Após uma semana de (ugh, custa-me dizer)
Rebelde Way, já dá para ter uma apreciação geral.
No todo, o produto não é mau, mas também não é bom. É bom já não ver tantos chapões de luz nos exteriores, os cenários não parecerem cenários e o guarda-roupa, apesar de nada de extraordinário, ser credível. Apesar da participação dos Storytaylors, é uma pena que as roupas deles (de longe as mais interessantes da novela) só se vejam, e mal, num mísero desfile que nem destaque tem... Se eu não soubesse quem eles são e o nome não aparecesse no genérico final, nunca diria que tinham tido algum tipo de participação.
Mas vamos ao que interessa, os rebeldes:
A rebelde mimadaOu seja, Mia Rossi. O nome é engraçado, mas pouco português, de todas as personagens esta é
a que deveria ter um apelido "bem". Dos protagonistas é talvez a que está melhor caracterizada, tem demasiados maneirismos, mas é o formato televisivo. Dentro de uma personalidade fútil, temos mais que uma faceta e alguma densidade.
Fisicamente não acho a rapariga particularmente interessante e gostaria que se vestisse de um modo mais interessante,
fashion e caro. Que se notasse que esteve em Paris às compras, porque o que vejo em cima dela bem que podia vir da Stradivarius, Bershka ou semelhantes. As tatuagens da rapariga também são muito pouco "bem", portanto deveriam ter sido tapadas. Não queria comparar com
Gossip Girl, é injusto, mas é inevitável, elas sim sabem se vestir. E apesar de não gostar particularmente de nenhuma roupa de Serena, elas têm o ar de custar vários ordenados portugueses e são elegantes!
O rebelde sem causaPedro Silva Lobo. Praia, álcool, miúdas. Pouco mais tenho a dizer, densidade é coisa que esta personagem não sabe o que é.
O rapaz é feiinho, já na
Floribella o tínhamos percebido. Um protagonista de uma novela, por mais preconceituoso que isso seja, quer-se bonitinho, quiçá um galã. Quanto à roupa, talvez seja o que tem as roupas mais convincentes, veste-se de cores escuras, t-shirts, polos e calças de ganga. Está de acordo com o corpo dele e com a personagem.
A rebelde desbocadaLisa Scott. Porquê Scott?? Mais uma possidonice de estrangeirismo. Esta está na idade do "contra", ou seja, seis anos. Também tenho pouco a dizer da personalidade dela, a sua única motivação até agora é contrariar a mãe.
É a única que acho bonitinha e é uma pena a personagem ser tão desinteressante porque a miúda até leva jeito. Tem sotaque charmoso do
nuorte. Acho a roupa demasiado
freak, quando não está de biquíni, e aquele corte de cabelo apetece... nem sei... Devia ser mais
punk ou vanguardista no modo de vestir. Devia parecer que só compra roupa em lojas alternativas e que inventa outras em casa.
O rebelde motárioManuel Guerreiro. Não podia ter um apelido mais estereotipado! Tem ligeiramente mais densidade que o Pedro e a Lisa, mas pára por aí.
♪ Vin-gan-ça, vin-gan-ça! ♪ (acho que já ouvi isto nalgum lado...)
O rapaz, coitadinho, é muito feio! E, para parecer que está a sofrer, ou zangado, ou revoltado, só tem uma expressão: uma carantonha. Peço desculpa, mesmo calmo ou alegre a expressão é a mesma... A roupa, não é boa nem má, mas podia ser menos estereotipada.
A rebelde coitadinhaÍris. Leva pancada do namorado, está sempre a vir do supermercado, a mãe não quer que ela lute por um futuro melhor, não há nada de bom que aconteça a esta desgraçadinha! A moça até é engraçada mas aquele cabelo, liso à frente e encaracolado atrás, não lembra a ninguém! As roupixas, podiam ser menos
slutty, falta de dinheiro não quer dizer forçosamente redução no pano.
O rebelde maria-vai-com-as-outrasTomás, o melhor amigo do Pedrinho, faz tudo o que ele diz. Fisicamente é o mais bem caracterizado.
A rebelde palerminhaA que tem o nome mais adequado à sua condição social, Frederica Vasconcelos, Kika. É capacho de Mia, serve para tudo, satisfazer a sua vaidade, enviar recados, ouvir. É gira, apesar de gordinha. A roupa também podia ser mais
fashion, afinal ela tem dinheiro para isso e é a Mia quem a veste.
O rebelde geekMarco. O mais bem caracterizado, se bem que muitíssimo estereotipado.
A rebelde francesinhaNatalie, namorada de Manel.
Coitadinha, até numa boina a puseram! Viva o estereotipo.
O rebelde parvoGui. Quer parecer o que não é mas não convence ninguém. É chato!
A rebelde interesseiraVicky. É gira, tem vergonha do que é.
A rebelde enjoadaPaula, a filha do director. Até agora a única coisa que soube fazer foi isso, cara de enjoada.
O rebelde religiosoGabriel, o moço muçulmano com nome de anjo católico. Acho bem trazerem esta questão de religiões e culturas diferentes à baila numa novela leve para adolescentes. Só espero que não estraguem tudo por não fazerem o trabalho de casa.
É dos mais giros, ainda só o vi de
kaftan.
A rebelde snob
Sofia. É altiva e arrogante, olha as pessoas de cima para baixo. Raquel Strada é das actrizes mais bonitinhas da nossa praça, mas infelizmente nem sempre muito expressiva. Um
casting quase perfeito para o papel.
O rebelde nazi
Rodrigo. Menospreza TODA a gente menos a namorada. COITADINHO do actor! Onde foram fazer-lhe aquele corte de cabelo??? Eu sei, é para parecer austero e nazi, mas está mal feito e aquele tom de loiro-palha parece tudo menos natural! Pior só mesmo o "capacete" do Frederico na
Floribella. mais umavez, viva o estereotipo!
A rebelde exótica
Hoshi Kyoko. Até agora ainda não apareceu, é uma japonesa interpretada por uma chinesa. O nome revela falta de pesquisa. Kyoko é nome próprio, nunca apelido, e Hoshi, que quer dizer estrela, é pouco apropriado para apelido. Pelo que li no site é mais um caso de
estereotipite aguda.
Os adultos têm demasiado protagonismo, que deveria se focar 80% nos adolescentes e 20% nos adultos. Não houve nenhum que me convencesse verdadeiramente e se aos miúdos dou alguma tolerância pelos engasgos naturais dos primeiros episódios, a todos os adultos não dou nenhuma, a sua experiência em televisão deveria fazer com que saíssem dali
performances no mínimo decentes. Estou um bocado apreensiva quando começarem as cantorias. O que ouvi até agora lá era afinadinho, mas trinados em músicas dos Xutos é um bocado piroso, para não dizer
Festival da Canção.
Tecnicamente a montagem é muito má. A realização já é mediana e não ajuda, mas a montagem tem falta de ritmo, os cortes são feitos ou cedo demais ou tarde demais e não é fluida. É, definitivamente, a área a trabalhar.
Até me fartar, coisa que não aconteceu com a
Floribella, que era viciante, e que aconteceu com as
Chiquitontas, demasiado artificial, vou continuar a ver, pois sinto alguma coerência e objectivos sólidos na narrativa. Só espero, e espero mesmo, que não estraguem tudo com o velho mal de querer fazer render o peixe ou começarem a introduzir disparates pouco plausíveis.
Rebelde Way