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14 abril 2005

Cerimónias célebres (ou seja: um casamento e três funerais)

Com tanta perturbação na rotina da programação habitual é-me impossível não comentar...

Tudo começou com a morte, e subsequente funeral da Irmã Lúcia com o Papa já doente... depois a doença e morte do Papa (que ainda não terminou em termos mediáticos), a morte do Príncepe Rainier do Mónaco e o casamento do Príncepe Charles e da Camila.

A uma conclusão chego: as mortes de pessoas religiosas são verdadeiramente importantes nas nossas televisões, quanto mais o Papa. Eu ainda me lembro dos dois anteriores Papas que morreram um seguido do outro, nos anos 80, apesar de nessa altura também parar tudo, o impacto foi completamente diferente. A televisão não tinha a relevância que tem hoje neste tipo de acontecimentos e, ao contrário do seu antecessor (não me perguntem o nome, que não me lembro), João Paulo II aqueceu, e bem, o seu lugar no Vaticano.

Foi é pena que com tanto alarido à volta do Papa a morte do Príncepe Rainier, uma pessoa bem mais simpática e interessante aos meus olhos, ter sido um bocado abafada. Mas como também acho que se deve é recordar as pessoas em vida e não na morte, isso acaba por não ser tão relevante assim.

O casamento de Charles e Camila é outra história. Quem viu o Casamento dele com a Lady Di e até mesmo o funeral dela, poderá dizer que este foi mais do que discreto, tanto em acompanhamento como em escala. Apesar de ter sido celebrado nos idos anos 80, o casamento de Charles com Lady Di foi um acontecimento tão gigante que teve direito a celebrações de fazer inveja a qualquer cigano que se preze! Lembro-me que teve direito a todo o tipo de merchandising e antecipação e preparativos de meses. Este, pelo contrário foi minúsculo, não foi em Londres e teve muito pouca gente, convidados e povo nas ruas. Os convidados deslocaram-se da conservatória para a igreja (do outro lado da rua) num autocarro ou a pé (os príncepes William e Harry foram a pé com as primas) as câmeras da BBC esforçavam-se para apanhar os grupos maiores e mais juntinhos de povo a assistir e em não apanhar buracos na assistência. No meio dos convidados foram imensas celebridades, principalmente actores, como Rupert Everett, Phil Collins, Rowan Atkinson, Joanna Lumley e um dos dois casais do "Goodness Gratious Me!". Foi tudo muito elegante e discreto, ao contrário dos casamentos dos príncepes e princesas de Espanha não se viram quebras de protocolo nem toilettes mais arrojadas. Tudo muito inglês, tudo muito cínico, pelo modo como a BBC fez o programa até parecia que os ingleses já estavam conformados com a heresia que Charles cometeu à querida (dear) Lady Di que nunca, nunca mesmo sairá dos seus corações.

Enfim, com isto ocuparam-se manhãs e tardes televisivas, adiando filmes, séries, telenovelas e enchendo telejornais.

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