Tal como o ballet, a patinagem artística faz parte do imaginário infantil feminino e eu não fugi à regra. Sempre gostei de patinagem artística apesar de, dissecando bem as coisas, ter imensos factores para achar piroso: os fatos na maioria bastante pirosos, com excesso de lantejoulas ou desenhos rebuscados, a escolha musical que, quando não é de música clássica vai demasiado em modas e é, normalmente, antiquada abusando de Vangelis ou Vanessa Mae, etc., etc.
Mas também há muitos factores para gostar: nem sempre os fatos são assim tão maus, por vezes a música é bem montada e escolhida para o programa feito pelo(s) patinador(es), a parte atlética, técnica e artística costuma ser espectacular e sempre gostei de andar de patins e, sempre que tenho oportunidade, faço-o no gelo onde é particularmente interessante mas mais arriscado (atrito zero).
Apesar de já acompanhar o melhor que podia os campeonatos (em particular os pares e individuais femininos e masculinos), foram os Jogos Olímpicos de Sarajevo, em 1984, que pude ver na íntegra, pois não vivia em Portugal, e o auge do sucesso da fantástica Katarina Witt que me fidelizaram de vez!
Desde aí, sempre que posso (agora, graças ao Eurosport, é bem mais fácil) vou acompanhando os Europeus, Mundiais e, claro, Jogos Olímpicos de Inverno. Não é só patinagem que tento ver nos Jogos Olímpicos, mas é a minha modalidade preferida. Sempre que dá, vejo as arriscadas corridas de tobogã, saltos na neve, slalom, corrida em patins e até os triatlos e afins. Este ano reparei em duas, novas para mim, modalidades: algo parecido com snowboard (que gostava de experimentar um dia) e uma modalidade estranhíssima, que provávelmente é bem antiga e tem tradição, o curling.
Na patinagem fui acompanhando ao longo dos anos a carreira da já mencionada Katarina Witt, os sucessos do muito parodiado pelo South Park, Brian Boitano, e vários casais de pares na maioria canadianos. Este ano as regras mudaram, a pontuação é de certa forma secreta (não sabemos quem vota quanto em quem, só os totais) e finalmente são permitidas calças, ou bodys, às mulheres em individuais femininos. O escândalo que foi Katarina Witt, num programa curto, ter usado bermudas pois a música utilizada era Mozart. Por incrível que pareça os fatos também pontuam e ela foi, nessa altura, penalizada por isso! É bom ver que as regras estão menos conservadoras.
Este ano gostei da italiana Carolina Kostner, estava bem vestida, teve uma boa performance, com uma coreografia bem interessante e criativa, a música era o Inverno de Vivaldi (nada mais adequado) e, apesar de uns desequilíbrios e faltas de cálculo, para quem é novata e estava a competir em casa, portou-se muito bem. Também gostei da campeã, a japonesa Shizuka Arakawa, foi muito sóbria, comedida, certinha, mas também impecável e segura. Longe vão os tempos que o Japão apresentava excelentes patinadoras na parte técnica, mas que deixavam muito a desejar na parte artística. Midori Ito, a primeira a fazer história, era muito forte, uma máquina, mas muito feinha e atarracada. Arakawa é bonita elegante e muito suave. Gostei do modo como reagiu ao saber que tinha vencido o ouro.
Pena nisto tudo é agora o Eurosport ser em português. Não tenho absolutamente nada contra os comentários em português, mas as duas comentadoras da patinagem (também o fazem para a 2:) até podem perceber muito do assunto, mas não têm piada nenhuma, enganam-se nos nomes, nas músicas, nomes de técnicas e sei lá que mais, e há um ou dois anos até discutiram de microfone ligado, lamentável... Tenho saudades dos dois comentadores ingleses de patinagem. Os dois eram extremamente exfusiantes e quando gostavam, gostavam mesmo, era tudo fantastic e fabulous!
Ainda falta ver a Gala dos campeões onde todos estão mais calmos e tranquilos e aproveitam para mostrar habilidades que nas competições não podem.
http://www.torino2006.org/
Eurosport
Gala
24.02.2006: 19:30
25.02.2006: 13:00
2 zappings:
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reza a 'estoria' que uma das senhoras que faz comentarios de patinagem artisitica é a mesma que comenta sobre ginastica ritmica (a senhora dos tons monocórdicos). Gostava de ve-la um dia a comentar os acontecimentos de um espetaculo de Disney on Ice, isso sim prometia...
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