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03 março 2014

86 Oscars - Politicamente Correcto

Lupita Nyong'o e Jared Leto
Coincidir o Carnaval com os Oscars não é a melhor conjugação para mim e ontem, apesar de não ter adormecido, estava demasiado cansada para blogar.

Este ano apenas vi UM filme dos Oscars, Frozen, portanto os meus comentários apenas vão para a cerimónia em si e para a minha experiência passada acerca das escolhas da Academia, pois este ano parece que o "politicamente correcto" pervaleceu mais uma vez.

Mas vamos ao que interessa, as modas. Este ano decidi adicionar o E! à minha lista de canais favoritos na box e ir vendo os vários Red Carpets da estação, que começaram com os Golden Globes. No geral o estilo é o mesmo, formal, designers estabelecidos com um ou outro emergente, excepto os Grammys, que logo este ano que vi o Red Carpet como deve ser, foram tão clássicos que foi um Red Carpet deveras aborrecido. Se é para haver um estilo mais arrojado é nos Grammys e o que vi foi tudo menos isso, mesmo as estrelas espampanantes (leia-se Lady Gaga, Madonna, Katy Perry, Pink, etc.) foram extraordinariamente sóbrias e contidas. Nos Grammys apenas os homens arriscaram e viram-se estilos diferentes. Mas o Red Carpet dos Oscars é supostamente o mais nobre de todos e à partida haverá mais luxo. Este ano não houve nenhum vestido que me deixasse de queixo caído, mas adorei o Prada da vedeta dos Red Carpets deste ano, Lupita Nyong'o. Lindo! Plissado, azul claro, rodado esvoaçante e com um toque de brilhos na bainha. Ah Miuccia, se tivesse orçamento não saía da tua loja! Felizmente houve menos "nudes", vestidos cor de pele, detesto!, mas gostei do de Cate Blanchett, que diga-se de passagem, fica bem com qualquer trapinho. Os homens resolveram adoptar o smoking creme/pérola/champanhe (escolher a designação preferida), que sinceramente não me entusiasma. E curiosamente acabei de descrever a indumentária dos vencedores de Melhor Actriz Secundária (Lupita Nyong'o), Melhor Actor Secundário (Jared Leto), Melhor Actriz (Cate Blanchett) e Melhor Actor (Matthew McGonahey)! Portanto o palco esteve bem decorado. A propósito, gostei dos Oscars transparentes do cenário, um dava um belo candeeiro para a minha sala.

A cerimónia foi fluída, Ellen tem bom traquejo para este tipo de cerimónias e gostei do toque informal que ela deu ao interagir com as vedetas no público, dos tweets ao vivo, com direito a fotos, selfies e tudo mais e, o melhor de tudo, Ellen a distribuir três pizzas familiares a vedetas esganadas de fome, com direito a estafeta e tudo! Não se perdeu muito tempo, mas todas as canções nomeadas foram tocadas em palco, houve menos discursos interrompidos e a cerimónia voltou à duração média de 4 horas e meia mas sem ser cansativa. Este ano também não se esqueceram dos falecidos em 2014, nomeadamente Philip Seymour Hoffman e Shirley Temple.

Quanto aos prémios, mais uma vez a Academia fez escolhas não comprometedoras e preteriu 12 Years a Slave a Gravity. Não vi nenhum dos filmes e Gravity parece ser um filme excelente, gosto muito de Alfonso Cuarón, mas conheço a cinematografia de Steve McQueen e sei que os filmes dele não são politicamente correctos e são bastante crus. Portanto, apesar de ambos terem uma forte produção britânica e de 12 Years a Slave ter ganho a categoria de melhor filme, a Academia afirmou o seu não comprometimento ao preferir um filme de ficção científica, aparentemente sem conteúdo político, a um filme acerca da injustiça da escravidão, baseado em factos reais, esquecido pelos americanos e repescado por um inglês... negro.

Na animação confesso que, apesar de não ter visto, torci pelo filme de Miyazaki, pois achei o Frozen uma lamechice. A Disney já fez o amor filial, agora quis fazer o amor fraternal e pelos vistos tem uma lista de amores não-românticos a preencher. Também torci pelo Miyazaki por ser animação tradicional contra animação 3D. Não tenho absolutamente nada contra a animação 3D mas sinto que ultimamente apenas a animação 3D é premiada ou destacada. Frozen, sendo obviamente bem feito, teve uns aspectos que não gostei, como a animação da capa de Elsa, que devia ser leve e flutuante e no entanto muitas vezes parecia rija, tipo cartão. Também não sou fã de Let It Go, a canção que aliás venceu o Oscar, argh, demasiado pop para o meu gosto e detestei a voz da cantora (ainda antes de ver os Oscars).

Lá foi mais uma cerimónia, só é pena a TVI não coordenar convenientemente os horários com a informação das boxes de TV, a cerimónia começou quase 1/2 hora mais cedo que o previsto (eu bem que estranhei as 2h00 no horário, costuma começar à 1h30) e terminou depois do anunciado também. Os comentadores continuam a falar por cima da cerimónia ou a cortar para intervalo quando ainda há pessoas a falar. Mais uma vez: metam na cabeça que quem se dá ao trabalho de estar plantado 4 horas e meia em frente à TV de madrugada, para ver um programa sem legendas, basicamente quer ouvir o que é dito, em INGLÊS!

Oscar.com

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