no negócio, o respeito religioso das tradições, etc., etc. Mas em vez de andarem a matar pessoas e afazer lavagem de dinheiro (sabe-se lá!) eles fazem bolos, e bolos magníficos. Dentro desse sensação de máfia que nos deixam, lembro-me sempre de umas escadas estreitas e íngremes dentro da pastelaria, onde sempre pensei se nunca teria caído nenhum bolo por ali abaixo. Eis que num episódio um bolo de 3 andares, todo decorado, estatela-se por ali abaixo no dia da entrega... Pensei, "ai que agora é que vão ser elas", não, Buddy coloca as mãos na massa e consegue fazer novo bolo, igual ao que se espatifou, em questão de horas! Claro que o moço de entregas, o primo Anthony, já não faz a entrega, mas a bronca, propriamente dita, é deixada fora dos ecrãs. Gostei!

Por outro lado as histórias dos clientes apresentadas vão dos bolos para instituições, com histórias mais ou menos sérias, em que os sentimentos de honra da famiglia vêm sempre ao de cima, até aos clientes exóticos onde há de tudo: a menina bem do Upper East Side de Nova Iorque que, com um ar enjoado diz entre dentes que não acredita que está em New Jersey, a "bridezilla" que saca das bisnagas de corante e estraga o próprio bolo, o marido dedicado que encomenda um sortido de especialidades (italianas) da casa para satisfazer os desejos da mulher grávida, etc.

No meio disto tudo até se aprendem algumas técnicas de pastelaria à italiana e de decoração de bolos. Todos ganham!

Cake Boss

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