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06 março 2006

Oscar ao som de rap?

Já acabou a cerimónia dos Oscars... Depois de alguma ansiedade provocada pelos nomeados, com mensagem política forte (e de esquerda!) ou gay, a Academia conseguiu fugir com o rabo à seringa e atribuir o menos possível Oscars aos nomeados mais polémicos. Não posso ser muito crítica com esta atitude, perante o estado normal conservador da Academia, já é um brinde as nomeações terem sido como foram e houve algumas surpresas bem agradáveis:
Wallace & Gromit, uns velhos favoritos meus, venceram e muito bem na categoria de longa de animação (por mais que goste de Miyazaki, Howls Moving Castle ficou muito aquém dos seus trabalhos mais medianos), George Clooney como actor secundário (como ele próprio disse: pena não ser para melhor realizador), Philip Seymour Hoffman (não é um galã, interpretou uma personagem estranha quase extraterrestre, pouco acessível ao americano comum) e o rap It's Hard Out Here for a Pimp (título excelente!) que para além de ser um rap a vencer melhor canção (já é bem esquisito) tem um título mais políticamente incorrecto que qualquer dos filmes nomeados!

Infelizmente eu tinha alguma razão em achar que Memoirs of a Geisha é filme para americano ver. Apesar de os nomeados nas categorias em que venceu o Oscar serem até talvez melhores ou mais interessantes (não os vi a todos), o hype que tem assolado o ocidente e os Estados Unidos de que tudo o que é nipónico é interessante, exótico, eventualmente inatingível, e , claro, fashion, fez com que vencesse em todas as categorias visuais: melhor guarda-roupa, melhor design de produção e melhor direcção de fotografia. É pena, é um caso claro de filme-postal-ilustrado (para enviar para Hollywood).

Gostei do apresentador, Jon Stewart, foi competente, teve bom timing, piada e sem exageros cansativos. A cerimónia, continua em fast forward mas teve um pouco mais de glamour que o ano passado e, felizmente, abandonaram algumas regras extravagantes, tal como atribuir Oscars na plateia, que quebravam o ritmo da cerimónia apesar de a acelerarem no cronómetro. As montagens de video tanto as iniciais ou mais sérias, homenagem aos filmes em excelentes efeitos 3D e digitais, ou a dos apresentadores a recusar apresentar a cerimónia, como as irónicas, a gozar com os lobbies aos filmes, actores, etc., estavam todas melhores que nas últimas edições. Ben Stiller a gozar com os écrans verdes... tava demais!!!
Last but not least: AMEI o cenário! Talvez pela primeira vez o cenário é verdadeiramente bom e bonito, inspirou-se directamente no cinema e nas salas de cinema dos anos 20-30. Utilizou de forma inteligente um écran de video a fazer de letreiro de sala de cinema, para legendar os nomes dos apresentadores e nomeados. Toda a decoração tinha um estilo Art Déco lindíssimo que lhe ficou muito bem. Se entretanto encontrar alguma fotografia do cenário, vou tentar colocá-la aqui.

http://www.oscar.com/

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